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Márcio Rezende de Freitas evita desculpas por erro em 1995: 'Não sou hipócrita'

Apontado como culpado pela derrota do Santos na final do Brasileiro de 1995, árbitro reconhece falha, mas não se retrata


Márcio Rezende de Freitas (Foto: Sérgio Mourão)  
Márcio Rezende de Freitas é algoz santista em vice 
do Brasileiro de 1995 (Foto: Sérgio Mourão)
 
Bruno Cassucci
São Paulo (SP)
 
Não há santista vivo que não se recorde com tristeza da final do Brasileiro de 1995 contra o Botafogo. Mais amargo que o vice-campeonato, só a forma como a perda ocorreu: com duas falhas gritantes do árbitro Márcio Rezende de Freitas.

Pouco mais de 16 anos depois, no centenário do Peixe, o algoz da equipe na decisão também não se esquece da atuação desastrosa, mas se mostra desconfortável ao falar do tema.

– Eu me lembro. Assim como me lembro das outras mil vezes que acertei – disse Freitas ao LNET!, questionado sobre o assunto.

Na final, o árbitro validou gol de Túlio, que estava impedido, e anulou tento do atacante Camanducaia, que estava em posição legal (confirmada pelo auxiliar, que correu para o meio de campo).

Contudo, apesar de admitir o erro, o "vilão" santista, que atualmente é comentarista de TV, não quis se desculpar com os santistas. Após sugestão do LANCENET!, que propôs uma retração na semana em que o Santos comemora 100 anos, Freitas foi enfático:

– Não sou hipócrita. Errei e já falei o que tinha de ser dito!

Márcio Rezende de Freitas afirma que tem uma fita com a gravação da final entre Santos e Botafogo guardada. Pressionado e ofendido por torcedores santistas nas ruas até hoje, o mineiro conta como ficou sabendo da "lambança".

- No intervalo os jogadores do Santos vieram me pressionar, mas só vi o que aconteceu no hotel. Aí você olha para o seu auxiliar e diz: "Que beleza!".

Márcio Rezende de Freitas não foi punido pela CBF e teve mais uma chance, ao ser escalado para a final de 1996. Em 2005, ano em que se aposentou, ele cometeu outro erro grave em jogo decisivo. Em duelo entre Corinthians e Inter, no mesmo Pacaembu, ele deixou de dar pênalti de Fábio Costa em Tinga e ainda expulsou o volante colorado.

Apesar disso, o ex-árbitro julga que teve uma carreira brilhante:

- É que eu apitei no Brasil. Se estivesse na Europa, seria considerado um dos melhores do mundo.