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Jobson não aparece para treinar, e Botafogo não sabe seu paradeiro

Atacante, que vai a julgamento nesta quinta-feira no STJD, por causa de problema na passagem pelo futebol árabe, não comunica ausência à direção do futebol alvinegro

Por Rio de Janeiro
O ambiente tumultuado de um Botafogo à beira do rebaixamento ganhou novo capítulo nesta quarta-feira: Jobson não apareceu no Engenhão para participar do treino da manhã. Sem comunicar o motivo da ausência, o atacante está sendo procurado pela diretoria do Botafogo, mas o caso ainda é tratado com cuidado pelo departamento de futebol.
De acordo com a assessoria de imprensa do clube, houve uma tentativa de contato, mas sem sucesso até o momento. O Botafogo também entrou em contato com os representantes do jogador. Existe a possibilidade do atleta se reunir com o advogado Rodolpho Cezar, que vai defendê-lo nesta quinta-feira, no julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

O caso no STJD ainda leva em conta a habilitação para atuar do atacante, que vem atuando pelo Alvinegro após sofrer uma punição da Federação Saudita de Futebol, sob acusação de ter se recusado a fazer exame antidoping quando atuava pelo Al Ittihad, no primeiro semestre. O advogado do jogador já havia pedido licença de Jobson para não participar do treino desta quinta-feira. O julgamento está marcado para 10h.

O atacante, que mora no alojamento do Botafogo, também aguarda a chegada do filho - o que poderia ser outro motivo para a falta no treino. O clube aguarda um contato do jogador, que tem contrato até junho do ano que vem.

Jobson retornou ao Botafogo em setembro, e o clube decidiu escalar o jogador somente depois de obter um parecer do Tribunal, que não se opôs à presença dele em campo por entender que a Fifa não reconhecia internacionalmente a punição dos sauditas. Segundo a Federação Saudita de Futebol, Jobson foi condenado a oito anos de suspensão desde 1º de abril de 2014, mas sequer foi submetido a um julgamento no país.


No Engenhão, o técnico Vagner Mancini comanda treino em campo reduzido nesta quarta-feira. Carlos Alberto segue em tratamento para recuperação de lesão, enquanto o peruano Ramírez só fez alguns exercícios físicos e depois foi para o vestiário.

Mais e mais polêmicas
Recentemente, após a derrota por 1 a 0 para o Figueirense, Jobson se envolveu em uma discussão no vestiário com o técnico Vagner Mancini. Atacante e treinador trocaram algumas palavras de forma exaltada e em tom de acusação por causa do pênalti perdido pelo jogador na partida. No dia seguinte, em entrevista coletiva, Jobson afirmou que foi o único candidato à cobrança e discordou de Mancini, que o tratou como irresponsável.

- Não me arrependo, peguei a bola para bater e ninguém teve coragem de pegar uma picanha dessas, desculpe o termo. Não sou irresponsável, não me acho isso. Jogo lesionado para ajudar o Botafogo, todo mundo saber o grau da minha lesão. Contra o Fluminense todos perceberam, ninguém é burro e estou me curando. Irresponsável eu não sou, não - afirmou o jogador.

Dois dias depois, porém, os dois tiveram uma conversa frente ao grupo alvinegro e pediram desculpas um ao outro.

Jobson, coletiva Botafogo (Foto: Marcelo Barone)
Jobson em entrevista coletiva após discussão com Mancini (Foto: Marcelo Barone)

No retorno ao Botafogo, Jobson disse, por diversas vezes, estar mais maduro e mudado. No passado, porém, as polêmicas foram muitas. Em janeiro de 2010, o Superior Tribunal de Justiça Desportiva suspendeu o jogador por dois anos depois que exames antidoping flagraram cocaína em sua urina em dois jogos do Botafogo no Brasileiro de 2009. No julgamento, Jobson disse ter usado crack. O caso foi julgado em setembro de 2011 pela Corte Arbitral do Esporte (CAS), que também deu pena de dois anos. Como a suspensão passou a contar em 2010, o atacante foi liberado para voltar aos gramados em março do ano passado.

No São Caetano chegou a ser afastado e até mesmo proibido de entrar. Quando estava no clube paulista, o atacante esteve envolvido em polêmica com a ex-mulher Thayne Bárbara, mãe de seu filho, que o acusou de agressão. O caso acabou na delegacia. Em outro episódio, ele também parou na DP por desacato ao tentar escapar de uma blitz. Na ocasião, o carro estava sendo conduzido por um amigo sem habilitação, já que o jogador havia consumido álcool.