Antes dependente do uruguaio, time abusa da jogada, mas vê participação reduzida do atacante. Antônio Carlos diz que capitão ainda é referência
A temporada de Loco Abreu começou com pênaltis e chances claras perdidas, mas com cinco gols em seis jogos e uma aparente dependência de sua efetividade para o Botafogo vencer. Aos poucos, isso se esvaiu e o uruguaio, hoje, ocupa lugar de coadjuvante no ataque do time, já que Herrera, que atuou por menos tempo, marcou sete vezes, duas a mais que o capitão, que vai completar um mês de jejum no próximo sábado, contra o Bangu, em Moça Bonita.
A princípio, apesar do misto de vaias e aplausos em sua substituição no último domingo, diante do Volta Redonda, Loco não corre risco de ser barrado. Jobson está de volta, após suspensão por doping, mas deverá ficar no banco de reservas, ao menos por enquanto. E no grupo, o baixo rendimento não é tratado com preocupação. A confiança no poder de fogo do camisa 13, convocado para sua seleção novamente, é grande.
Loco Abreu tem sido menos acionado e parado nos goleiros, no Carioca (Foto: Guilherme Pinto/Globo)
- Ele é nossa referência. Na bola de escanteio, ele não ataca muito, a posição é no segundo pau. Por isso, às vezes, pode não participar, tentamos variar para confundir a marcação. Mas pelo tamanho e força dele, sempre vamos precisar. Pelo índice da carreira também. Só que temos outras opções para aparar a bola, treinamos para isso - disse o zagueiro Antônio Carlos, que deu assistência de cabeça e fez um gol do mesmo jeito contra o Voltaço.
Dos 29 cruzamentos em São Januário, apenas quatro deles chegaram a Loco. Estatística bem distinta da época de sua chegada no clube, há pouco mais de dois anos, quando, no aperto, a saída era o chutão em direção ao atacante, que ainda surpreendia os adversários.
- Em 2010, o Botafogo era um. Ninguém esperava e estava preparado para as jogadas aéreas do Loco. Era uma tentativa que dava certo, que incomodava. Hoje todos já sabem que ele é forte assim, se acostumaram, mas o Botafogo fez o certo: mudou e evoluiu. Temos mais opções de toque, de passe, isso é importante. Não ficamos só querendo forçar a bola aérea, mas sabemos que ele está ali, e pronto para a bola por baixo também. A variação tem sido um ponto positivo - argumentou o goleiro Jefferson, outro presente naquele time campeão carioca de 2010.