Marcelo Mattos quer reação em caso de queda: "Não será o fim do mundo"
Após choro em derrota para o Figueirense, volante lamenta situação do Botafogo após campanha de destaque em 2013
Marcelo Mattos treina em Chapecó: novo desafio para evitar rebaixamento do Botafogo (Foto: Gustavo Rotstein)
Segundo sua projeção, Marcelo Mattos voltaria a reforçar o
Botafogo em julho após a pausa para a Copa do Mundo, quando estaria totalmente
recuperado de uma cirurgia na região pubiana. Mas um problema no processo de
cicatrização adiou o projeto em quatro meses. O volante conseguiu retornar
somente no último domingo, quando pouco pôde fazer para impedir a derrota por 1
a 0 para o Fluminense. Embora seja um reforço recente no campo, Mattos não
demorou a se envolver com o drama alvinegro. Na última quarta-feira ele deixou
o campo chorando depois da derrota para o Figueirense, em São Januário.
Driblando falta de condicionamento físico e ritmo de jogo,
Marcelo Mattos já é um ponto de apoio do técnico Vagner Mancini para os últimos
três jogos do Botafogo no Campeonato Brasileiro. Um dos líderes do elenco, o
volante garante que não faltará superação para tentar vencer uma situação que
se mostra quase irreversível, mas afirma que os jogadores não podem se dar por
vencidos se o pior acontecer já neste domingo, contra a Chapecoense, em Santa Catarina.
- No ano passado o Botafogo fez um baita campeonato, chegou
à Libertadores e eu fiz parte disso tudo. Aí nós vemos o Botafogo desde janeiro
com mudanças em todos os aspectos e ficamos tristes. A gente tenta resolver em
campo e não acontece, então é difícil. Não era só por causa daquele jogo (o choro
contra o Figueirense). Esperava um ano de conquistas, inclusive a da
Libertadores, e vejo nossa situação. O Botafogo é um time grande, não é para
estar nas últimas três rodadas brigando para não cair. Eu não gostaria de fazer
parte disso - afirmou.
Marcelo Mattos garante que, por mais que os resultados sejam
negativos, não vem faltando dedicação por parte dos jogadores. Com contrato em
vigor ao longo da próxima temporada, o volante diz estar disposto a fazer parte
da recuperação alvinegra em 2015, seja na Primeira Divisão ou na Série B.
- Se cair, não será o fim do mundo. Todos vão ter que
continuar a vida de cabeça erguida. Claro que vamos fazer máximo para que não
aconteça. Enquanto houve chance, podemos sair dessa, mas se acontecer, vamos
continuar trabalhando. No futebol isso está sujeito a acontecer - explicou.
Com 30 anos e 138 partidas pelo Botafogo, Marcelo Mattos é
um dos responsáveis por transmitir tranquilidade a um grupo formado em sua
maioria por jovens pouco acostumados à pressão de enfrentar uma situação extrema
num grande clube.
- O Gegê, por exemplo, é um jogador jovem e que se dedica
muito. Tinha que estar o Seedorf aqui, e o Gegê entrar no lugar dele aos 30
minutos do segundo tempo para ganhar corpo, sentir a responsabilidade, começar
a decidir jogos e então se firmar. Não pode ele ter que resolver. É uma situação
muito difícil. Se houvesse mais experientes talvez o Botafogo não estivesse
nessa situação - avaliou.