Um ciclo em preto e branco a um passo do fim
No adeus de Maurício, uma derrota em Chapecó pode selar ida à Série B
Santa Catarina - Maurício Assumpção se prepara
para um adeus melancólico, totalmente diferente do clima que cercou sua
chegada à presidência do Botafogo, em 2009. Hoje, às 19h30, contra a
Chapecoense, em Santa Catarina, o Alvinegro faz o último jogo antes da
eleição — terça-feira — que decidirá quem será o novo mandatário do
clube. Uma nova derrota pode selar o rebaixamento.
Na eleição de 2008, Maurício não teve
concorrentes e seu primeiro mandato foi considerado muito bom. O título
do Carioca de 2010 sobre o então campeão brasileiro Flamengo lhe deu
crédito. Na concepção dos alvinegros, estava melhorando a saúde
financeira do clube.
A reeleição veio sem sustos: a
vitória sobre Carlos Eduardo Pereira com 73% dos votos mostrou que os
sócios aprovaram o primeiro triênio. Os títulos expressivos pareciam
questão de tempo. No meio de 2012, a credibilidade de Maurício subiu
ainda mais quando contratou Seedorf, que parou o aeroporto.
O Botafogo tinha recuperado sua grandeza, até
que o Engenhão foi fechado pela Prefeitura em março de 2013. O
cumprimento dos compromissos se tornou inviável e a bomba explodiu na
atual temporada. Expulso do Ato Trabalhista por sonegação, admitida pelo
próprio Assumpção, o clube teve as receitas bloqueadas e não conseguiu
montar um bom time para a Libertadores, competição que não disputava há
17 anos.
Os problemas aumentaram como uma bola de neve e
o presidente da esperança se tornou vilão. Caso perca em Chapecó, e o
Vitória vença o Figueirense, e o Palmeiras passe pelo Coritiba, ele
deixará o clube na Série B, algo antes inimaginável.
MANCINI NÃO PERDE A FÉ EM SEU TIME
O panorama é desanimador, mas a confiança de
Vagner Mancini segue inabalável enquanto as chances matemáticas
existirem. Apesar do bom momento da Chapecoense, que goleou o Fluminense
na rodada passada, o técnico crê num Botafogo valente na Arena Condá.
“A vitória da Chapecoense não muda o que temos
que fazer. Nossa obrigação moral é entrar em campo e tentar desempenhar o
melhor. A gente ainda tem chance e temos que lutar. Enquanto estivermos
vivos no campeonato, temos que jogar até o fim”, afirmou.