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Mudança? Para Alessandro, só se for de apartamento



De casa nova, lateral revela desejo de encerrar a carreira no Botafogo, clube que considera seu segundo lar


Gustavo Rotstein Niterói, RJ

Gustavo Rotstein/GLOBOESPORTE.COM
Ao lado do filho João Victor, de 1 ano e 3 meses, e da mulher Fernanda, Alessandro mora em local quase vazio


O apartamento com poucos móveis mostra que Alessandro ainda está de mudança do bairro de Camboinhas para Icaraí, ambos em Niterói. Mas para o lateral-direito, mudança mesmo, apenas se for de casa.


Um dos poucos titulares remanescentes no elenco do Botafogo em 2009, ele iniciou a temporada como no ano passado: se destacando pelo bom preparo físico e garantindo a camisa 2 alvinegra. Enquanto ainda arruma a nova casa, Alessandro revela que tão cedo não pretende deixar o Botafogo, o qual considera seu segundo lar.


Aos 31 anos, o lateral revela em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM o desejo de encerrar a carreira em General Severiano.


Você foi um dos poucos titulares do Botafogo que permaneceram no clube em 2009, assinando um contrato de dois anos de duração num momento de grande incerteza no clube, que mudava de presidente. Valeu a pena?


Lógico que sim. Num primeiro momento tive receio de renovar, pois vi todo mundo saindo. Mas conversei com André Silva, Manoel Renha e Maurício Assumpção, dirigentes que mostraram sinceridade, apresentando um projeto interessante. Além disso, sou do Rio de Janeiro, minha família se adaptou bem à cidade e fui bem acolhido no clube. Hoje, gosto de sair para trabalhar, e isso é importante.


Mas mesmo depois de renovar, sentiu que poderia não ter tomado a decisão certa?

Até o dia da nossa reapresentação, dia 5 de janeiro, estava em dúvida. Observava que muitos jogadores saíam e ninguém chegava. Muita gente brincava comigo, perguntando se apenas eu ficaria. Mas hoje tudo está caminhando bem. Chegaram atletas de qualidade, embora menos conhecidos.


Você recentemente mudou de apartamento na cidade de Niterói. Mas você tem o Botafogo como sua casa?

Gustavo Rotstein/GLOBOESPORTE.COM


Alessandro ainda guarda suas roupas em malas, mas não quer saber de mudar de clube tão cedo
Se depender de mim vou ficar no Botafogo por muito tempo. Poderia até encerrar minha carreira aqui, sem problema algum.


Agora estou de casa nova e com o mesmo futebol no clube que considero minha segunda casa.


Por falar em mesmo futebol, você avalia ter iniciado a temporada em alta, assim como aconteceu em 2008? O técnico Ney Franco elogiou sua condição física. Esse vem sendo o seu diferencial?


Realmente comecei este ano como 2008, com boas atuações. A diferença é que marquei gols na última temporada, e até agora isso não aconteceu. Repeti o planejamento do ano passado, fazendo uma preparação física particular durante 15 dias das minhas férias, e o resultado está aparecendo. Sinto que estou com um fôlego a mais.


No início das partidas, o adversário consegue igualar, mas essa minha preparação especial começa a fazer diferença a partir dos 20 minutos do segundo tempo, quando vejo os jogadores da outra equipe mais cansados.


Ficar um mês sem fazer nada só cria dificuldades, porque a gente demora mais a entrar no ritmo. Vejo que, agora, estou com 90% da minha capacidade.


Ney Franco vem destacando a importância do fôlego dos laterais para o esquema tático do Botafogo. Você também sente isso dentro de campo?


Nosso treinador cobra muito esse trabalho pelas laterais. Atualmente, ter jogadas pelas pontas é muito importante para uma equipe.


O Ney diz que os laterais devem chamar a responsabilidade e não terem medo de jogar. Sinto que preciso estar bem, pois a equipe necessita muito dos laterais, mas o técnico também está ajustando a equipe para que não fiquemos dependente apenas deste recurso.


Com 31 anos, você é o jogador mais velho do elenco do Botafogo e dos poucos que permaneceram no grupo em 2009. Isso significa mais liderança e responsabilidade?


Juninho, Leandro Guerreiro e eu conversamos com Ney Franco na hora de ele definir quem seria o capitão. Ele optou pelo Juninho, que havia exercido a função, mas eu e Guerreiro temos o mesmo tipo de liberdade. Sinto que nós mais experientes temos maior responsabilidade, pois seremos os mais cobrados.