Para Montenegro, Bota está "mais para Série C do que para voltar à Série A"
Em
evento do candidato da Chapa Azul, Thiago Alvim, ex-presidente já dá
clube como rebaixado, diz que a situação é trágica e faz críticas a
Maurício Assumpção
A
situação do Botafogo para o próximo ano é trágica. As palavras são de
quem entende do assunto. Em evento do candidato à presidência pela Chapa
Azul, Thiago Alvim, o ex-presidente do clube Carlos Augusto Montenegro
falou sobre o momento atual do Alvinegro e da gestão de Maurício
Assumpção, além de fazer projeções para o próximo ano, já dando o clube
como rebaixado para a Segunda Divisão do Brasileirão. A despeito das
mínimas chances de permanência, Montenegro acredita que o Glorioso,
hoje, está mais perto de cair para a Série C em 2015 do que conseguir o
retorno para a elite.
- Acho que o Botafogo, do jeito que o
Maurício está deixando, está mais para Série C do que voltar para Série
A. O Maurício conseguiu, neste último ano, com os amigos dele da praia,
implodir o Botafogo - afirmou, completando: - Ele conseguiu levar o
Botafogo a uma humilhação tamanha... Porque você não pagar Ato
Trabalhista, não pagar imposto, não pagar salário, demitir pessoas e
continuar pagando a elas... Isso daí não é digno de Botafogo.
Carlos Augusto Montenegro, ex-presidente do Botafogo (Foto: Jessica Mello)
Para
Montenegro, que apoiou Maurício nas duas últimas eleições, o
rebaixamento do Botafogo foi decretado no momento em que o atual presidente rescindiu o contrato de quatro jogadores do elenco: Emerson Sheik, Bolívar, Edilson e Julio Cesar. O caso ocorreu no início de outubro.
- Ele
(Maurício Assumpção) decretou a queda para a Série B quando mandou os
quatro jogadores embora. Desses, dois vão disputar a Libertadores ano
que vem, o Emerson e o Edilson, pelo Corinthians. Aí você vê o quilate
dos jogadores que foram mandados embora. Até hoje, não sei qual foi o
motivo para ele mandar os quatro embora. Tem gente que diz que foi uma
festa, tem gente que diz que foi deboche, tem gente que diz que é
irresponsabilidade, mas tudo isso é esquisito - disse.
O
presidente do clube entre 1994 e 1996 ainda opinou sobre a situação do
futebol carioca em geral, de maneira a exemplificar que o caso do
Botafogo não é isolado. Campeão brasileiro em 95, Montenegro diz ainda
temer que a equipe comece a Série B, em 2015, com seis pontos a menos na
tabela, em virtude do não pagamento de R$ 150 mil que complementariam
uma primeira parcela do pagamento relativo à transferência de Elkeson,
em 2012. Os valores seriam repassados ao Vitória, clube formador do
atleta, na venda realizada ao Guangzhou Evergrande, da China.
-
O Flamengo, independentemente de não cair, é um time horroroso. Estão
priorizando pagar a dívida, até acho que com razão. Mas mesmo pagando
dívida, não precisa contratar tanta gente ruim. O Vasco está mais na
Série B que na Série A. O Fluminense caiu ano passado e o Botafogo está
caindo agora. A situação do Botafogo é tão lastimável que não tem nem
dinheiro para contratar os advogados do Fluminense. O ideal era
contratar os advogados do Fluminense. Era a nossa única chance. Já que
não tem Portuguesa, tem de contratar os advogados do Fluminense. Mas o
Botafogo não tem esse dinheiro. Não tem dinheiro para nada. Meu medo,
hoje em dia, é começar a Série B com menos seis pontos por causa do caso
Elkeson - completou.
Um dos principais apoiadores da Chapa
Azul, Montenegro garante que não quer ocupar cargo na gestão, caso
Thiago Alvim seja eleito nesta terça. Quer usar a sua influência e
conhecimento na área para ajudar os futuros presidentes e diretores. Um
dos pontos que quer explorar e ajudar a avançar no Botafogo é a questão
das categorias de base. A ambição é tornar a estrutura alvinegra do
setor em uma das três melhores do país.
Por fim, o
ex-presidente ainda garante que não quer interferir no dia a dia do
clube e faz questão de rechaçar qualquer pensamento de que deseja voltar
a comandar o Botafogo no momento. Apesar de afirmar que "nunca mais" se
candidatar ao cargo seria uma expressão "forte demais".
- Pretendo
fazer coisas que não fiz na minha administração e que eu me arrependo.
Quero deixar o Botafogo com as divisões de base, em relação a campo de
treinamento, concentração, instalações e profissionais, entre as três
melhores do Brasil. Quero estar à frente disso, mas sem cargo - expôs,
completando:
- Tenho na minha cabeça o seguinte: a partir do
momento em que eu não quero ser presidente... Eu poderia estar como
presidente do Botafogo há 15 anos, não é vaidade, não é orgulho... Eu
sei o carinho que a torcida do Botafogo tem por mim. Ando na rua, e as
pessoas dizem "Montenegro, só você para salvar o Botafogo", escuto isso
todo dia. Mas a partir do momento em que não aceito voltar, porque acho
que já dei a minha contribuição maior, não posso interferir no dia a dia
do clube. Se eu quisesse tocar o dia a dia, eu tinha voltado. Posso
ajudar o Thiago e o Durcesio em projetos políticos grandes, posso ajudar
a resolver o problema do centro de treinamento, posso ajudar a dar
prioridade à base, posso ajudar a buscar determinados investimentos,
buscar patrocínios, posso dar um telefonema, tentar fazer uma vaquinha
para pagar o Refis de sexta-feira. Mas trabalhar no dia a dia, não tenho
esse direito. Se quisesse, seria candidato - finalizou.
