Situação financeira alvinegra: presente crítico e futuro incerto
Falta de recursos deixa Botafogo sujeito à debandada no fim do ano e com poucas perspectivas para 2009
Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro
André Durão /GLOBOESPORTE.COM
Botafogo está ameaçado de perder a concessão de uso do Engenhão Não é novidade que o Botafogo passa por difícil situação financeira. Mas o atraso nos salários dos jogadores, que já chega a dois meses, expõe apenas uma parte do caos que o clube vive. Ninguém se atreve a arriscar de que forma isso será solucionado neste momento, e as perspectivas para o ano que vem são ainda piores.
Na última semana, a diretoria prometeu aos jogadores que seriam quitados 50% dos salários vencidos em 20 de setembro. O dinheiro apareceu na conta dos jogadores, mas a decepção foi geral. Os 50% pagos são referentes ao valor que consta na carteira de trabalho, que muitas vezes é metade do pagamento total. Assim, alguns atletas receberam apenas 25% do que têm direito em um mês.
A diretoria vem dizendo aos jogadores que a crise financeira mundial tem impedido que os compromissos com o grupo sejam cumpridos. As cotas de patrocínio do clube têm sido usadas como garantia para empréstimos, que serão pagos com juros. Mas o clube ainda espera a estabilização da situação financeira mundial para fugir das altas taxas, e assim conseguir saldar a dívida com os jogadores.
Além disso, as cotas de 2009 referentes a patrocínio e direitos de transmissão da televisão já foram adiantadas, o que deixa o Botafogo sem a possibilidade de qualquer receita. A esperança é que o novo presidente, que toma posse no ano que vem, consiga atrair investidores para que seja salvo pelo menos o primeiro semestre. As viagens para Colômbia e Argentina, onde a equipe jogou pela Copa Sul-Americana, teriam sido custeadas por um colaborador da diretoria.
Não são apenas os salários que não vêm sendo pagos em dia. Alguns jogadores reclamam que há cerca de seis meses não são depositados os valores referentes ao FGTS. Assim, o Botafogo está completamente vulnerável a ações na Justiça. Os atletas poderiam se desvincular do clube a qualquer momento.
Mas também há outra forma de o Botafogo perder jogadores ao fim do ano. O Villa Rio, clube da Segunda Divisão do Rio, também está com salários atrasados. A Ability, empresa que custeou algumas contratações do Alvinegro e tem ligação com o Villa Rio, também sofre as conseqüências da crise mundial, o que cria em General Severiano o temor de que alguns jogadores ligados à Ability sejam negociados.
Funcionários não podem sequer ser ajudados pelos jogadores
Alguns funcionários do Botafogo estão há três meses sem receber salários, mas vinham sendo ajudados por alguns jogadores. Mas diante da seqüência de meses sem pagamento, estes atletas não podem mais prestar o auxílio. Para alguns jogadores ainda sem tanta projeção, falta dinheiro até para a passagem de ônibus.
Por fim, existe incerteza quanto ao Engenhão. Há dois meses a Companhia Botafogo não paga à Prefeitura a mensalidade do aluguel do estádio, o que faz o clube correr o risco de perder a concessão de uso assinada no dia 24 de agosto de 2007 e válida por 20 anos.
Rio de Janeiro
André Durão /GLOBOESPORTE.COM
Botafogo está ameaçado de perder a concessão de uso do Engenhão Não é novidade que o Botafogo passa por difícil situação financeira. Mas o atraso nos salários dos jogadores, que já chega a dois meses, expõe apenas uma parte do caos que o clube vive. Ninguém se atreve a arriscar de que forma isso será solucionado neste momento, e as perspectivas para o ano que vem são ainda piores.
Na última semana, a diretoria prometeu aos jogadores que seriam quitados 50% dos salários vencidos em 20 de setembro. O dinheiro apareceu na conta dos jogadores, mas a decepção foi geral. Os 50% pagos são referentes ao valor que consta na carteira de trabalho, que muitas vezes é metade do pagamento total. Assim, alguns atletas receberam apenas 25% do que têm direito em um mês.
A diretoria vem dizendo aos jogadores que a crise financeira mundial tem impedido que os compromissos com o grupo sejam cumpridos. As cotas de patrocínio do clube têm sido usadas como garantia para empréstimos, que serão pagos com juros. Mas o clube ainda espera a estabilização da situação financeira mundial para fugir das altas taxas, e assim conseguir saldar a dívida com os jogadores.
Além disso, as cotas de 2009 referentes a patrocínio e direitos de transmissão da televisão já foram adiantadas, o que deixa o Botafogo sem a possibilidade de qualquer receita. A esperança é que o novo presidente, que toma posse no ano que vem, consiga atrair investidores para que seja salvo pelo menos o primeiro semestre. As viagens para Colômbia e Argentina, onde a equipe jogou pela Copa Sul-Americana, teriam sido custeadas por um colaborador da diretoria.
Não são apenas os salários que não vêm sendo pagos em dia. Alguns jogadores reclamam que há cerca de seis meses não são depositados os valores referentes ao FGTS. Assim, o Botafogo está completamente vulnerável a ações na Justiça. Os atletas poderiam se desvincular do clube a qualquer momento.
Mas também há outra forma de o Botafogo perder jogadores ao fim do ano. O Villa Rio, clube da Segunda Divisão do Rio, também está com salários atrasados. A Ability, empresa que custeou algumas contratações do Alvinegro e tem ligação com o Villa Rio, também sofre as conseqüências da crise mundial, o que cria em General Severiano o temor de que alguns jogadores ligados à Ability sejam negociados.
Funcionários não podem sequer ser ajudados pelos jogadores
Alguns funcionários do Botafogo estão há três meses sem receber salários, mas vinham sendo ajudados por alguns jogadores. Mas diante da seqüência de meses sem pagamento, estes atletas não podem mais prestar o auxílio. Para alguns jogadores ainda sem tanta projeção, falta dinheiro até para a passagem de ônibus.
Por fim, existe incerteza quanto ao Engenhão. Há dois meses a Companhia Botafogo não paga à Prefeitura a mensalidade do aluguel do estádio, o que faz o clube correr o risco de perder a concessão de uso assinada no dia 24 de agosto de 2007 e válida por 20 anos.