
Apaixonado por Flamengo e Botafogo, Velho Lobo não desce do muro na final do Estadual: ‘Se torcer por um, vão falar que sou contra o outro’
Cahê Mota Rio de Janeiro
De acordo com o último estudo divulgado pelo Datafolha, em janeiro de 2008, 17% da população nacional torcem pelo Flamengo, outros 2% torcem pelo Botafogo, mas não é preciso ser nenhum instituto de pesquisa para saber quantos brasileiros se encaixam nas duas torcidas. Até onde se sabe, publicamente há apenas um, e bem representativo: Mario Jorge Lobo Zagallo.
Zagallo em vermelho, preto e branco: Velho Lobo em ação pelo Botafogo e no comando do Flamengo
Com a história entrelaçada entre a Gávea e General Severiano, o maior vencedor do futebol mundial é amante confesso dos finalistas do Campeonato Carioca e, mesmo com tanta experiência no planeta bola, garante que não há como segurar a emoção domingo, às 16h, quando rubro-negros e botafoguenses entrarão no Maracanã para decidir a competição. Para ficar bem com todo mundo, só há uma solução: se manter em cima do muro.
- Não tenha dúvidas que tenho um carinho muito grande pelos dois clubes. Se eu falar que torço para um, vou ficar contra o outro. Não vou falar em resultados, o coração fica dividido. Quando me perguntam, prefiro dizer que sou seleção brasileira.
Se no coração do Velho Lobo Flamengo e Botafogo têm o mesmo peso, dentro de campo o ex-treinador prevê equilíbrio semelhante.
Se no coração do Velho Lobo Flamengo e Botafogo têm o mesmo peso, dentro de campo o ex-treinador prevê equilíbrio semelhante.
- Vai ser um jogo com as mesmas dificuldades da final da Taça Rio. O Flamengo vem de uma vitória, mas quando a bola rola isso não tem grande influência. É um clássico. Tricampeão carioca como jogador e treinador pelo Rubro-Negro e bi também nas duas funções pelo Glorioso, Zagallo não precisa pensar muito para apontar qual foi sua principal conquista em gramados cariocas: o estadual de 2001, pelo Flamengo, no lendário gol de falta de Petkovic (assista ao vídeo acima e recorde).
- Para mim, foi como se tivesse ganhado uma Copa do Mundo. Pelas circunstâncias do jogo, tínhamos que fazer aquele gol e conseguimos faltando dois minutos para o fim. Este título, no entanto, não é o único que Zagallo guarda com carinho na sua coleção de estaduais.
- Me recordo bem de um jogo contra o América no tri de 55 (pelo Flamengo). Foi uma conquista importante para me levar à seleção. Não tenho dúvidas disso. Mas também conquistei bicampeonatos como jogador e treinador pelo Botafogo que foram importantes.