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Oswaldo de Oliveira relembra tsunami no Japão: 'Muita ansiedade, tensão'

De volta ao Brasil, o atual técnico do Botafogo, que comandava o Kashima Antlers na época, estava na estrada com a equipe e não sentiu o terremoto

Por SporTV.com Rio de Janeiro

 


Atual técnico do Botafogo, Oswaldo de Oliveira conquistou três vezes a J-League (Campeonato Japonês) no comando do Kashima Antlers. Em um país diferente, o treinador já estava acostumado com a nova cultura e língua. Seu maior desafio não foi resultado das diferenças entre o Brasil e Japão. E muito menos dentro de campo. Em março de 2011, o terremoto seguido de um tsunami deixou marcas no então técnico da equipe japonesa.

- Lá no Japão, a gente sente diariamente. Às vezes duas a três vezes alguns abalos. Mas durante aquela noite, vários abalos se sucederam e eram bem mais fortes. Nós passamos dois ou três dias de muita ansiedade, muita tensão. Até as coisas comecarem a se equilibrar - explicou em entrevista ao 'SporTV Repórter'.

oswaldo de oliveira kashima antlers (Foto: Divulgação) 
No Japão, Oswaldo de Oliveira comandava o Kashima Antlers (Foto: Divulgação)
 
O técnico e equipe souberam do ocorrido quando estavam na estrada viajando para Tóquio, onde pegariam um trem para Shimizu, local da partida válida pela segunda rodada do Japonês. Um jogador recebeu uma ligação de um familiar e a equipe ficou ciente da tragédia. O time conseguiu fugir, mas as instalações do Kashima ficaram danificadas. Nove meses depois do incidente, o treinador aceitou proposta do Botafogo e deixou o Japão.

Rodrigo Pimpão em treino da Ponte Preta (Foto: Reprodução EPTV) 
Agora na Ponte, Pimpão também passou sufoco no
Japão (Foto: Reprodução EPTV)
 
Outros brasileiros também sentiram na pele o terremoto. Rodrigo Pimpão, ex-Vasco e Paraná, foi transferido para o Cerezo Osaka, em dezembro de 2010. Recém-chegado ao país, o atacante ainda não sabia falar a língua local. Sem entender uma palavra em japonês, ele demorou para perceber que estava ocorrendo um terremoto no país. O tremor em Osaka durou cerca de 20 segundos, explica o jogador. Mas foi o suficiente para assustá-lo.

- Fiquei com medo. Porque eu estava em um país onde os japoneses ja estão acostumados, mas os estrangeiros não.
No final de 2011, o jogador foi emprestado novamente, desta vez para a Ponte Preta. Na equipe paulista, outros dois atletas passaram pela mesma experiência de Pimpão: Roger e João Paulo. O atacante, que jogava no Kashiwa Reysol, estava em um trem no momento do terremoto.

- Foi uma experiência que eu não quero nunca mais ter na minha vida. O trem parou e chacoalhava. Foi uma coisa que só quem passou sabe. Nao dá para contar. Foi muito difícil. A minha família estava longe, porque eu fui pra Osaka. A gente tentava ligar para casa... Internet, nada pegava. O desespero foi total - relembra Roger.