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Em reunião no Rio, diretoria do Bota apresenta plano de metas a Jobson

Anderson Barros diz que não quer mais promessas do jogador. Na melhor das hipóteses, atacante pode ser reintegrado na pré-temporada de 2012

Por Thiago Fernandes Rio de Janeiro
 
Jobson durante treino na praia (Foto: Wesley Santos / PressDigital) 
Jobson, em corrida para manter a forma, após sua
saída do Bahia(Foto: Wesley Santos/PressDigital)
 
A reunião entre a diretoria do Botafogo e Jobson, que era para ter acontecido na semana passada, foi realizada nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro. Anteriormente, o atacante não havia aparecido, o que desagradou aos dirigentes. Desta vez, o jogador apareceu e ouviu do clube que ele terá que cumprir um plano de metas para provar que pretende se recuperar. Um novo encontro está marcado para o dia 10 de outubro.

Anderson Barros, gerente de futebol alvinegro, disse que não quer mais ouvir promessas de Jobson, ele apenas deseja vê-las cumpridas.

- O Jobson vai ter que cumprir regras pré-estabelecidas para nos mostrar que está se recuperando. A cada etapa, vamos avaliar se ele está realmente interessado. A grande questão hoje é ele admitir que precisa se recuperar. Isso não depende do Botafogo, apenas do Jobson querer ou não dar a volta por cima. Pode procurar em qualquer caso de superação que vai se ver que nunca foi um clube que recuperou um jogador, e sim o próprio atleta. Estamos dando outra chance, mas agora não quero que ele me prometa nada, apenas cumpra - disse o dirigente.

A diretoria tem a intenção de fazer uma reaproximação gradativa do jogador, dispensado pelo Bahia por problemas disciplinares no dia 22 de agosto. Até o fim do ano, no entanto, não existe a chance de Jobson treinar no Botafogo, mas o clube não descarta, na melhor das hipóteses, sua presença na pré-temporada de 2012. Suspenso por doping por consumo de crack no Brasileirão 2009, o atacante só poderá voltar a jogar em março. Para ser reintegrado ao Alvinegro, ele terá que provar que está recuperado.

O Bota irá indicar ao atleta alguns profissionais que considera capacitados para comandar este processo de recuperação. Jobson irá escolher algum destes. Será este profissional que ajudará o atacante a, entre outras coisas, decidir se uma internação é válida ou não.

- A questão do tratamento é muito particular. Ele que tem que saber se precisa ou não de internação ou qualquer outro tipo de tratamento. Não sou eu quem vai dizer se ele precisa, não posso fazer pré-julgamentos. O Botafogo vai indicar alguns profissionais capacitados, e o Jobson vai poder escolher um deles. Aí o especialista vai definir qual será o tipo de tratamento.

O clube não está obrigado a pagar o salário do jogador neste período de suspensão, mas acredita que Jobson não teria condições de cumprir o plano de metas sem uma ajuda financeira do Botafogo.

Entenda o caso

Jobson foi flagrado no exame antidoping na reta final do Campeonato Brasileiro de 2009, em partidas contra o Coritiba e o Palmeiras, quando defendia o Botafogo. O laudo apontou uso de cocaína, mas, diante do juiz, o atacante afirmou ter usado crack. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva julgou o caso e condenou o jogador a cumprir dois anos de suspensão. No entanto, após recurso, a pena foi reduzida para seis meses e cumprida no primeiro semestre de 2010.

O processo terminaria aí, se a Wada não tivesse entrado com um recurso, considerando a punição muito leve e pedindo a pena base para casos de doping, que é de dois anos de suspensão. O atacante foi julgado pela CAS, na Suíça, no dia 21 de junho, e a decisão foi anunciada na última quarta-feira.