Novo presidente do Botafogo afirma: 'O ano de 2015 será bem difícil'
Carlos Eduardo Pereira falou sobre desafios que terá no Alvinegro
Carlos Eduardo Pereira falou sobre desafios que terá no Alvinegro
Rio - O administrador de empresas com
especialização em marketing, Carlos Eduardo Pereira foi durante muito
tempo a única voz de oposição no Botafogo. Com 442 votos, ele derrotou,
entre outros, Thiago Alvim, candidato de Carlos Augusto Montenegro, a
voz política mais poderosa no clube, e chegou ao cargo máximo do
Alvinegro.
Atuante nos últimos 30 anos, já foi diretor de comunicação, vice-presidente administrativo em 1993 e vice-presidente geral de 1994 a 1996, justamente no período da gestão de Montenegro e quando o Glorioso conquistou o seu último Campeonato Brasileiro.
Atuante nos últimos 30 anos, já foi diretor de comunicação, vice-presidente administrativo em 1993 e vice-presidente geral de 1994 a 1996, justamente no período da gestão de Montenegro e quando o Glorioso conquistou o seu último Campeonato Brasileiro.
ODIA:
O senhor mal assumiu a presidência e já tem até amanhã para conseguir
R$ 4,2 milhões para pagar o Refis. O Botafogo tem esse dinheiro?
Carlos Eduardo Pereira:
O Botafogo tem mais do que esse dinheiro bloqueado nessa ação ligada ao
Refis. São R$ 6,9 milhões bloqueados no objeto dessa execução. Nosso
departamento jurídico está se organizando para transformar essa verba
para a própria Fazenda. Não sei se teremos sucesso nessa empreitada e já
conversamos com investidores em outras ocasiões. O tempo é curto.
ODIA:
Como fazer para o Botafogo voltar ao Ato Trabalhista e ter o dinheiro desbloqueado pela Justiça?
Carlos Eduardo Pereira:
A primeira tentativa vai ser mostrar à Justiça Trabalhista que existe
uma jurisprudência na qual nenhuma empresa pode ter 100% das receitas
bloqueadas. Nosso objetivo é mostrar que queremos — e temos obrigação —
de pagar a dívida, mas desse jeito que está é inviável.
ODIA:
Como serão as finanças alvinegras para 2015?
Carlos Eduardo Pereira:
O fundamental é resolvermos o problema da penhora. Se não resolvermos
isso, não vamos ter nada para investir. Para o ano que vem, teremos um
orçamento apertado. Ainda não tenho os números exatos, mas precisaremos
ter criatividade. Em 2016, vamos ter mais folga com o reajuste das cotas
de TV. Vamos tentar montar uma equipe mais forte e pode ter certeza de
que cada centavo será otimizado.
ODIA:
As verbas do ano que vem já foram adiantadas?
Carlos Eduardo Pereira:
Se a administração passada não antecipou receitas recebendo dinheiro,
pelo menos o fez comprometendo com dívidas. Algumas coisas apareceram,
outras ainda estão aparecendo. A torcida que esteja pronta, pois o ano
de 2015 vai ser bem difícil.
ODIA:
Quando o Engenhão estará disponível e quais seus planos para o estádio?
Carlos Eduardo Pereira:
A volta do Engenhão é muito importante. Sem ele, não conseguiremos
implementar o sócio-torcedor. Esperamos que esteja disponível para o
Campeonato Carioca. O estádio tem um elenco de ações que ajudaria a
arrecadar mais. Vamos ter uma política agressiva de ingressos para
atrair de volta o nosso torcedor com um preço mínimo.
ODIA:
Os contratos com a Puma e a Viton 66 terminam no fim do ano. Existe a chance de renovação?
Carlos Eduardo Pereira:
O clube já vinha conversando. A Puma não exerceu a prioridade que tinha
por contrato, mas voltou a manifestar interesse em renovar. Temos todo o
interesse em renovar com a Guaraviton. É uma parceria antiga, mas, se
não acontecer, temos outras opções.
ODIA:
O Jefferson teve muitos problemas na gestão anterior. Ele fica para 2015?
Carlos Eduardo Pereira:
O Jefferson é nossa prioridade total. Ídolo, goleiro da Seleção e um
dos melhores do mundo. Ele tem contrato até o fim de 2015 e só sairá do
Botafogo se quiser. Ele tem uma relação sólida com o clube e já nos
disse que não tem restrição em jogar a Série B.
ODIA:
Qual será a função de Carlos Alberto Torres?
Carlos Eduardo Pereira:
Será uma relação de longo prazo. Em um primeiro momento, estamos
tentando patrocínios master e esportivo. Ele tem muitas relações e pode
nos ajudar. Depois vamos ter projetos de médio e longo prazos nos quais
espero poder contar com ele. Ainda vamos sentar e conversar.
ODIA:
Quem será o seu homem-forte no futebol?
Carlos Eduardo Pereira:
Quem vai estar à frente do futebol é o Antônio Carlos Mantuano. Já
tenho o Gustavo Noronha que fará a parte jurídica como diretor. Devemos
ter mais um ou dois diretores amadores e eles montarão a equipe
completa. Mas, nesse momento, temos que prestigiar o Mancini e o
Gottardo.
ODIA:
Vagner Mancini tem chances de permanecer?
Carlos Eduardo Pereira:
Ainda não tivemos nenhuma conversa. Temos que dar apoio total ao
plantel. O foco está nos dois jogos que faltam. Não digo que ele vai
ficar, ou que não vai. Vamos fazer as avaliações após o término do
Campeonato Brasileiro, ver carências e aí definir.