Spider é o ‘mocinho’ de documentário sobre a primeira luta dele contra o ‘vilão’ Chael Sonnen, com exibição nacional a partir de 16 de março
O Globo
SÃO PAULO - A partir do dia 16, Anderson Silva estará na luta por novo recorde: o lutador de MMA, dono do cinturão da categoria médio, é a aposta da California Filmes para bombar as 150 salas de cinemas de todo o Brasil onde será exibido o documentário Anderson Silva: Como Água, que narra sua preparação nos Estados Unidos para o UFC 117, que aconteceu em dezembro de 2010, na Califórnia. O ‘Spider’ é o mocinho contra o inimigo e "vilão" Chael Sonnen. O brasileiro é recordista de vitórias consecutivas no UFC (14) e de defesas de título na principal liga de MMA do mundo (9).
- Queremos atingir o patamar de 500 mil pessoas no Brasil. Seria quase o dobro de público de documentários como o do Senna, por exemplo. Nosso objetivo é ousado, mas nossa aposta é no Anderson Silva. Ele vive um momento mágico da vida dele, é ídolo dos jovens e muitos jovens não viram Senna nem Pelé em ação - declarou Vladimir Fernandes, o presidente da Califórnia Filmes, que foi ao Festival Internacional de Cinema de Toronto, em setembro de 2010, apenas para comprar de uma empresa canadense os direitos de distribuição para toda a América Latina.
Segundo o portal “Filme B”, especializado no mercado de cinema, o documentário nacional de maior público no Brasil é Vinicius, com 271.979 espectadores e R$ 2.378.985,00 de bilheteria. A maior bilheteria para um documentário de todos os tempos é de Fahrenheit - 11 de setembro (mais de 1,1 milhão de espectadores), sendo 674.198 no Brasil (e renda de R$ 5.315.624,30).
O ducumentário sobre Anderson, produção americana de 76 minutos e direção de Pablo Croce, estreia primeiro no Brasil (16 de março), com censura para 14 anos. De acordo com Fernandes, México deve ser a segunda praça, por causa da popularidade do esporte. Como Água foi exibido no Festival do Rio e eleito o melhor documentário estreante no Festival de Tribeca (2011). Não há previsão para entrar em cartaz nos Estados Unidos.
Anderson Silva, um popstar ‘cor-de-rosa’
A cabine para jornalistas realizada nesta segunda-feira, em São Paulo, estava concorrida. Anderson deu entrevista após a exibição do filme no mesmo cinema. Sentou em mesa montada perto da tela e seus interlocutores ocuparam as poltronas destinadas à plateia. Ele vestia camiseta rosa e abusou das brincadeiras, talvez para paracer simpático. É que Anderson se diz tímido e, normalmente, não tem paciência para longas matérias e questões mais apimentadas. O documentário, aliás, mostra cenas engraçadas de entrevistas com ele. Uma delas, feita por telefone, em que ele responde com apenas "não", "sim" e "nada" a perguntas sobre as provocações de Sonnen. Nessa mesma conferência, o empresário Ed Soares, que traduzia as afirmações de Anderson, deu risada quando o lutador afirmou que havia treinado com o ator Steven Seagal para enfrentar Sonnen. Deixou no ar a impressão de que se tratava de uma estratégia de marketing, acusação negada pelo brasileiro até hoje.
Outro momento delicado, que aparece no filme, é quando o empresário questionou a participação de Anderson na promoção de seus combates.
- Tenho que estar preparado para isso, mas gosto de fazer o meu melhor, que é lutar. Não gosto muito (promoções) porque acontecem perto das lutas - justificou o campeão, em coletiva para a imprensa.
Anderson, que comentou que em determinado momento “nem sentia" que estava sendo filmado, fez graça sobre a cor da camiseta que vestia na entrevista. Disse que o rosa é uma das cores favoritas e pediu o telefone do repórter que lhe qusetionou sobre o assunto. O rival Sonnen já tinha debochado do brasileiro por usar rosa, também "para parecer gângster". O filme mostra quando eles "brigam" em entrevista pré-UFC 117 por conta disso. Chega a ser engraçado.
Família, treinos e provocações
Logo no início, aparece Bruce Lee, ídolo de Anderson, "justificando" o título: ele diz que um artista marcial deve ser "como água", sem forma e facilmente adaptável a qualquer ambiente. Uma sequência de lutas do brasileiro culmina com o título mundial dos médios para então ele surgir como pai e marido, na sua casa no Rio. Sua esposa diz que ele havia prometido lhe dar uma bela casa e um belo carro. "Ele conseguiu", afimou ela, enquanto Silva se encontra no sofá, encaixado nos filhos.
