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Com trajetórias parecidas, Oswaldo e Cristóvão se cruzam e trocam elogios

Técnicos de Botafogo e Vasco, que medem forças neste domingo, deixaram seus cargos de auxiliar tardiamente e fazem sucesso à beira do campo

Por André Casado e Rafael Cavalieri Rio de Janeiro
 
O caminho diferente na juventude e a distância no número de títulos até confundem quem tenta estabelecer uma comparação entre Oswaldo de Oliveira e Cristóvão Borges. Mas, no fundo, a trajetória no banco de reservas começa a se assemelhar, e muito. Ambos foram auxiliares durante um longo período e se destacaram mais tarde do que o usual, ainda que com tanto brilho quanto outros profissionais. Só que o comandante do Botafogo, que encara o Vasco do colega, neste domingo, às 18h30, no Engenhão, se firmou e serve de exemplo.

Antes de ir trabalhar no Japão, Oswaldo passou por clubes como Vasco, Flamengo, Fluminense, Cruzeiro e Santos, enquanto Ricardo Gomes, o parceiro de Cristóvão, tentava a sorte no país após sucesso na França. Suas respectivas equipes se cruzaram eventualmente, mas vai ser a primeira vez que trocarão um abraço antes de a bola rolar com este nível de responsabilidade.

No começo, em 1998, Luxemburgo era o técnico, e Oswaldo assumiu o Corinthians no ano seguinte, conquistando o Campeonato Brasileiro e o Mundial de Clubes, já em 2000. A situação foi mais dramática - com o AVC de Gomes -, porém a primeira chance de Cristóvão também chegou em meio ao sucesso, mantido sob sua batuta.

montagem Cristovão Borges Vasco Oswaldo de Oliveira Botafogo (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM) 
Cristovão Borges e Oswaldo de Oliveira estarão frente a frente (Foto: Editoria de Arte / GLOBOESPORTE.COM)
Antes de assumirem a prancheta, os dois demonstraram talentos distintos, no entanto. Enquanto o botafoguense foi preparador físico durante mais de uma década, o cruz-maltino foi um meia que chegou até mesmo à Seleção Brasileira e disputou a Copa América de 1989.

- Cristóvão é uma grata surpresa, está há bastante tempo com o Ricardo, aprendeu muito e tinha muito a dar também, até pela larga experiência como jogador. Demonstrou, com a saída provisória do Ricardo, que tem qualidade para função e liderança também. Manteve o nível do Vasco e fez o time jogar até melhor em alguns casos. É um profissional capacitado, com futuro brilhante pela frente - exaltou Oswaldo, de 61 anos, contra 52 do adversário no clássico.

A chance do reencontro também anima Cristóvão:

- É um treinador estudioso, sou fã do trabalho dele. Serve de exemplo e espelho, sem dúvida.

A partir de junho, Ricardo Gomes promete voltar. Resta saber se as propostas que devem surgir seduzirão seu antes discreto assistente a fazer carreira solo. Ele garante que se manterá fiel ao trabalho nos próximos meses, tamanha a identificação que construiu na Colina.