Dirigente afirma que jogadores foram avisados de que atraso na volta das férias seria considerado indisciplina grave
Carro de Somália no momento em que deixava
o prédio onde mora (Foto: Reprodução)
o prédio onde mora (Foto: Reprodução)
Se perante à Justiça Somália é réu primário, no Botafogo é reincidente. O próprio jogador admitiu que, durante um ano de clube, foi algumas vezes punido por chegar atrasado a treinamentos. No entanto, o enfático aviso da diretoria de que seria interpretado como indisciplina grave qualquer deslize na apresentação do elenco após as férias, poderia justificar o sequestro-relâmpago relatado pelo jogador na última quarta-feira e posteriormente desmentido pela polícia.
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira - enquanto o volante treinava no campo -, o gerente de futebol alvinegro, Anderson Barros, considerou essa hipótese. Segundo ele, foi deixado muito claro aos jogadores que não haveria tolerância em relação a atrasos no primeiro dia de trabalho. Muito menos privilégios. Loco Abreu, por exemplo, desfalcou o Jogo das Estrelas do Uruguai, realizado no mesmo dia 5, em Punta del Este.
- Uma falta na apresentação seria muito grave, e isso precisa ser considerado. O Botafogo tem dado tudo aos jogadores e concedeu exatos 30 dias de férias. Assim, podemos cobrar - frisou o dirigente.
O Botafogo adota a política de punir em até 40% do salário os jogadores que cometem atos de indisciplina. No entanto, o clube prefere ainda aguardar os desdobramentos do caso para decidir o futuro de Somália. Anderson Barros deixou claro que está completamente descartada uma rescisão contratual e lembrou que o bom ambiente do jogador terá peso no momento de a diretoria dar o seu veredicto.
- O Somália tem um relacionamento ímpar com todos nós. Tem respeito da torcida, das crianças e da instituição pela forma como se entrega nos treinos e jogos. Esses são atenuantes. Apesar da gravidade do erro, também tudo está acordo com o que o jogador representa.
Em entrevista ao RJTV, a delegada Juliana Domingues disse que a farsa foi confirmada com as imagens do circuito de vídeo do prédio onde mora o jogador, que chegou em casa por volta das 4h de quarta. Ele aparece subindo no elevador às 8h46m, com o cordão e o relógio que, na delegacia, alegou terem sido roubados. Pouco depois das 9h, Somália surge nas imagens novamente no elevador, descendo, já sem o cordão e o relógio.