Meia-atacante, agora no Bangu, foi inscrito na última sexta, relembra época de dificuldade na Série B pelo Alvinegro e espera voltar a um clube grande
Os quatro meses de espera para voltar a jogar futebol não poderiam acabar de forma melhor: Almir fará sua estreia pelo Bangu justamente contra o Botafogo, clube que o revelou e pelo qual passou sua melhor fase na carreira, na época da Série B do Brasileiro, em 2003. O meia-atacante foi inscrito na última sexta-feira e garante estar livros dos quilinhos a mais deppois de três semanas de preparação. O destino, no entanto, o colocou em uma roubada: se fizer um gol que ajude o time da zona oeste a vencer pela primeira vez no Carioca, deve comemorar ou não?
- Sempre respeitei o Botafogo, quando me perguntavam, onde quer que fosse, eu só elogiava a força e a tradição do clube. Sinceramente, não sei qual seria minha reação. Penso em não comemorar. Mas na fase que o Bangu se encontra é complicado. Um gol vai ser muito importante. Vou esperar, caso acontceça, vou ver na hora. Meu respeito pelos torcedores, que sempre tive carinho e me trataram como ídolo, é imenso. O que me tornei como homem eo que conquistei na vida, devo ao Botafogo. Imagina um garoto da Paraíba que de repente se destaca num clube como esse? Sou privilegiado - ressaltou Almir, que já enfrentou o ex-time pela Ponte Preta e pelo Atllético-MG, mas nunca venceu nem balançou as redes.
Em 2007, Almir foi o melhor jogador do futebol coreano: tempos mudaram (Foto: Divulgação)
A época de vacas magras, apesar dos percalços, traz nostalgia e orgulha o jogador. Ele não esconde que a estrutura era precária há dez anos, mas não trocaria a experiência que teve.
- O Bebeto (de Freitas, presidente) sempre jogou limpo com a gente. Lembro das palavras dele, arrasado por não ajudar mais. Tinha acabado de assumir e lutou muito para melhorar. Nós não tínhamos vaidade. Íamos de van para os jogos, no Caio Martins, porque o clube não podia pagar um ônibus. Sabíamos que os salários atrasariam, mas abrimos mão de tudo. O pensamento era só recolocar o Botafogo na Série A de novo. Não existia ameaça de greve ou cobrança à diretoria. E o Levir (Culpi, técnico) conseguiu unir o time. Se passou por aquilo, um estado de quase falência, e superou, hoje é um clube melhor, foi importante para não se repetir os erros. A facilidade, agora, é bem maior, com grandes nomes, estrutura e, em cinco anos, vai estar melhor, não tenho dúvida. Vivi grandes momentos e levo isso na minha memória - disse Almir
.Almir comemora um dos gols pelo Botafogo, no
Caio Martins (Foto: Reprodução SporTV)
Caio Martins (Foto: Reprodução SporTV)
Aos 29 anos, o meia-atacante não recebeu propostas vantajosas em seu retorno, mas resolveu abraçar o projeto do Bangu. Ainda assim, espera voltar ao cenário principal do país.
- Foi até uma surpresa eu voltar para o Brasil agora. Via essa possibilidade muito distante. Mas as coisas foram acontecendo e fiquei feliz com a missão de tirar o Bangu dessa situação difícil (é o último no geral no estadual). Vim com confiança. Não quero atropelar as coisas e penso em ajudar aqui. Mas me acho em melhores condições técnica e física do que antes. Além de mais maduro e ciente das responsabilidades de um jogador profissional. Tenho o objetivo de voltar a um clube grande e farei de tudo para chegar - avisou.