
Gilmar Ferreira
O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, empossado oficialmente no cargo na noite de segunda-Feira, não herdou de seu antecessor nenhum mar de rosas — muito pelo contrário.
Salários atrasados (quase três meses), receitas antecipadas (praticamente tudo o que o clube teria para receber em 2009) e dívidas a serem saldadas com credores e/ou parceiros.
Um cenário catastrófico para um jovem dentista, de 46 anos, sem prática na administração esportiva, mas disposto a oferecer a sócios e torcedores do Botafogo a oportunidade de construir uma fase menos personalista, mais voltada para o apaziguamento das correntes políticas e convergente aos interesses do clube.
Não sei ao certo qual é a dívida dos alvinegros, quantos batem à porta para cobrar os atrasados e qual é a real possibilidade da entrada de novos recursos.
Mas sei é que, ao contrário dos meses anteriores, o clube trabalha em paz e com serenidade, a perspectiva do crescimento através de ações no Estádio João Havelange contempla ações comerciais e instituicionais.
Não é só isso: em campo, o time cumpre seu papel com dignidade e autocontrole.
Jogadores experientes, que buscam serem redescobertos, abraçam o plano tático de um técnico sereno e trabalhador, e jovens das categorias de base voltam a ser aproveitados — o futuro agradece.
Assim, aparentemente unido e equilibrado, o Botafogo dribla a crise financeira que o assusta mais do que os adversários e projeta seu crescimento sustentável.