Como Água mostra Anderson treinando à exaustão nos Estados Unidos, com seus amigos lutadores Lyotto "The Dragon" Machida, Junior Cigano dos Santos e Antonio "Minotauro" Nogueira. E a história começa a "pegar fogo" com a luta de Anderson e do compatriota Damian Maia, em abril de 2010, em Abu Dhabi (UFC 112). O “Spider” corre em círculos no octógono, fugindo da briga e menosprezando o adversário, a quem chamava de “playboy”. Ele mantém o título, mas é duramente criticado. Na entrevista coletiva pós-luta, jornalistas lhe perguntam se achava que o público havia gastado bem o dinheiro com a compra do ingresso. O presidente do UFC, Dana White, não quis dar o cinturão a ele no final do combate e se disse constrangido com o acontecido. Foi talvez a maior polêmica da carreira de Anderson.
A próxima defesa de título é com Sonnen, que o provoca de todas as maneiras aproveitando o momento do brasileiro. White, insatisfeito com o evento de Abu Dhabi e com a falta de comprometimento de Anderson na promoção da luta, o ameçada de expulsão do UFC.
O "vilão" é engraçado porque fala muita besteira. Mas pegou realmente mal a afirmação dele de que no Brasil não existe a cultura de se reverenciar o adversário porque se for feita, o autor do gesto teria sua carteira roubada. Pior foi o empresário de Anderson concordar:
- Infelzimente ele é meu empresário e é americano como Sonnen. Se eu falasse isso dos Estados Unidos poderia ser proibido de entrar no país - comentou Anderson, na coletiva para os jornalistas.
O machucado na costela, a saudade da família e a pressão extra de demissão servem de base para a recuperação de Anderson Silva, consagrada depois da vitória duríssima, conquistada apenas no quinto round, por finalização. A escalada de acontecimentos até essa luta envolve o espectador, que se surpreende com os treinos duríssimos na academia e as "fraquezas" de um campeão.
Como Água chega aos cinemas em época propícia já que Anderson e Chael lutarão em junho, provavelmente em São Paulo (não há local definido ainda). O americano já provoca novamente: diz que pediu revanche quatro vezes e estampa fotos na internet com ironias (usa o símbolo do Palmeiras, rival do Corinthians, o clube de Anderson). Num vídeo no Youtube, Sonnen usa uma camisa com o Tio Sam e os dizeres "Eu quero você, Anderson Silva".
Para a nova luta, Anderson diz que irá se preparar com o mesmo afinco, mas no Rio. Sua equipe de treinos ainda não foi definida.
- Queremos atingir o patamar de 500 mil pessoas no Brasil. Seria quase o dobro de público de documentários como o do Senna, por exemplo. Nosso objetivo é ousado, mas nossa aposta é no Anderson Silva. Ele vive um momento mágico da vida dele, é ídolo dos jovens e muitos jovens não viram Senna nem Pelé em ação - declarou Vladimir Fernandes, o presidente da Califórnia Filmes, que foi ao Festival Internacional de Cinema de Toronto, em setembro de 2010, apenas para comprar de uma empresa canadense os direitos de distribuição para toda a América Latina.
Segundo o portal “Filme B”, especializado no mercado de cinema, o documentário nacional de maior público no Brasil é Vinicius, com 271.979 espectadores e R$ 2.378.985,00 de bilheteria. A maior bilheteria para um documentário de todos os tempos é de Fahrenheit - 11 de setembro (mais de 1,1 milhão de espectadores), sendo 674.198 no Brasil (e renda de R$ 5.315.624,30).
O ducumentário sobre Anderson, produção americana de 76 minutos e direção de Pablo Croce, estreia primeiro no Brasil (16 de março), com censura para 14 anos. De acordo com Fernandes, México deve ser a segunda praça, por causa da popularidade do esporte. Como Água foi exibido no Festival do Rio e eleito o melhor documentário estreante no Festival de Tribeca (2011). Não há previsão para entrar em cartaz nos Estados Unidos.
