Presidente de honra da Fifa defende, em Santos, que campeonatos nacionais dos anos 60 são legítimos e devem ser reconhecidos
Adilson Barros Santos, SP
Pelé e Marcelo Teixeira entregam camisa santista a João Havelange
Homenageado pelo Santos, o presidente de honra da Fifa, João Havelange, apoia a ideia do clube alvinegro de lutar pela unificação entre os títulos da Taça Brasil e Taça de Prata, dos anos 60, e do Campeonato Brasileiro, que começou a ser disputado em 1971.
Pentacampeão da Taça Brasil (de 1961 a 1965) e campeão da Taça de Prata (1968), o Peixe quer ser reconhecido pela CBF como octacampeão nacional. Fluminense, Bahia, Cruzeiro, Palmeiras e Botafogo, os outros clubes que conquistaram títulos nacionais antes do atual Brasileirão, também pleiteam a mudança.
Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, no CT Rei Pelé, em Santos, Havelange afirmou que é legítimo o pedido desses clubes. Ele era presidente da então CBD (Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF) quando foi criada a Taça Brasil e lembra, que, na ocasião, a competição era tratada como um legítimo campeonato brasileiro de clubes.
- Sou favorável. Se os títulos existiram, é porque são oficiais. Temos de pensar nesse princípio. Se a CBF reconhecer os títulos, estará fazendo justiça. Mais do que isso, estará prestando uma homenagem ao futebol brasileiro do passado - afirma. Havelange explica que a Taça Brasil foi criada para que houvesse uma competição de abrangesse clubes de outros estados e não só do eixo Rio-São Paulo.
- Na época, o Torneio Rio-São Paulo era a competição mais importante. Mas o esporte crescia no Brasil e precisávamos prestigiar os outros estados. Por isso, criamos, em 59, a Taça Brasil, que deve ser respeitada e reconhecida. A CBF ainda não se pronunciou sobre o assunto. Diz que aguarda o dossiê que está sendo preparado pelos pleiteantes.
