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Peixe dá sorte e não sai da cabeça de Jefferson para final contra o Vasco

Com chance de levantar taça como capitão pela primeira vez na carreira, goleiro mantém desenho após vencer Fla, mas pode ser proibido de usá-lo

 

Por Thales Soares Rio de Janeiro


Cabeça feita, Jefferson faz do seu cabelo um atrativo a mais nos jogos do Botafogo. Os desenhos são uma rotina, e no clássico com o Flamengo ele apresentou um peixe no lugar da estrela, símbolo do clube que já havia sido representada de várias formas. Agora, a vitória por 2 a 0 sobre o rival, responsável pela quebra de uma série de escritas, fez o goleiro decidir pela manutenção da nova figura. Afinal, deu sorte, e a superstição acompanha os alvinegros.

O peixe é o símbolo dos Atletas de Cristo, e Jefferson decidiu prestar uma homenagem. Segundo o goleiro, significa a força para nadar contra a correnteza. Ele espera que o sucesso se repita na decisão da Taça Guanabara, domingo, contra o Vasco, no Engenhão, quando o Botafogo, mais uma vez, jogará com a necessidade de vencer. A vantagem de empate, assim como na semifinal contra o Flamengo, é do adversário.

No entanto, o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) está de olho no goleiro. Isso porque a International Football Association Board, entidade ligada à Fifa, e o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) não permitem manifestações religiosas dentro do campo de jogo. O Tribunal vai estudar o caso e não descarta punir o camisa 1 alvinegro.

montagem desenhos cabelo Jefferson Botafogo 2 (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com) 
 
Versatilidade nos desenhos na cabeça de Jefferson (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)
 
- Tem que nadar contra a correnteza desse mundo, contra as coisas tristes e erradas, por isso fiz essa homenagem. Para o Botafogo, as coisas se tornam mais difíceis. Vamos nadar contra a correnteza e conquistar o título - afirmou Jefferson, que também já escreveu o nome da mulher Michele na cabeça.

Com a braçadeira de capitão, o goleiro tem a chance de levantar pela primeira vez uma taça em sua carreira. Ele chegou a receber a honraria com a camisa da seleção brasileira no Superclássico das Américas. Mas com a falta de luz em Resistência, o confronto foi adiado e ele acabou na reserva Diego Cavalieri quando a decisão finalmente aconteceu.

- Fui capitão nas categorias de base, no Superclássico das Américas, mas no Botafogo é a primeira vez. Todo jogador pensa nisso, mas não pode deixar essa vaidade influenciar no campo. O Botafogo é um grupo, um todo - comentou Jefferson.

Para que o Botafogo chegasse à decisão da Taça Guanabara, Jefferson foi fundamental. Ele fez grandes defesas e ficou até com medo de ver sua mulher entrar em trabalho de parto no estádio. Ela está grávida de sete meses de Jéssica, a terceira filha do jogador, que é pai de Nicole, de 4 anos, e Débora, de 3.

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- Foi complicado. Graças a Deus, fiz várias defesas. A mais difícil foi a do Ibson, à queima-roupa. Soquei uma bola, achei que havia sido falta em mim, quase me machuquei e tive tranquilidade para defender com o pé. No reflexo mesmo - disse o goleiro.

A seleção brasileira ainda é seu objetivo. O técnico Luiz Felipe Scolari convoca nesta terça-feira, às 15h, para os confrontos com Itália, dia 21 de março, em Genebra, na Suíça, e Rússia, quatro dias depois, em Londres. No dia 24 de abril, com uma equipe formada só por jogadores que atuam no país, o Brasil enfrenta o Chile, no Mineirão.

- Estou tranquilo. Trabalho para estar no grupo e vejo a camisa 1 em aberto. Estou correndo atrás, e se tiver espaço vou aproveitar a oportunidade. Esses dois anos são importantes para mim, decisivos para a conquista de títulos pelo Botafogo e para chegar à seleção brasileira, com a mudança de técnico. Estou fazendo o máximo - garantiu Jefferson.