Provável capitão na ausência de Loco Abreu, Antônio Carlos recorda início desconfiado com Fábio Ferreira, sua dupla há mais de duas temporadas
Fábio Ferreira e Antônio Carlos se exercitam juntos
em treino do Botafogo (Foto: Satiro Sodré / AGIF)
em treino do Botafogo (Foto: Satiro Sodré / AGIF)
Se não levar gol na tarde deste sábado de carnaval, em Macaé, o Botafogo terá cumprido sua primeira missão no Campeonato Carioca: classificar-se para as semifinais da Taça Guanabara. Para isso, conta com um sistema defensivo entrosado, que ainda vem evoluindo junto com o time em 2012. Além do goleiro Jefferson e dos laterais Lucas e Márcio Azevedo, o coração do setor é composto por dois zagueiros de personalidades opostas, que superaram a desconfiança ao chegar e entram juntos na terceira temporada pelo clube carioca com todo o gás.
Apesar de Antônio Carlos ter o feito gol do título carioca do Fluminense, em 2005, e ter sido titular do Atlético-PR por um período importante, a diretoria o tirou do Atlético-GO, onde tentava reconstruir seu caminho até um grande centro. Caso semelhante ao de Fábio Ferreira, que esteve em Corinthians e Inter, mas amargou um tempo sem jogar e o Vitória fora sua última camisa.
- Nós chegamos sem 100% de aprovação, digamos assim. Tínhamos de provar a cada dia porque estávamos aqui. E fizemos uma boa dupla, conversamos bastante, mesmo que o Fábio tenha esse jeito fechado dele. Na maioria das bolas pelo alto, nós ganhamos. Não que eu desmereça outras duplas, mas temos feito bons jogos, até pela sequência. Poucos têm sido assim no Brasil. Agora, é aquela coisa: pode tirar 100 bolas, mas se errar uma vem a crítica. A margem é pequena. Não precisa fazer gols, a gente vai ser visto pelo trabalho na zaga - prega Antônio, que marcou 16 vezes pelo Botafogo, mas não é fã das cobranças sobre ser artilheiro.
A confiança do elenco e da comissão técnica é tão grande que o camisa 3 tem tudo para ser escolhido capitão mais uma vez, na ausência de Loco Abreu, machucado. Fato que o orgulha, mas não mexe com a estrutura e nem com o estilo de a equipe jogar.
- Não estou muito preocupado com a questão de ser capitão, não era só o Loco ou só eu que falamos dentro de campo. Se for o Renato, também não tem problema. Lá atrás, pelas características mais caladas dos jogadores, eu falo mais, sobra para mim. Mas não pego no pé de ninguém, é mais o incentivo e a orientação mesmo. Liderança é sempre bom, mas a que queremos agora é a do campeonato - disse, dando a receita para o Glorioso não se complicar neste carnaval.
- Precisamos de tranquilidade e frieza, porque, quando estamos ganhando, às vezes damos bobeira. Temos de ficar mais com a bola e evitar contra-ataques. Sempre começamos bem, mas, se o gol não sair, vamos ficar tranquilos, essa é a palavra-chave.