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Lucio Flavio nega racha e diz que elenco está insatisfeito por causa dos salários



Lucio Flavio nega racha e diz que elenco está insatisfeito por causa dos salários

Capitão afirma que se dá bem com todos no grupo, inclusive Carlos Alberto, e que não era o momento para Montenegro soltar declarações polêmicas

Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
Gustavo Rotstein/GLOBOESPORTE.COM

Lucio Flavio nega divisão no elenco, mas confirma que atraso nos salários incomodam todos.

A derrota para o Estudiantes, na partida de ida pelas quartas-de-final da Copa Sul-Americana, tumultuou ainda mais o ambiente no Botafogo. Ironicamente, depois de mais uma partida na Argentina e de declarações polêmicas do vice de futebol do clube, Carlos Augusto Montenegro - em 2007, depois da eliminação diante do River Plate no Monumental de Nuñez, nas oitavas-de-final da mesma competição, opiniões pesadas do dirigente coincidiram com uma crise e o declínio da equipe no Brasileirão.
Desta vez, segundo ele, o ano está igualmente perdido, e há um racha no elenco: de um lado, Lucio Flavio e os jogadores que entendem as dificuldades da diretoria. Do outro, Carlos Alberto e aqueles que cobram uma posição mais firme da diretoria em relação à data de pagamento.
O camisa 10 e capitão do time, um dos personagens centrais, tratou de negar uma divisão no grupo, mas confirmou que há uma insatisfação em relação aos salários atrasados. Não apenas de uma parte, mas sim do todo.
- Essa história de racha não tem nada a ver. Eu me dou bem com todos, inclusive com o Carlos. Uma situação como essa só deixa as coisas mais difíceis e atrapalha qualquer tipo de trabalho. Nossa relaçao é do dia-a-dia do trabalho. Do grupo do Botafogo, freqüento apenas as casas do Leandro Guerreiro e do Lopes, mas minha família já saiu com a do Túlio algumas vezes. Não tenho tanto contato com os outros fora do clube, e nos falamos vez ou outra por telefone. É uma situação normal em qualquer clube, em qualquer trabalho - diz Lucio Flavio.


Se recuperando de um estiramento grau 2 na coxa esquerda, o meia não viajou para a Argentina e só deve voltar ao time daqui a três semanas. O que não o impede de continuar preocupado com a situação financeira do clube e dos companheiros.
- Cada jogador pensa de uma forma. Ninguém esconde as questões politica e financeira, até poque isso afeta todo mundo. Alguns levam de uma maneira, e outros não conseguem esconder o sentimento. Isso tem de ser respeitado. Todos estão chateados, porque queremos receber.
Alguns, por causa da liderança, têm seus nomes mais expostos, mas ninguém está satisfeito.
Diferentemente de Túlio e Diguinho, que criticaram de maneira mais pesada as declarações de Montenegro, Lucio Flavio opta por um estilo mais leve, mas deixa bem claro que o dirigente está errado.
- Assim como no ano passado, houve jogadores que administraram melhor a situação, e outros que sentiram mais. Agora será da mesma forma. Ainda temos oito jogos no Brasileirão e a partida de volta contra o Estudiantes. Não era o momento para falar isso.
Em 2007, aquilo tudo (o declínio do time e a perda de uma vaga na Libertadores) aconteceu depois que fomos eliminados pelo River - lembra o capitão, preocupado com a repercussão negativa que a situação possa causar no elenco. As chances de o Botafogo conseguir se classificar para a Libertadores em 2009 é pequena, mas não impossível.
O Meia sabe que em duas ou três rodadas muita coisa pode mudar, e que a equipe pode vencer o Estudiantes por três gols de diferença, dia 5 de novembro, no Engenhão, e chegar às semifinais. Por isso mesmo, e apesar da insatisfação geral do elenco com o atraso nos salários, afirma que o grupo do Botafogo é composto por profissionais responsáveis que vão lutar para conquistar os dois objetivos.
- Um time não é composto dois grupos. O que acontece é que você tem mais afinidade com um ou outro atleta, nada alem disso. O ambiente é profissional. O problema é que se o resultado não aparece, as pessoas querem saber o porquê.
Se eu achasse que estava criando alguma divisão, pediria para ir embora, porque isso vai contra os meus princípios. Meu objetivo é somar, e no dia que sentir que não estou fazendo isso, eu saio.