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34ª RODADA

No Clássico Vovô, Flu, na teimosia, usa cabeça, vence Bota e embola G-4

Edson faz de cabeça aos 28 minutos do 2º tempo e deixa tricolores firmes na briga por vaga na Libertadores. Alvinegro segue lutando para não cair


DESTAQUES DO JOGO
  • muita firula
    Carlos Alberto
    De volta ao Botafogo, o camisa 19 teve, aos 25 minutos de jogo, a chance de deixar o time em vantagem, mas a firula a mais o atrapalhou na hora de concluir.
  • lance do jogo
    28 do 2º tempo
    Foram inúmeras as bolas alçadas na área pelo Flu. Só aos 28 do segundo tempo a jogada morreu na rede: Edson testou firme e fez o gol da vitória.
  • alegria de volta
    Walter
    Ele não decidiiu, mas fez a alegria dos tricolores. Walter entrou na metade do 2º tempo e deu vários dribles no fim que gastaram tempo aos gritos de "olé"
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM

Dizem que a experiência anda de mãos dadas com a teimosia. Foi o que se viu no Clássico Vovô na noite deste sábado. No gramado do Maracanã pesado pela chuva, dois "velhinhos" travavam duelo à parte: o Fluminense sonhava vencer para voltar ao G-4 - dependendo de combinação de resultados - repetindo sem parar a jogada aérea. O Botafogo queria os três pontos para seguir na luta de não ser rebaixado insistindo nos contra-ataques durante os 90 minutos. E depois de tanto cruzar e cruzar para a área, o Tricolor conseguiu o seu gol de cabeça e levou a melhor. O potiguar Edson, de 23 anos, testou firme e marcou o gol da vitória, aos 28 minutos do segundo tempo.
O triunfo tricolor de 1 a 0 deixou o Flu com 57 pontos, em 5º lugar, embolado na briga pelo G-4, e fez a felicidade dos tricolores, que foram ao Maracanã em maior número do que os rivais - a renda, de R$ 685.900, teve público pagante de 19.709 e 22.608 presentes. Em situação mais dramática, o Botafogo segue com 33 pontos e na amarga 18ª posição. Na próxima rodada, a de número 35, os dois clubes cariocas terão pela frente adversários catarinenses. O Tricolor receberá no Maracanã a Chapecoense, na quinta-feira. O Alvinegro enfrentará na véspera, na quarta, o Figueirense, em São Januário.
Teimosia sem gol
Os dois times sabiam da necessidade de vencer, mas cada um entrou com uma estratégia. E ambos deixaram o primeiro tempo sem balançar a rede. O Flu mais ofensivo, mas também mais óbvio. O lema parecia ser "todas as bolas aéreas para o Fred". Seja com Chiquinho, pela esquerda, ou Jean, pela direita, a dificuldade foi grande. Primeiro porque o lateral-esquerdo errava os cruzamentos. Segundo porque a zaga alvinegra estava bem posicionada e marcava bem o atacante. Com Wagner se limitando a toques laterais e Sobis sem achar posição, era Conca quem armava com lucidez, mas tinha pouco espaço. Marcelo Mattos, onipresente no retorno, era um dos cães de guarda.
Edson comemora gol do Fluminense contra o Botafogo (Foto: Paulo Sergio / Photocamera)
 
Após testada firme, Edson comemora gol do Flu contra o Botafogo (Foto: Paulo Sergio / Photocamera)

E foi o camisa 5 quem deu o primeiro susto na partida. O Botafogo se defendia com muitos e sabia que precisava atrair o adversário para dar o bote no contra-ataque, explorando a velocidade de Jobson. E ele sofreu falta logo no começo. Régis cobrou, Marcelo Mattos cabeceou para boa defesa de Cavalieri. O time seguiu rezando a cartilha e, aos 25 minutos, viu Carlos Alberto, até então bem marcado por Valencia, livre, perder a maior chance. O camisa 19 tentou firula a mais e deu tempo a Marlon de prensar a bola. Foi a senha para algum tricolor arriscar, nem que fosse de fora da área. Edson tentou, mas sem direção. Precisou Conca dar caneta em Andreazzi daquelas de valer o ingresso para o Flu acordar mais no jogo. Logo, logo, Sobis deu mais emoção, batendo cruzado para Jefferson brilhar. Fora isso, a equipe não transformou o domínio em chances de gol.

Testada firme de Edson

Na segunda etapa, o Flu seguiu em busca do gol. E o Botafogo, no contra-ataque, teve mais uma chance, em arrancada de Andreazzi. Mas o jogador bateu em cima de Cavalieri. Dessa vez, o Flu acertou no troco: Jean finalmente cruzou na cabeça de Fred, e a bola foi para fora, mas chegou perto do gol. O time insistia no jogo aéreo. O centro de Chiquinho encontrou Conca livre para a cabeçada, mas Dankler salvou o que poderia ser o primeiro gol da partida. Toma lá, dá cá. E já sem Jobson e Andreazzi, mas com Gegê e Bolatti, o Alvinegro assustou no lançamento para a velocidade de Murilo. Mas o jogador encobriu demais Cavalieri e a trave.

Cristóvão resolveu mexer, e sacou Sobis para pôr Walter. Logo depois, o gol tricolor: Wagner acertou um cruzamento, e Edson, elétrico na partida, subiu mais alto que a zaga alvinegra e testou firme, aos 28. Jefferson ainda tocou na bola, mas nada pôde fazer: 1 a 0 para o Flu. O Botafogo foi obrigado a se soltar mais ao ataque, e o Flu seguiu na teimosia das jogadas aéreas. No fim, em meio ao desespero alvinegro, a torcida tricolor pedia "olé". Walter, perto da bandeirinha de escanteio, deu sua sambadinha. Era hora de segurar o resultado e comemorar. A briga pela Libertadores está mais viva do que nunca. O Botafogo segue no drama para não ser rebaixado.