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De solução, bolas altas viram preocupação para o Botafogo

Gols sofridos em escanteios na temporada 2011 fazem time alvinegro se mobilizar para corrigir erros defensivos

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro

Basta a bola tocar em um defensor e sair pela linha de fundo que a torcida do Botafogo respira fundo. Foram por ali, pelo canto do campo, que vieram cinco dos 15 gols sofridos na temporada. Seja pela direita, seja pela esquerda, 33% das jogadas que terminaram com as redes alvinegras balançando começaram com cruzamentos de escanteios. Se contar apenas os clássicos, a porcentagem chega a 60%.

Na sexta rodada da Taça Guanabara, o Botafogo vencia o Tricolor até os 30 do primeiro tempo, quando Souza cobrou escanteio pela direita, e Rafael Moura subiu nas costas de Loco Abreu para cabecear para dentro das redes. No segundo tempo, o uruguaio compensou, marcando e ajudando na vitória por 3 a 2.

Já na semifinal contra o Flamengo, foi a vez de Ronaldo Angelim aproveitar uma falha alvinegra. Aos 14 minutos do primeiro tempo, o zagueiro abriu o placar para o Rubro-Negro ao sair da marcação de Rodrigo Mancha na pequena área e marcar de cabeça após cobrança de escanteio de Thiago Neves. Mais uma vez, Loco Abreu anotou aos quatro do segundo tempo, mas não foi suficiente para evitar que a partida fosse decidida nos pênaltis, levando o rival à final da Taça Guanabara.

A zaga alvinegra também não teve seu melhor momento contra o Vasco. Bernardo fez a cobrança, e Dedé subiu mais alto que Márcio Rosário e João Filipe para cabecear para Eder Luis, que finalizou com uma meia bicicleta e marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 0 pela quarta rodada da Taça Rio.

A história não foi diferente nos dois últimos jogos - contra Paraná (Copa do Brasil) e Resende (Taça Rio). As jogadas dos dois gols sofridos começaram com cobranças de escanteio. Na partida contra o time paranaense, Rodrigo ganhou a disputa no alto com Márcio Rosário e cabeceou no canto esquerdo de Jefferson. Já no duelo fluminense, Rogério avançou pela área em velocidade e apareceu nas costas de Marcelo Mattos.

O cenário é bem diferente do de 2010, quando o Botafogo se impunha por sua força aérea ofensiva e não levava sustos com bolas aéreas em sua defesa. O goleiro Jefferson garante que a situação atual não é alarmante. No entanto, reconhece que os erros não podem se repetir.

- Sabemos que não podemos levar gols como nos últimos dois jogos. Mas não é um caso para preocupação. Estamos acertando o posicionamento e vamos melhorar daqui para frente.

Seja para corrigir esta falha, ou não, Caio Júnior decidiu fazer uma modificação na zaga para o jogo contra o Paraná, nesta quarta-feira, pela segunda fase da Copa do Brasil. João Filipe entra no lugar de Márcio Rosário, barrado. O treinador espera que sua nova aposta ajude o Botafogo se ajustar defensivamente.

- Não tenho muito tempo para esperar, preciso observar. Pode parecer que o João Filipe entra numa fria, mas já teve algumas chances e foi bem. Esta é uma ótima oportunidade para ele mostrar que tem condição de ser titular - explicou.