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Ameaça de punição severa na reapresentação intimidou Somália

Dirigente afirma que jogadores foram avisados de que atraso na volta das férias seria considerado indisciplina grave

Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro
Carro Somália 
Carro de Somália no momento em que deixava
o prédio onde mora (Foto: Reprodução)
 
Se perante à Justiça Somália é réu primário, no Botafogo é reincidente. O próprio jogador admitiu que, durante um ano de clube, foi algumas vezes punido por chegar atrasado a treinamentos. No entanto, o enfático aviso da diretoria de que seria interpretado como indisciplina grave qualquer deslize na apresentação do elenco após as férias, poderia justificar o sequestro-relâmpago relatado pelo jogador na última quarta-feira e posteriormente desmentido pela polícia.

Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira - enquanto o volante treinava no campo -, o gerente de futebol alvinegro, Anderson Barros, considerou essa hipótese. Segundo ele, foi deixado muito claro aos jogadores que não haveria tolerância em relação a atrasos no primeiro dia de trabalho. Muito menos privilégios. Loco Abreu, por exemplo, desfalcou o Jogo das Estrelas do Uruguai, realizado no mesmo dia 5, em Punta del Este.

- Uma falta na apresentação seria muito grave, e isso precisa ser considerado. O Botafogo tem dado tudo aos jogadores e concedeu exatos 30 dias de férias. Assim, podemos cobrar - frisou o dirigente.

O Botafogo adota a política de punir em até 40% do salário os jogadores que cometem atos de indisciplina. No entanto, o clube prefere ainda aguardar os desdobramentos do caso para decidir o futuro de Somália. Anderson Barros deixou claro que está completamente descartada uma rescisão contratual e lembrou que o bom ambiente do jogador terá peso no momento de a diretoria dar o seu veredicto.

- O Somália tem um relacionamento ímpar com todos nós. Tem respeito da torcida, das crianças e da instituição pela forma como se entrega nos treinos e jogos. Esses são atenuantes. Apesar da gravidade do erro, também tudo está acordo com o que o jogador representa.

Em entrevista ao RJTV, a delegada Juliana Domingues disse que a farsa  foi confirmada com as imagens do circuito de vídeo do prédio onde mora o jogador, que chegou em casa por volta das 4h de quarta. Ele aparece subindo no elevador às 8h46m, com o cordão e o relógio que, na delegacia, alegou terem sido roubados. Pouco depois das 9h, Somália surge nas imagens novamente no elevador, descendo, já sem o cordão e o relógio.