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Rabello atribui erros de Madureira x Bota a assistentes e elogia o árbitro

'Mostrou coragem e preparo emocional', diz presidente da Comissão de Arbitragem do Rio, que parabenizou Philip Georg Bennett com um abraço

 

Por Thiago de Lima Rio de Janeiro




As polêmicas envolvendo o duelo entre Madureira e Botafogo, na tarde de domingo em Moça Bonita, recaíram sobre o árbitro Philip Georg Bennett. De forma injusta para o presidente da Comissão de Arbitragem da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). Jorge Rabello analisou que houve dois erros no jogo, mas os atribuiu aos assistentes Luiz Claudio Regazone e Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa. O primeiro - que será afastado para reciclagem - por não assinalar o impedimento de Seedorf no lance que gerou o pênalti de Fernando em Rafael Marques, e o segundo por marcar equivocadamente uma falta de Bolívar em Derley, na jogada em que ele terminaria sofrendo um pênalti de Jefferson.

Philip, por sua vez, recebeu só elogios de Rabello, que enalteceu em mais de uma oportunidade a coragem do árbitro em campo. O que motivou até um abraço de parabenização quando os dois se encontraram na tarde desta segunda feira, na sede da federação carioca.

- Dei os parabéns pela coragem. Ele foi muito bem em todas as variáveis de um árbitro num jogo: parte fisica, técnica, disciplinar e emocional. Tudo o que fez foi de forma correta. É um jovem de 27 anos, que está há quatro anos no quadro nacional e mostrou o seu potencial. Merece todos os parabéns. Infelizmente, houve um erro do Regazone ao não marcar o impedimento do Seedorf. No outro lance, o assistente achou que houve um toque (que derrubou Bolívar), e ele ainda acha que houve. Vai até buscar uma imagem para tentar mostrar. Eu achei que não houve, mas o assistente estava ali. Foram dois erros que aconteceram na partida pelos assistentes. Ele (Philip) em nenhum momento errou - opinou.

Foi uma decisão entre os árbitros, que começou com o próprio Regazone. Quando aconteceu o pênalti, ele fala no ponto eletrônico: "Pô, Philip, vacilei". Ele não ficou convicto se foi um passe do jogador do Madureira ou não. Aí, tanto o quarto árbitro como o adicional falaram no radio comunicador que não houve passe. Eles são orientados a não reiniciar a partida enquanto houver dúvida"
 
Jorge Rabello, presidente da Comissão de Arbitragem, sobre atraso na anulação do pênalti
O tempo de um minuto e 38 segundos, levados desde a marcação do pênalto sobre Rafael Marques à anulação do lance, foi lamentado por Rabello, mas não considerado um erro. O presidente da Comissão de Arbitragem revelou que o próprio auxiliar percebeu o equívoco e deu início ao diálogo entre os árbitros na ocasião. Além disso, ele rechaçou qualquer possibilidade de interferência da TV sobre a decisão final e minimizou a longa pausa devido à marcação correta.

- Infelizmente houve uma demora na decisão de voltar o pênalti. Demorou, mas felizmente acertou. Houve uma conferência entre os árbitros. E vamos acabar com essa história de que houve ajuda externa. Eu estava assistindo ao jogo pela TV, e o lance do impedimento só foi reprisado depois que o Philip tirou a bola da marca do pênalti. Foi uma decisão entre os árbitros, que começou com o próprio Regazone. Quando aconteceu o pênalti, ele fala no ponto eletrônico: "Pô, Philip, vacilei". Ele não ficou convicto se foi um passe do jogador do Madureira ou não. Aí, tanto o quarto árbitro como o adicional falaram no radio comunicador que não houve passe. Eles são orientados a não reiniciar a partida enquanto houver dúvida - explicou Rabello, voltando a elogiar Philip.

- Ele poderia ter sido covarde, omisso, pois já tinha marcado o pênalti quando houve o diálogo e poderia falar para o assistente: "Depois você que segure teu erro do impedimento". Mas ele mostrou coragem e prepar emocional, em nenhum momento se perdeu.

Árbitro Madureira x Botafogo (Foto: Guilherme Pinto/Agência O Globo) 
 
Philip: alvo de reclamações dos jogadores e de elogios de Rabello (Foto: Guilherme Pinto/Agência O Globo)
 
 
Presidente não crê em anulação do cartão dado a Seedorf


Ao fim do jogo, o discurso do Botafogo era tentar anular o cartão vermelho dado a Seedorf. O argumento seria de que houve um equívoco tanto do árbitro quanto do jogador, já que quem foi substituído para a entrada de André Bahia foi Cidinho, e não o holandês. Se ambos tivessem percebido isso, a expulsão poderia ter sido evitada. Mas a divulgação da súmula da partida, onde o juiz alega ter sido acusado de 'palhaçada', mudou os planos da diretoria alvinegra, que não deve mais entrar com uma representação contra Philip na federação. Mesmo que aconteça uma manifestação do clube, Rabello não acha possível anular o cartão.

- Primeiro, não entendedo como o TJD vai entender isso legalmente. É uma opinião pessoal, não vejo como anular. Se fosse porque o árbitro se enganou, mas o árbitro deu o segundo cartão amarelo porque o Seedorf disse que ele estava de palhaçada. De qualquer maneira, sempre digo que é direito de qualquer filiado, em qualquer competição, fazer uma interpelação. E nós, da Comissão de Arbitragem, temos a obrigação de responder e tentar explicar, concordar ou discordar.