Em campo ruim e mal iluminado, time carioca sofre com condições, sai na frente e perde chances. Mas é surpreendido pelo esforçado rival paraibano
As condições eram péssimas, e o Botafogo caiu na armadilha da correria do Treze durante grande parte do jogo. Em noite de futebol muito ruim, no estádio Almeidão, em João Pessoa, o time de Oswaldo de Oliveira até saiu na frente, com gol de Herrera, e perdeu chances claras de ampliar e eliminar o rival sem precisar da volta. Mas cedeu à pressão paraibana, e, castigado, não evitou o empate em 1 a 1, nos acréscimos, marcando novo duelo com os paraibanos no Engenhão, na quarta-feira da próxima semana.
Ignorando o campo muito irregular e a disposição do rival, o Botafogo montou uma blitz em seu ataque. Os primeiros dez minutos foram de puro domínio carioca. Cidinho aparecia nos dois lados e tabelava com Márcio Azevedo e Herrera, deixando os dois em condições de abrir o placar. Só a falta de capricho impediu o gol, porque a defesa do Treze dava espaços.
Sem trocar quatro passes no meio de campo, o time mandante irritava sua torcida. De uma hora para outra, porém, foi o Glorioso que teve um apagão. A partir da primeira chance, aos 18, com Vavá, de cabeça, e depois com Márcio Carioca, que, cara a cara com Jefferson, não conseguiu passar pelo goleiro. Afobado, o Botafogo perdeu o controle do jogo e passou a ter dificuldades.
No terço final da etapa, pouco futebol, muita correria e erros de passe aos montes. A impressão foi que as equipes cansaram de lutar contra o gramado alto e passaram a dar chutões. O duelo era de baixíssima qualidade técnica. Irritado, Herrera voltou a seu estilo - que abandonara por alguns jogos - e levou um cartão amarelo, de tanto reclamar do árbitro. Além disso, desperdiçou mais dois gols.
Na volta do intervalo, o técnico Oswaldo de Oliveira tentou acertar seu time, em busca de mais posse de bola, colocando Maicosuel, de volta após 25 dias parado, no lugar de Cidinho, que foi se apagando cada vez mais. Mas a participação do Mago não durou nem oito minutos. Ele sentiu a lesão novamente e pediu para sair. Jobson, então, foi a opção da vez.
O panorama, porém, não mudou quase nada. Diferença, mesmo, só o uniforme. Para evitar confusão, o Botafogo trocou a camisa branca pela toda preta. Os buracos nas retaguardas garantiam a emoção, e ambos jogavam nos contragolpes, como numa verdadeira pelada. Até o trio de arbitragem deu vexame. Em falta cobrada por Elkeson, um dos auxiliares, traído pela péssima iluminação do Almeidão, achou que a bola havia entrado. Mas ela foi na rede pelo lado de fora.
Quando já exibia superioridade novamente, o Alvinegro saiu na frente. Jobson desviou escanteio, e Herrera, livre, bateu de pé direito: 1 a 0. O técnico Marcelo Vilar mexeu no esquema, adiantou sua equipe, mas os cariocas eram melhores. Ainda assim, Jefferson foi obrigado a fazer duas grandes defesas: uma em cobrança de falta e outra, de reflexo, abafando o atacante adversário.
O desafogo esperado por Oswaldo aconteceu com Jobson. Apesar de ainda sem ritmo, o atacante deu arrancadas importantes e cavou dois cartões de jogadores do Treze. Um deles merecia, inclusive, ser expulso. Aos 39 minutos, em dois lances seguidos, o mesmo Jobson poderia ter se consagrado e evitado a partida de volta. Mas o goleiro Beto salvou a competição para o mandante. Elkeson, pouco depois, fez firula e levou bronca dos companheiros.
No fim, veio o castigo: com a pressão paraibana, a equipe de Marcelo Vilar foi premiada com o empate. No apagar das luzes, aos 47, Manu levou uma bolada de Vavá e a bola morreu no fundo da rede, levando à loucura os torcedores presentes ao estádio.