Gol no fim com comemoração efusiva garante vitória do Bota sobre o Madureira
Aos 49 do segundo tempo, Túlio Souza faz o 3 a 2 e manda torcedor calar a boca. Duelo registrou pior público da história do Engenhão: 1.380 pagantes
GLOBOESPORTE.COM
Rio de Janeiro
No dia em que o Botafogo completou 50 partidas naquela que é sua casa desde 2007, o Engenhão recebeu o menor público de sua história. Apenas 1.380 pessoas pagaram para assistir à emocionante vitória do Alvinegro, por 3 a 2, sobre o Madureira, nesta quinta-feira, pela sétima rodada da Taça Rio.
O resultado mantém a equipe alvinegra dependendo apenas de si para chegar às semifinais. Túlio Souza foi o herói botafoguense, com um gol marcado aos 49 minutos do segundo tempo seguido de gritos de "cala a boca" para um torcedor que o criticava. Reinaldo e Leandro Guerreiro completaram o placar. Alex Alves e Jones descontaram para os visitantes.
Com o resultado, o Botafogo segue na segunda posição do Grupo B, com 13 pontos, e precisa vencer o Resende, neste domingo, às 16h, em Edson Passos, para praticamente confirmar a vaga na próxima fase. Com a mesma pontuação, o Bangu é o adversário direto do Glorioso, mas tem cinco gols a menos no saldo, 6 a 1. O time de Moça Bonita encara o Vasco na próxima rodada, no mesmo dia e horário que os demais times.
Time alvinegro joga muito mal no primeiro tempo
Embora tivesse prometido sufocar o Madureira desde o início, o Botafogo começou a partida em ritmo lento, talvez contagiado pelo escasso número de torcedores no Engenhão. O Alvinegro errava muitos passes e, com isso, não criava oportunidades consistentes. Recuado, o time visitante apenas esperava o momento certo para sair nos contra-ataques.
Da arquibancada, o torcedor podia ouvir com clareza as instruções do técnico Robson Gabriel aos jogadores do Madureira. Para contestar a arbitragem, Ney Franco nem precisava gritar com o bandeira. Até que a lentidão e a displicência do Botafogo tiveram a consequência. Aos 22 minutos, Alex Alves recebeu a bola na entrada da grande área, viu Renan adiantado e colocou com categoria por cobertura no ângulo esquerdo do goleiro, fazendo 1 a 0 para os visitantes. O atacante, que defendeu o Alvinegro de 2004 a 2005, preferiu não comemorar.
Apesar de pequeno, o público presente ao Engenhão fez barulho para vaiar Renan e Juninho quando ambos tocavam na bola. O zagueiro, inclusive, mostrou nervosismo e levou um cartão amarelo por reclamação - suspenso, ele não joga contra o Resende. O Botafogo despertou de seu sono apenas aos dez últimos minutos, mas não mostrou organização suficiente para que a pressão resultasse em gol.
Segunda etapa para corações fortes
O Botafogo voltou para o segundo tempo com duas modificações. Juninho e Batista, que levaram cartão amarelo na primeira etapa, foram substituídos por Léo Silva e Lucas Silva, respectivamente. Com isso, Fahel passou a atuar como zagueiro, e Maicosuel foi deslocado para fazer companhia a Reinaldo e Victor Simões no ataque.
Logo aos quatro minutos, foi a vez de Renan brilhar. Não o Botafogo, mas o do Madureira. Depois de cobrança de escanteio, a bola sobrou para Lucas Silva, que mandou uma bomba, defendida, no reflexo, pelo goleiro. O lance mostrou que o Alvinegro retornou do intervalo com mais disposição. No entanto, continuava desorganizado e errando muitos passes.
Mas foi na base da transpiração que o Bota chegou ao empate. Logo depois de defender uma cabeçada à queima-roupa de Reinaldo, o goleiro Renan dividiu a bola com Lucas Silva após uma cobrança de escanteio, aos 20 minutos. Ela sobrou para Leandro Guerreiro, que escorou de cabeça e fez 1 a 1.
O empate fez os donos da cas partirem para o ataque. O Glorioso, porém, esbarrava na falta de eficiência para definir os contra-ataques. Aos 36, Victor Simões resolveu aparecer. O artilheiro alvinegro descolou um passe sensacional para Reinaldo, que girou em velocidade e tocou com estilo na saída de Renan para garantir a virada.
A desvantagem fez com que o Tricolor Suburbano se arriscasse no ataque e três minutos depois conseguisse o empate. Em cobrança de falta da intermediária, Jones encheu o pé e contou com a colaboração de Renan, que pulou atrasado, para igualar o placar: 2 a 2.
Quando tudo indicava mais um fim decepcionante, o Engenhão presenciou um momento de redenção. Aos 49, Túlio Souza recebeu livre pelo lado direito da área, ajeitou o corpo e encheu o pé. A bola passou entre Renan e a trave esquerda. Gol da vitória e desabafo do jogador, que correu na direção de um torcedor que o criticava e mandou um sonoro "cala a boca".
Ficha técnica:
BOTAFOGO 3 x 2 MADUREIRA
Renan, Leandro Guerreiro, Juninho (Léo Silva) e Emerson; Thiaguinho, Fahel, Batist(Lucas Silva), Maicosuel e Gabriel (Túlio Souza); Reinaldo e Victor Simões.
Renan, Marquinhos, Arthur, Ricardo e Amarildo; André Paulino, Wagner, Bruno e Neto (Luiz Cláudio); Jones e Alex Alves.
Técnico: Ney Franco.
Técnico: Robson Gabriel.
Gols: Alex Alves, aos 22 minutos do primeiro tempo; Leandro Guerreiro, aos 20, Reinaldo, aos 36, Jones, aos 40, e Túlio Souza, aos 48 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Gabriel, Juninho, Batista, Reinaldo (Botafogo); Bruno, Amarildo, Alex Alves (Madureira).
Público: 1.380 pagantes (1.596 presentes).
Renda: R$ 21.396,00.
Estádio: Engenhão, no Rio de Janeiro (RJ).
Data: 02/04/2009. Árbitro:
Péricles Bassols Pegado Cortez.
Auxiliares: Jorge Luís Campos Roxo e Silbert Faria Sisquim.