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A Grande Família de General Severiano

                                              Botafogo se inspira na seleção de 2002 na reta final do Brasileirão

Marcelo Mattos aposta na união do Botafogo para conquistar o título

Marcos Penido (penido@oglobo.com.br)

Jogadores do Botafogo treinam no campo anexo do Engenhão. Foto: Jorge William/Agência O Globo

RIO - O Botafogo anda afinado em matéria de pensamento. No campo anexo do Engenhão, os jogadores trabalharam duro na parte física e técnica, ganhando força para o jogo contra o Figueirense, sábado, no Engenhão, que, em caso de vitória, deixa o clube em ótima situação na tabela do Brasileiro faltando cinco rodadas para o fim. Fora dele, Marcelo Mattos levantou a bola para um horizonte maior e ambicioso para um clube que já ganhou da Fifa a honra de ser considerado entre os 12 maiores do mundo no século passado e ambiciona recuperar o seu prestígio e melhorar de posição no futebol atual. 

- Quando escolhi ficar no Botafogo, na metade do ano, foi pensando, em primeiro lugar, em conquistar o título brasileiro. Depois, uma vaga na Libertadores e fazer o caminho até disputar o Mundial de clubes. Sinto o torcedor alvinegro com esperança no título e acredito que todos temos que pensar grande. É preciso acreditar - disse Mattos. 

Quando um ídolo como Loco Abreu toma uma iniciativa importante pedindo dispensa de um amistoso da seleção uruguaia para vestir a camisa alvinegra a tempo de enfrentar o Vasco, sinaliza para todos os companheiros que está junto na briga pelo título. Contagia. 

A ponto de ganhar um elogio de Jéfferson, um outro importante líder, e goleiro da seleção brasileira. 

- Temos de enaltecer a postura do Loco. É um líder dentro e fora de campo. Identificou-se muito com o Botafogo. Ele se manifestou para os dirigentes da seleção uruguaia, e vai enfrentar o Vasco. É um exemplo para todos - disse Jéfferson. 

É neste ambiente, em que todos estão procurando melhorar o rendimento e dar o algo mais necessário a quem deseja realmente brigar pelo título de campeão brasileiro, que alguns detalhes são essenciais. A resposta de Cortês quando indagado sobre uma queda de rendimento no Botafogo após ser convocado para a seleção brasileira mostra humildade sem perda da noção do que pode render. 

- É na crítica que você aprende e cresce. Continuo trabalhando para dar o máximo. Acho que a vitória sobre o Cruzeiro foi fundamental para a nossa arrancada nesta reta final .- disse o jogador. 

Dois fatos são lembrados pelos jogadores como muito importantes. O primeiro é a boa campanha do time no Engenhão, onde está invicto na atual competição, com 12 vitórias e quatro empates. O estádio transformou-se em um caldeirão alvinegro.

O outro é a presença da torcida. Todos os jogadores destacam a sua importância. Mesmo no jogo contra o Cruzeiro, quando se esperava um Engenhão lotado, o que não aconteceu, o apoio dos que compareceram foi considerado fundamental. A torcida literalmente jogou com o time. 

A vitória contra o Cruzeiro e a necessidade de o time passar pelo Figueirense para ficar em situação confortável na tabela e com chances na briga pelo título faz com que todos acreditem em um Engenhão lotado no sábado para mais um espetáculo de união entre time e torcida. 

A principal lição foi bem lembrada por Marcelo Mattos. Se realmente todos estão conscientes de que o clube precisa de uma grande conquista nacional e voltar a entrar no circuito internacional, deve entrar ligado desde o início nos seis jogos que faltam, cometer o menor número de erros possíveis, aproveitar as chances criadas, para inserir de vez o nome de cada um na história do clube. E do Botafogo mais uma vez na da Fifa.