Presidente de uma torcida organizada, formada apenas por donas de casa, diz que quer ser enterrada com a camisa do meio-campo
Fabrício Costa Rio de Janeiro
Em dia de festa no Botafogo, a dona de casa Cileia Santana chorou copiosamente ao reencontrar o meio-campo Lucio Flavio. Segundo ela, presidente de uma torcida organizada composta por donas de casa, graças ao jogador, voltou a ouvir. Ela não tinha dinheiro para comprar aparelhos de surdez, mas recebeu uma doação do meia no fim do ano passado. E, desde então, os jogos no Engenhão passaram a ser mais divertidos, pois a mulher passou a entender os gritos da torcida botafoguense.
- Ele chamou os jogadores do Botafogo para uma conversa e conseguiu arrecadar R$ 1.900 pra eu comprar um aparelho de audição. Sabia que um dia ele ia voltar. Agora tenho que agradecer com palavras de incentivo, além dessa bandeira feita pela torcida que fundei – garantiu a torcedora, que acompanha os treinos e jogos do clube há 36 anos.
Evangélica como Lucio Flavio, Cileia Santana acha que a volta do meia ao Glorioso é um chamado de Deus. E não cansa de elogiar a diretoria alvinegra pela aquisição do Maestro. Ela chorou copiosamente ao abraçar o vice de futebol, André Silva.
- Está vendo essa camisa do Botafogo? Foi o Lucio Flavio que me deu. Quando eu morrer, quero ser enterrada assim – declarou Cileia Santana, pouco antes de a bola rolar para o treino da equipe, em General Severiano.