Ex-jogador do Botafogo, que também já teve problemas com drogas, aconselha atacante de hoje, antes de seu retorno
Tiago Pereira
Vinícius Perazzini
Rio de Janeiro (RJ)
Vinícius Perazzini
Rio de Janeiro (RJ)
Jobson e Paulo Cézar Caju, sinônimos de rebeldia. O primeiro volta aos campos neste sábado contra o Bangu, às 16h, em Moça Bonita, após seis meses suspenso por doping em 2009. O segundo, tricampeão mundial pela Seleção em 1970, foi dependente químico por 17 anos. Entre eles, uma amizade repleta de lições de vida e conselhos.
No fim do ano passado, Paulo Cézar Caju, de 62 anos, ídolo alvinegro, foi convidado pelo então vice-presidente geral do Botafogo, Antônio Carlos Mantuano, para fazer parte do processo de recuperação de Jobson. O ex-jogador, que largou as drogas por meio da própria força de vontade, se colocou à disposição do clube e ganhou papel preponderante na volta por cima de Jobson.
– Mais do que amigo, Jobson é como um filho para mim, até pela diferença de idade. Ele é muito inteligente – disse Caju ao LANCENET!.
Jobson confessou uso de crack há três anos, mas se diz longe das drogas desde então. Em 2010, ele enfrentou problemas com o álcool e excesso de noitadas. Por sua vez, Paulo Cézar ficou deprimido quando largou o futebol, em 1983, e se viciou em cocaína. Mulherengo nos anos 70 e visto por muitos como o primeiro jogador pop, hoje o ex-atleta aconselha Jobson a fugir das tentações.
– Espera só ele arrebentar. Vai ter que negar muita coisa. Vão aparecer mulheres aos montes, biritas, quiosques de praia... Ainda mais que vai se mudar para a Barra da Tijuca (bairro nobre no Rio) – disse.
PC Caju dá palestras sobre drogas há 12 anos e já tocou muitos corações. Com Jobson, a conquista se deu por detalhes, como na festa de aniversário de 24 anos. Ambos se encontraram pela última vez na quarta-feira, no Rio de Janeiro, tendo o ídolo saído de São Paulo, onde mora, para uma visita especial. O futebol agradece por essa dedicação.
MÉDICO VAI ACOMPANHAR JOBSON
Força não vai faltar a Jobson hoje. Outra pessoa fundamental em sua volta, o psicanalista Roberto Hallal, que o acompanha desde novembro do ano passado, deve estar em Moça Bonita para passar força.
– Com o apoio adequado se reergue uma vida. Meu plano é estar com o Jobson até momentos antes de a bola rolar. Será um momento especial – disse Roberto Hallal com exclusividade ao LANCE!.
Sobre o vínculo entre Paulo Cézar Caju e Jobson, Roberto Hallal destacou a nobreza do ex-jogador.
– Um tricampeão mundial só pode trazer coisas boas ao Jobson. Paulo Cézar Caju teve um ato de nobreza em estar ao lado do Jobson nos momentos mais difíceis. Quantos campeões do mundo teriam uma atitude tão generosa quanto essa? Eu só posso dar parabéns pelo gesto – comentou o médico.
- Bate-Bola:
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Paulo Cézar Caju
com exclusividade ao LANCENET!
com exclusividade ao LANCENET!
Como tem sido o seu relacionamento com o Jobson?
Nas passagens de 2009 e 2010 eu não o conhecia. Essa aproximação foi recente. O contato com ele é muito legal, ele tem gostado.
Nas passagens de 2009 e 2010 eu não o conhecia. Essa aproximação foi recente. O contato com ele é muito legal, ele tem gostado.
Qual o seu principal conselho para que ele não repita os erros cometidos no passado?
A única coisa que falo para o Jobson é que equilíbrio é fundamental. Esta é palavra de ordem para seguir daqui para a frente.
A única coisa que falo para o Jobson é que equilíbrio é fundamental. Esta é palavra de ordem para seguir daqui para a frente.
É preciso redobrar a atenção com as companhias nesta volta?
Com a cabeça no lugar, ele vai longe. Está voltando ao noticiário, sentindo de novo a fama. Nessas horas é que a pessoa deve tomar cuidado. Existem muitas tentações nesse mundo.
Com a cabeça no lugar, ele vai longe. Está voltando ao noticiário, sentindo de novo a fama. Nessas horas é que a pessoa deve tomar cuidado. Existem muitas tentações nesse mundo.
E como você largou as drogas e deu a volta por cima na vida?
Essa luta contra o vício é constante. Todos os dias eu dou a volta por cima. Essa luta é pela a vida toda, não tem jeito.
Essa luta contra o vício é constante. Todos os dias eu dou a volta por cima. Essa luta é pela a vida toda, não tem jeito.