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Amizade, superstição e um pouquinho de mágoa ligam Cuca ao Botafogo

Figura do atual técnico do Flamengo ainda está presente no dia-a-dia do clube Alvinegro

Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro




Da arquibancada, veio uma provocação que abalou um casamento de dois anos. O grito de “vice é o Cuca” durante a final da Taça Guanabara magoou profundamente o treinador, que criou uma grande identificação com o Botafogo. Mas pelo que se vê, Cuca se faz presente em General Severiano, não apenas nas amizades que deixou durante sua passagem. O hoje adversário, que comanda o Flamengo na final da Taça Rio, é figura viva no Alvinegro em vários aspectos.

Os principais jogadores remanescentes da era Cuca não escondem a importância do treinador em suas vidas. Leandro Guerreiro, por exemplo, deixou o Criciúma no início de 2007 por indicação do treinador, e hoje é um dos líderes do elenco.

- Devo muito ao Cuca, pois foi quem me deu a oportunidade de defender o Botafogo. Além disso, é um amigo que tenho - explicou.

O goleiro Renan, de 19 anos, também destaca a importância do atual treinador do Flamengo em sua ascensão como profissional.

- Tenho muito carinho por ele, pois me deu a primeira chance. No Botafogo ele era o cara, tinha sempre o nome gritado pela torcida - lembrou.

Pelo que se vê, as provocações estão restritas aos torcedores, mas a mágoa ficou. Depois que ouviu o “vice é o Cuca”, o treinador chegou a se afastar de alguns amigos que construiu em General Severiano, sentindo falta de solidariedade dos alvinegros, como André Silva.

Atual vice de futebol, ele tornou-se amigo pessoal do treinador, depois de muita convivência por diversas vezes chefiar a delegação do Botafogo em viagens. Ele sentiu o distanciamento do companheiro nos dias que se seguiram ao episódio da Taça Guanabara.

- Eu me considero amigo do Cuca e de toda a sua família. Ele realmente ficou chateado depois daquele grito da torcida, e houve um afastamento. Mas depois de um tempo voltamos a conversar e eu expliquei que aquilo também me entristeceu. Ele achou que nós do Botafogo poderíamos ter nos manifestado claramente, mas, por meio da imprensa, dissemos que não concordamos com o que a nossa torcida cantou - disse.

Mesmo assim, André Silva avalia que existe um departamento de futebol antes e outro depois de Cuca, que, segundo ele, foi responsável por integrar alguns setores do clube. Mas não somente isso. O dirigente lembra que até as superstições do treinador são lembradas até hoje.

- Quando o motorista engata a ré no ônibus, todo mundo se olha e lembra do Cuca, que não gostava que isso acontecesse.