O adversário era horroroso - até então tinha feito apenas um gol na primeira fase da Libertadores! -, o jogo chegou a se apresentar fácil - tantas foram as chances oferecidas em contra-ataques - mas nem assim o Flamengo conseguiu vencer o limitadíssimo time equatoriano do Emelec.
Esteve duas vezes à frente no placar (1 a 0 e 2 a 1), mas não teve competência nem coragem para segurar o resultado. Ao contrário, recuou de forma covarde e indesculpável, no segundo tempo, e foi exemplarmente castigado por isso. Não somente tomou o gol de empate, como acabou sofrendo a virada (3 a 2) que praticamente o elimina da principal competição do continente de forma vergonhosa. É o atual lanterna de seu grupo.
A escalação inicial de Joel Santana até foi ousada. Repetindo a fórmula da partida contra o Bangu (com o meio-campo formado por Muralha, Willians, Bottinelli e Ronaldinho Gaúcho e o ataque por Deivid e Vágner Love), o rubro-negro foi melhor na etapa inicial, apesar das inúmeras falhas de sua defesa e dos incontáveis erros de passe, que originavam as melhores ações ofensivas dos equatorianos.
Com 2 a 1 a favor (gols de Leonardo Moura, num chute em que contou com a sorte, pois a bola desviou no zagueiro e enganou o goleiro, e de Deivid), tinha tudo para liquidar a fatura, após o intervalo, no minimo, explorando os contra-ataques, já que era certo que o atabalhoado adversário se lançaria todo à frente.
Foi o que aconteceu mas o Flamengo desperdiçou as poucas boas oportunidades que criou (Vágner Love perdeu a melhor, diante do goleiro) e à medida que o tempo passava, mais e mais o rubro-negro ia recuando, a ponto de a partida se tornar um autêntico ataque (do Emelec) contra defesa (do Fla).
Preocupado em garantir os três pontos, Joel tremeu e recuou a equipe de vez. O zagueiro Gustavo substituiu o atacante Deivid (!!!!), o lateral Magal entrou no lugar do armador Botinelli (!!!) e, por fim, o volante Luís Antônio substituiu outro volante, Muralha. Só podia dar no que deu...
Aos 38 minutos, Figueroa (que já marcara o primeiro gol, da mesma maneira) escapou da sempre perdida zaga rubro-negra e cabeceou de novo para estufar as redes. E se o empate já era desastroso para os brasileiros o pior ainda estava por vir. Aos 45, Wilians fez pênalti que Gaibor converteu, completando o merecido castigo de um time que se perdeu nos próprios erros e na covardia de seu treinador.
Desorientado dentro e fora do campo, o futuro próximo do Flamengo é incerto. Como esperar recuperação de um grupo sem comando, num clube onde o profissionalismo é golpeado, dia apos dia, pelo péssimo comportamento de sua maior estrela?
Com a palavra, a presidenta Patrícia Amorim. Mas pelo seu histórico é difícil crer que algo vá mudar para melhor...