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Sorín anuncia aposentadoria: 'Sempre que vesti a camisa deixei alma, deixei sangue'

Aos 33 anos, jogador argentino decide abandonar os gramados

GLOBOESPORTE.COM
Belo Horizonte

O lateral-esquerdo Sorín, de 33 anos, anunciou nesta terça-feira que não vai mais jogar futebol. O jogador argentino retornou ao Cruzeiro em 2009, mas conviveu com seguidas lesões musculares, a mais grave na coxa direita, e atuou os 90 minutos de um jogo em apenas uma oportunidade. Foi no dia 18 de março, contra o Universitario de Sucre, da Bolívia, pela fase de grupos da Taça Libertadores. Ele convocou os jornalistas para fazer o pronunciamento e causou supresa.

Sorín fala pela última vez como jogador do Cruzeiro, na Toca da Raposa II

- O motivo dessa coletiva é simples. Eu vou parar com o futebol. São 15 anos de carreira, uma carreira muito bonita, muito gostosa, que eu curti muito e tentei sempre dar o melhor de mim, me entregar. Vivi momentos incríveis com essa camisa, assim como a camisa da seleção argentina, do River Plate, do Argentinos Juniors, do Villarreal, do Paris Saint-Germain. A carreira foi muito rápida, mas acho que chegou o momento de parar bem. É um momento feliz da minha vida, porque estou sendo pai - afirmou, ao site oficial do clube.

Juan Pablo Sorín começou a carreira no Argentinos Juniors, clube do coração dele. Também defendeu equipes importantes da Europa, como Juventus e Lazio, da Itália, Barcelona e Villarreal, da Espanha, Paris Saint-Germain, da França, e Hamburgo, da Alemanha. Foi campeão da Liga dos Campeões pelo Juventus, em 1996, e da Libertadores pelo River Plate, no mesmo ano.

Na Toca da Raposa, levantou a Copa do Brasil, em 2000, a Copa Sul Minas, em 2001 e 2002, e o Campeonato Mineiro desta temporada. Foram três passagens pelo clube celeste. A terceira não foi como ele gostaria. Após se curar de uma lesão grave no joelho direito, Sorín sofreu com estiramentos musculares e atuou em apenas seis dos 46 jogos do time em 2009.

- Trabalhei muito, caí, levantei, tive muitas lesões e superei a mais importante, que foi a do joelho. As últimas foram musculares, nenhuma importante. Mas também não tive a sequência que queria. Joguei seis jogos em sete meses. É muito pouco, não estou orgulhoso desses números. Abri mão de tudo para vir para o Cruzeiro e encerrar minha carreira aqui - disse.

"Foram muitos anos no futebol e vou deixar essa carreira sabendo que sempre que vesti a camisa deixei alma, deixei sangue."

Pela seleção argentina, disputou as Copas do Mundo de 2002 e 2006. Venceu os Jogos Pan-Americanos e o Campeonato Mundial de Juniores, ambos de 1995, e foi vice-campeão da Copa América 2004, no Peru.

Segundo o jogador, a ideia de se retirar do futebol começou a amadurecer em 4 de maio, quando sofreu um estiramento muscular na coxa direita durante um treino. Três dias depois, o Cruzeiro enfrentaria o Universidade de Chile, em Santiago, pelas oitavas de final da Libertadores. Foi um duro golpe.

- A decisão é ciente, não tem a ver com uma coisa de cabeça quente. Eu venho pensando em parar há um tempo, desde a lesão que tive antes do jogo contra a Universidad de Chile. Voltei para ganhar a Libertadores, mas jogando. Fiquei muito chateado e me prometi lutar. Lutei até o fim. Voltei e machuquei contra o Palmeiras. Falei que ia estar bem para a final da Libertadores, a gente ia chegar. Cheguei bem, não me arrependi de nada - comentou.

- Queria jogar contra o Atlético-MG, um clássico incrível. Passei por muitos clássicos no mundo, França, Argentina, Itália. Mas um Cruzeiro x Atlético-MG tem sabor especial.

"Agradeço ao pessoal do outro lado até pelo respeito. Voltei para isso. O clássico, a final das Libertadores, que tinha a ilusão de jogar. Não tive o espaço e agora também não quero forçar nenhuma situação. Sou um homem feliz. Foram muitos anos no futebol e vou deixar essa carreira sabendo que sempre que vesti a camisa deixei alma, deixei sangue - lembrou. "