Após empate em 1 a 1 no tempo normal, time carioca ainda se complica nas penalidades (perdeu duas), porém é mais competente que o rival e avança
Foi suado, com direito a disputa de pênaltis, mas o Botafogo espantou a zebra paraibana e se classificou à segunda fase da Copa do Brasil. O Glorioso recebeu nesta quarta-feira o Treze, no Engenhão, e não passou de empate em 1 a 1 (mesmo placar do jogo de ida, na Paraíba, na última semana), gols de Amaral Rosa, para os visitantes, e Loco Abreu. Nas penalidades, o Treze desperdiçou três cobranças (Rone Dias, Anderson e Léo Rocha). O Bota "só" perdeu duas, com Renato e Loco Abreu, e pôde enfim festejar a classificação ao vencer a disputa por 3 a 2. Na segunda fase, o adversário do clube carioca será o Guarani.
Treze abre o placar no início
O Botafogo começou a partida com formação ofensiva. Andrezinho, Fellype Gabriel, Herrera e Loco Abreu compuseram o quarteto de frente do Glorioso, que teve ainda Renato como um dos volantes ao lado de Marcelo Mattos. No lado do Treze, a equipe entrou em campo com um tradicional esquema 4-4-2.
Como havia levado um gol no jogo da Paraíba, o time trezeano precisava marcar ao menos uma vez no Engenhão para seguir sonhando com a vaga. O objetivo foi alcançado logo aos três minutos. Amaral Rosa arriscou um chute de fora da área, a bola desviou em Fábio Ferreira e matou o goleiro Jefferson: 1 a 0 para os visitantes.
O gol irritou a torcida alvinegra carioca no Engenhão e descontrolou momentaneamente a equipe do Botafogo. O Glorioso precisou de dez minutos para se encontrar e passar a pressionar o Treze. A primeira boa chegada foi de Herrera, mas a conclusão saiu por cima. Depois, foi a vez de o zagueiro Antônio Carlos ter a chance do empate, mas o chute, que tinha endereço certo, carimbou Fellype Gabriel.
Herrera tenta levar o Botafogo ao ataque diante do Treze-PB (Foto: Fernando Soutello / AGIF)
O gol da igualdade do Botafogo surgiu aos 22 minutos. Após falta batida por Renato para a área, Loco Abreu desviou de cabeça e se aproveitou da saída em falso de Beto para empatar a partida em 1 a 1. Apesar de ter falhado no gol do Bota, o goleiro se redimiu na sequência e evitou a virada. Ele fez boas defesas em chutes de Andrezinho e ainda salvou uma cabeçada de Antônio Carlos.
Aos poucos, os dois times baixaram um pouco o ritmo. O Treze só assustou em chutes de longe. Na saída para o intervalo, a torcida botafoguense vaiou a equipe e pediu a entrada de Jobson. Na volta para o segundo tempo, o técnico Oswaldo de Oliveira atendeu ao apelo popular e promoveu a entrada de Jobson no lugar de Herrera, que não viveu noite inspirada. O Treze também mexeu: o treinador Marcelo Villar optou por trocar o atacante Vavá por outro homem de frente, Thiago Cunha.
A primeira boa chegada da etapa final foi do Treze. Carlos Alberto fez grande jogada pessoal, deixou marcadores para trás e, da entrada da área, bateu cruzado. A bola saiu à esquerda de Jefferson, com perigo. Jobson, a exemplo do que fez no clássico contra o Vasco, mostrou disposição no lado esquerdo do ataque do Botafogo. Aos 11 minutos, o atacante penetrou tabelando com Fellype Gabriel e teve a chance de marcar o segundo, mas o chute saiu em cima do goleiro Beto.
Ciente de que se fizesse mais um gol passaria a levar a vantagem do empate, o Treze procurou buscar o ataque, embora um tanto timidamente. O Botafogo, por sua vez, seguiu sem ter uma grande atuação, mas não deixou de criar chances. Loco Abreu ficou com a bola limpa na área, após bola raspada de cabeça por Andrezinho, mas bateu no meio do gol, e Beto defendeu.
A pressão dos donos da casa, aos poucos, foi crescendo. Antônio Carlos teve grande chance, na pequena área, aos 23, após bom cruzamento rasteiro de Abreu. O zagueiro não mostrou cacoete de atacante, acertou a "orelha" da bola e conseguiu mandá-la para trás, longe do gol.
Apesar de o Botafogo jogar melhor, a torcida se irritou com o passar do tempo. A partir dos 26 minutos, começou a pedir a entrada do atacante Caio. Antes de o jogador ir a campo, Loco Abreu ainda perdeu mais uma chance, na cara de Beto, que mandou a escanteio.
Aos 30, Caio entrou na vaga de Fellype Gabriel, que demonstrou cansaço. No Treze, o atacante Márcio Carioca, com cãibras, saiu para a entrada do meia Léo Rocha. O panorama não havia mudado e o Treze perdeu um jogador: Carlos Alberto, um dos destaques da equipe, recebeu o segundo cartão amarelo após falta em Márcio Azevedo e foi expulso, aos 32.
O Botafogo seguiu melhor no jogo. Caio teve a chance da virada, mas Beto apareceu bem, mais uma vez, para defender o chute do botafoguense. O time paraibano tratou de tentar amarrar o jogo para levar a decisão para os pênaltis. Pouco antes de um tiro de meta, o goleiro Beto caiu no gramado, alegando dores na perna e recebeu atendimento médico.
Cavadinha ridícula enterra sonho do Treze
O objetivo do Treze foi atingido, e o jogo acabou 1 a 1. Na disputa de pênaltis, Rone Dias perdeu logo a primeira cobrança dos visitantes, na trave. O Botafogo acertou as seguintes, assim como o Treze, até o placar de 3 a 2. Aí, foi um festival de cobranças ruins. Renato bateu fraco, no canto direito, e Beto defendeu. Anderson foi bater para o Treze, e a bola triscou a trave e foi para fora.
Jefferson defende a cobrança de cavadinha de Léo Rocha, do Treze (Foto: Fernando Soutello / AGIF)
Loco Abreu teve a chance de matar para o Glorioso, mas Beto defendeu com o pé a cobrança rasteira, no meio do gol. Aí, Léo Rocha se apresentou para a última cobrança do Treze e tentou uma cavadinha. Jefferson defendeu sem dificuldade e, ao comemorar, falou para o rival: "Aqui não". Alívio botafoguense no Engenhão.