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Decisivo para Loco, aparelho do Bota dá a 'palavra final' na avaliação física

Clube amplia uso de equipamento que mede força e resistência e obtém resultado com uruguaio - 15kg a mais de peso nas pernas - e Andrezinho

Por André Casado Rio de Janeiro

loco abreu avaliação física botafogo (Foto: André Casado / GLOBOESPORTE.COM) 
Avaliação física de Loco indica força e equilíbrio em
um mês (Foto: André Casado / Globoesporte.com)
 
Em busca de minimizar a recorrência de lesões e potencializar a condição física dos jogadores, o Botafogo vem apostando suas fichas em um pequeno aparelho, que indica de imediato a diferença muscular de cada membro. Pouquíssimo difundido no Brasil, o objeto está em General Severiano há três anos, mas só nesta temporada é que o preparador Marlos Almeida passou a tê-lo como inseparável para saber que cargas usar. E os resultados, principalmente em Loco Abreu e Andrezinho, foram decisivos recentemente.

O nome é difícil: dinamômetro fitrodyne, mas seu uso é simples: encaixa diretamente na cadeira flexora ou extensora e no leg press, equipamentos da academia. No caso do atacante uruguaio, permitiu ter uma clareza maior da qualidade do trabalho especial de potência e resistência realizado em três semanas. No dia 9 de março, Loco costumava colocar 70kg de peso nas pernas. Passou a 85kg um mês depois. Acaso ou não, marcou três gols sobre o Bangu, todos de cabeça, e suportou o intenso ritmo da semifinal, sábado passado, diferentemente do cansaço de antes.

- Ele comentou isso com a gente e ficou clara a facilidade para se movimentar, saltar mais alto com a explosão. Tudo isso está envolvido e teve relação com esse período. Tivemos uma segurança maior. E se reflete também no campo, com a agilidade dos dados para a comissão técnica - argumenta Marlos, que cuida diretamente deste segmento, ao lado do fisiologista Altamiro Bottino e dos também preparadores físicos Leandro Cardoso e Ricardo Henriques.

Preparador físico Marlos Almeida especial Botafogo (Foto: André Casado / GLOBOESPORTE.COM) 
 
Preparador físico exibe o aparelho conectado à cadeira (Foto: André Casado / GLOBOESPORTE.COM)
 
No mês de fevereiro, o departamento médico do Botafogo ficou cheio, derrubando a máxima das raras lesões em 2011. Houve um momento de apreensão, mas logo tudo se acalmou. O meia Andrezinho é um dos exemplos. Tanto ele quanto Maicosuel tiveram dois problemas, ambos em locais semelhantes. A segunda vez do camisa 10 era um edema, que, quando clinicamente curado, teve outro obstáculo identificado via dinamômetro. A decisão de não liberá-lo foi certeira.

- Havia uma diferença nos gráficos de uma perna para a outra. O risco era grande. Há um protocolo para fazer este e outros testes antes da volta ao campo. Optamos por segurá-lo mais uma semana e agora há um acompanhamento especial - explica o profissional alvinegro, em referência ao caso à parte de Andrezinho, que passou quatro anos como reserva no Internacional e tinha o corpo condicionado a métodos e exigências de esforço diferentes.

andrezinho avaliação física botafogo (Foto: André Casado / GLOBOESPORTE.COM) 
 
Diferença de Andrezinho (35kg para 55kg), quandose recuperou de lesão na coxa: confira a linha que
pontua crescimento (Foto: André Casado/GE.COM)
 
O pioneirismo também permite notar se alguém faz o trabalho com menos afinco.

- Se está leve, descobrimos na hora que estamos perdendo tempo. Não há chance de haver um trabalho abaixo ou acima do que deve ser feito naquele momento - garante o preparador físico.

No clube, só há um exemplar do aparelho. Mas, diante do custo baixo (cerca R$ 2 mil), é provável que em breve outros sejam adquiridos, para aplicar a técnica até mesmo nas categorias de base.