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Palmeiras e Botafogo empatam em jogo emocionante no Pacaembu

Primeiro tempo foi fraco, mas etapa final compensou. Depois de o Verdão fazer 2 a 0, o Fogão buscou forças para chegar à igualdade

Por Julyana Travaglia e Leandro Canônico
São Paulo



Valeu pelo segundo tempo. Toda a emoção que faltou na etapa inicial, sobrou na complementar. A começar pela mudança de uniforme do Palmeiras. O time paulista abandonou o verde tradicional do começo e voltou com a camisa verde-limão. Mais ligado, o clube fez 2 a 0 em 12 minutos, com Marcos Assunção e Kleber. Mas o Botafogo foi guerreiro, valente e conseguiu um heroico empate por 2 a 2, construído em apenas dez minutos, com gols de Jobson e Antônio Carlos.

Porém, a igualdade, em partida válida pela décima rodada do Campeonato Brasileiro, não foi boa para nenhuma das duas equipes. Mas ao menos o palmeirense Felipão e o botafoguense Joel Santana puderam ver que há chance de melhorar, especialmente pelo que ambos apresentaram na etapa final. Em termos de tabela, é claro, a mudança tem de ser mais significativa. E também mais rápida.

Com o resultado desta quinta-feira, o Verdão foi a 13 pontos e está em décimo lugar Já o Fogão foi a 11 e segue perto da zona de perigo, em 15º. Na próxima rodada, o Palmeiras vai a Fortaleza encarar o Ceará. A partida está marcada para domingo, às 18h30m, no estádio Castelão. No mesmo horário, só que no Engenhão, no Rio de Janeiro, o Botafogo faz o clássico com o Fluminense.

Só três minutos...



O cronômetro marcava 43 minutos. Jobson avançou pelo lado direito e chutou cruzado. Marcos, de mão trocada, fez linda defesa e cumprimentou o atacante. No lance seguinte, Lincoln recebeu cruzamento da esquerda e, da pequena área, perdeu gol. Logo depois, o meia teve outra chance e bateu colocado para fora.

Somente nesses três últimos minutos da etapa inicial é que Palmeiras e Botafogo fizeram jus ao tamanho do jogo. No restante, nervosismo, falta de criatividade, erros de passes e limitações técnicas deram o tom da partida. É verdade que os dois times correram, mas ambos pareciam não ter objetivo.

Inicialmente, o time carioca parecia mais disposto. Recuado, o mandante Palmeiras tomou postura de visitante, bem cautelosa. Apesar dessa superioridade no começo do duelo, o Fogão não conseguiu criar nenhuma grande jogada. A principal delas foi uma falta de Marcelo Cordeiro, defendida por Marcos aos três minutos. E só.

O Palmeiras foi ainda pior. Posicionado quase sempre à espera de um contra-ataque, o clube paulista dependia totalmente de Lincoln. Não à toa, todos os projetos de jogadas do Verdão passaram pelos seus pés. Do outro lado, o Botafogo tentava ser armar com Lucio Flavio, Jobson e Caio. Sem sucesso.

Quando falta criatividade, a solução na maioria das vezes é a bola parada. E assim fez o Palmeiras. Tentou três escanteios seguidos e mais duas faltas nos pés de Marcos Assunção. Nenhuma delas deu certo. Com a escassez de oportunidades, o jogo ficou nervoso, mais faltoso. O que salvou mesmo foram as chances no final.

Fogão azeda mais o limão



Palmeiras e Botafogo não mudaram nada nas equipes no retorno para o segundo tempo. Mas o time paulista resolveu trocar de uniforme. Tudo porque o verde escuro estava confundindo um pouco com o preto do Fogão. Assim, o clube do Palestra Itália trocou a camisa 1 pela número 2, verde-limão.

E logo no primeiro lance o Verdão abriu o marcador. Kleber foi derrubado perto da meia-lua. Marcos Assunção pegou a bola, recebeu um beijo de Maurício Ramos na careca, ajeitou e se concentrou para a cobrança da falta. Com muita competência, ele acertou o ângulo esquerdo de Jefferson: 1 a 0.

O Palmeiras não marcava um gol de falta havia quase dez meses. Antes desse, o último tinha sido no Brasileirão do ano passado, na vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro, no dia 23 de setembro. O gol assustou o Botafogo e animou o Verdão, que teve duas ótimas chances de ampliar antes dos dez minutos.

Primeiro com Lincoln, aos oito, mas ele chutou por cima do travessão depois de boa jogada pelo meio. Depois com Ewerthon, aos nove. O atacante recebeu na área, se livrou de marcador e chutou em cima do goleiro Jefferson. Era o sinal de que o segundo gol do Verdão estava esquentando. E assim foi. Em lindo contra-ataque.

Aos 12 minutos, Lincoln deu ótimo passe para Ewerthon na direita. Ele dominou, esperou um melhor posicionamento e acionou Kleber na grande área. O camisa 30 dominou, girou e chutou para o fundo da rede: 2 a 0. Para tentar uma reação, Joel Santana mudou o Botafogo. Sacou Fahel e colocou o meia-atacante Edno.

Aos poucos, o abatimento do Fogão ficou de lado e o time comandado por Joel Santana começou a se arriscar mais. O resultado disso veio aos 24 minutos, quando Jobson marcou de cabeça após cruzamento de Marcelo Cordeiro. Um belo lance, em que não deu chance para o pentacampeão Marcos.

Foram precisos mais dez minutos para que o Botafogo, persistente, chegasse ao empate. E mais uma vez em um lance de cabeça. Agora com o zagueiro Antônio Carlos, que aproveitou cruzamento da esquerda. Aos 39 minutos, Marcos evitou a virada carioca. Jobson fez grande jogada e chutou cruzado. O goleiro espalmou.

No final do jogo, com os ânimos exaltados, Marcos Assunção e Jobson foram expulsos depois de se estranharem no gramado do Pacaembu. A torcida do Verdão não perdoou o botafoguense, chamado de "cheirador", por conta do caso de doping em que se envolveu. Sobrou também para a diretoria alviverde, que ouviu parte do Pacaembu gritar: "ô, ô, ô, queremos jogador".

PALMEIRAS 2X2 BOTAFOGO Marcos; Vitor, Edinho, Maurício Ramos e Armero; Pierre, Márcio Araújo, Marcos Assunção e Lincoln (Tadeu); Kleber e Ewerthon (Patrik). Jefferson; Fahel (Edno), Antônio Carlos e Fábio Ferreira; Alessandro, Leandro Guerreiro, Somália, Lucio Flavio (Renato) e Marcelo Cordeiro; Caio (Túlio) e Jobson.

Técnico: Luiz Felipe Scolari Técnico: Joel Santana

Gols: Marcos Assunção, a 1 minuto, Kleber, aos 12, Jobson, aos 24, Antônio Carlos, aos 34 minutos do segundo tempo.

Cartões amarelos: Pierre, Edinho (PAL); Fábio Ferreira, Caio, Antônio Carlos (BOT). Cartões vermelhos: Marcos Assunção (PAL) e Jobson (BOT)

Público: 12107 pagantes. Renda: R$ 431.991,00

Local: Pacaembu, em São Paulo. Árbitro: Alício Pena Júnior (MG). Auxiliares: Márcio Eustáquio Souza Santiago (MG) e Helberth Costa Andrade (MG).