Thiago Alvim, Carlos Augusto Montenegro e Durcesio Mello, da Chapa Azul (Foto: Jessica Mello)
Pagamento de Refis e plano de sócio-torcedor
Na
avaliação do candidato da Chapa Azul à presidência do Botafogo, Thiago
Alvim, o pagamento do Refis já nesta sexta-feira é o passo número um
para qualquer que seja o eleito nesta terça. O valor é de R$ 4,2
milhões, sendo R$ 700 mil referentes à Timemania. A sua promessa, porém,
é de que, caso vença, os valores virão de dentro do grupo que os apoia,
garantindo, assim, o pagamento, uma vez que o clube não teria o
dinheiro para fazê-lo por si.
- Primeira coisa a se fazer:
pagar o Refis na sexta-feira, dia 28. Isso é uma coisa que está tirando o
sono, porque o Botafogo não tem dinheiro e esse dinheiro vai ter de vir
do grupo que apoia os candidatos. Esse dinheiro tem de vir da Chapa
Azul, não tem outra maneira. O Botafogo não tem crédito, não tem verba
para adiantar e está com 100% das receitas penhoradas. Esse pagamento é
referente à quarta parcela do Refis, no valor de R$ 3,5 milhões mais R$
700 mil de resquício da Timemania. E tem de ser pago. A quarta e a
quinta parcelas, mas a quinta é apenas no fim de dezembro, e isso a
gente vai pensar depois. Mas o próximo presidente do Botafogo, quem quer
que seja, vai ter de pagar R$ 4,2 milhões na sexta-feira. Se não fizer
isso, o Botafogo descumpre o refinanciamento da dívida tributária
federal. Isso é sério - frisou.
Outro
ponto abordado pelo candidato é o de aumento do número de
sócios-torcedores do clube. Além de incrementar a receita, seria a
maneira de fazer crescer a participação da torcida no processo eleitoral
alvinegro. Nesta terça-feira, pouco menos de 1,8 mil pessoas
representarão todos os milhões de botafoguenses ao votar e eleger o
próximo presidente, para o triênio 2015/16/17.
A pretensão de
Alvim é chegar a 38 mil sócios-torcedores até o fim do seu mandato,
criando um plano que seja atrativo ao torcedor e lhe ofereça vantagens
em troca do pagamento mensal.
- Já fizemos uma pesquisa que
nos indicam que são três as vontades do sócio-torcedor: desconto nos
produtos oficiais do Botafogo, voto e tratamento melhor, com facilidades
para entrar, pagar e de comunicação. Nós vamos apresentar ao Conselho
Deliberativo uma proposta para que o sócio-torcedor vote após pagar dois
anos consecutivos de mensalidade e vamos atender a todas as vontades do
sócio-torcedor, porque nós vamos precisar deles e eles vão ser a maior
fonte de receita diferente que o Botafogo vai conseguir. No primeiro
ano, pretendemos quadruplicar o número de sócios-torcedores e, ao fim do
mandato, pretendemos acabar entre 36 e 38 mil sócios-torcedores, que
representam 80% da capacidade do Engenhão - finalizou.
Eleições no Botafogo
Após
dois mandatos consecutivos, totalizando seis anos, Maurício Assumpção
deixa a presidência do Botafogo, que, assim, conhecerá um novo
mandatário. Nesta terça-feira, os sócios votarão naquele que comandará o
clube no triênio 2015/2016/2017.
São 1.785 sócios aptos a votar das 9h às 21h, na sede de General Severiano. Quatro candidatos estão na disputa: Vinicius Assumpção, da Chapa Alvinegra "Vinicius Presidente", Thiago Cesario Alvim, da Chapa Azul "Por Amor ao Botafogo", Carlos Eduardo Pereira, da Chapa Ouro "Oposição Unida", e Marcelo Guimarães, da Chapa Cinza "Grande Salto".
As eleições do Botafogo são diretas, e o vencedor assumirá o posto já no dia seguinte. A chapa vencedora terá o presidente, o vice e 140 nomes no Conselho Deliberativo. Se a chapa que ficar em segundo lugar tiver mais de 20% dos votos, indica 14 nomes ao Conselho. Se houver empate entre as duas chapas que ficaram em segundo lugar e com mais de 20% dos votos, cada uma indica sete nomes ao Conselho.
São 1.785 sócios aptos a votar das 9h às 21h, na sede de General Severiano. Quatro candidatos estão na disputa: Vinicius Assumpção, da Chapa Alvinegra "Vinicius Presidente", Thiago Cesario Alvim, da Chapa Azul "Por Amor ao Botafogo", Carlos Eduardo Pereira, da Chapa Ouro "Oposição Unida", e Marcelo Guimarães, da Chapa Cinza "Grande Salto".
As eleições do Botafogo são diretas, e o vencedor assumirá o posto já no dia seguinte. A chapa vencedora terá o presidente, o vice e 140 nomes no Conselho Deliberativo. Se a chapa que ficar em segundo lugar tiver mais de 20% dos votos, indica 14 nomes ao Conselho. Se houver empate entre as duas chapas que ficaram em segundo lugar e com mais de 20% dos votos, cada uma indica sete nomes ao Conselho.