Anderson Silva, um popstar ‘cor-de-rosa’
A cabine para jornalistas realizada nesta segunda-feira, em São Paulo, estava concorrida. Anderson deu entrevista após a exibição do filme no mesmo cinema. Sentou em mesa montada perto da tela e seus interlocutores ocuparam as poltronas destinadas à plateia. Ele vestia camiseta rosa e abusou das brincadeiras, talvez para paracer simpático. É que Anderson se diz tímido e, normalmente, não tem paciência para longas matérias e questões mais apimentadas. O documentário, aliás, mostra cenas engraçadas de entrevistas com ele. Uma delas, feita por telefone, em que ele responde com apenas "não", "sim" e "nada" a perguntas sobre as provocações de Sonnen. Nessa mesma conferência, o empresário Ed Soares, que traduzia as afirmações de Anderson, deu risada quando o lutador afirmou que havia treinado com o ator Steven Seagal para enfrentar Sonnen. Deixou no ar a impressão de que se tratava de uma estratégia de marketing, acusação negada pelo brasileiro até hoje.
Outro momento delicado, que aparece no filme, é quando o empresário questionou a participação de Anderson na promoção de seus combates.
- Tenho que estar preparado para isso, mas gosto de fazer o meu melhor, que é lutar. Não gosto muito (promoções) porque acontecem perto das lutas - justificou o campeão, em coletiva para a imprensa.
Anderson, que comentou que em determinado momento “nem sentia" que estava sendo filmado, fez graça sobre a cor da camiseta que vestia na entrevista. Disse que o rosa é uma das cores favoritas e pediu o telefone do repórter que lhe qusetionou sobre o assunto. O rival Sonnen já tinha debochado do brasileiro por usar rosa, também "para parecer gângster". O filme mostra quando eles "brigam" em entrevista pré-UFC 117 por conta disso. Chega a ser engraçado.
Família, treinos e provocações
Logo no início, aparece Bruce Lee, ídolo de Anderson, "justificando" o título: ele diz que um artista marcial deve ser "como água", sem forma e facilmente adaptável a qualquer ambiente. Uma sequência de lutas do brasileiro culmina com o título mundial dos médios para então ele surgir como pai e marido, na sua casa no Rio. Sua esposa diz que ele havia prometido lhe dar uma bela casa e um belo carro. "Ele conseguiu", afimou ela, enquanto Silva se encontra no sofá, encaixado nos filhos.
Como Água mostra Anderson treinando à exaustão nos Estados Unidos, com seus amigos lutadores Lyotto "The Dragon" Machida, Junior Cigano dos Santos e Antonio "Minotauro" Nogueira. E a história começa a "pegar fogo" com a luta de Anderson e do compatriota Damian Maia, em abril de 2010, em Abu Dhabi (UFC 112). O “Spider” corre em círculos no octógono, fugindo da briga e menosprezando o adversário, a quem chamava de “playboy”. Ele mantém o título, mas é duramente criticado. Na entrevista coletiva pós-luta, jornalistas lhe perguntam se achava que o público havia gastado bem o dinheiro com a compra do ingresso. O presidente do UFC, Dana White, não quis dar o cinturão a ele no final do combate e se disse constrangido com o acontecido. Foi talvez a maior polêmica da carreira de Anderson.
A próxima defesa de título é com Sonnen, que o provoca de todas as maneiras aproveitando o momento do brasileiro. White, insatisfeito com o evento de Abu Dhabi e com a falta de comprometimento de Anderson na promoção da luta, o ameçada de expulsão do UFC.
O "vilão" é engraçado porque fala muita besteira. Mas pegou realmente mal a afirmação dele de que no Brasil não existe a cultura de se reverenciar o adversário porque se for feita, o autor do gesto teria sua carteira roubada. Pior foi o empresário de Anderson concordar:
- Infelzimente ele é meu empresário e é americano como Sonnen. Se eu falasse isso dos Estados Unidos poderia ser proibido de entrar no país - comentou Anderson, na coletiva para os jornalistas.
O machucado na costela, a saudade da família e a pressão extra de demissão servem de base para a recuperação de Anderson Silva, consagrada depois da vitória duríssima, conquistada apenas no quinto round, por finalização. A escalada de acontecimentos até essa luta envolve o espectador, que se surpreende com os treinos duríssimos na academia e as "fraquezas" de um campeão.
Como Água chega aos cinemas em época propícia já que Anderson e Chael lutarão em junho, provavelmente em São Paulo (não há local definido ainda). O americano já provoca novamente: diz que pediu revanche quatro vezes e estampa fotos na internet com ironias (usa o símbolo do Palmeiras, rival do Corinthians, o clube de Anderson). Num vídeo no Youtube, Sonnen usa uma camisa com o Tio Sam e os dizeres "Eu quero você, Anderson Silva".
Para a nova luta, Anderson diz que irá se preparar com o mesmo afinco, mas no Rio. Sua equipe de treinos ainda não foi definida.