Com a saída de Ricardo Teixeira do comando da CBF, começa uma nova era e o LANCENET! propõe uma reforma
LANCEPRESS!
Rio de Janeiro (RJ)
Rio de Janeiro (RJ)
O LANCENET! apresenta nove propostas para o futuro do futebol brasileiro! Com a saída do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que estava havia 23 anos no poder, uma nova era se inicia e a participação dos clubes será primordial para que o futebol siga o exemplo europeu. Dos estatutos da CBF à formação de uma liga nacional de clubes, conheça as sugestões do LANCE! para um debate sobre o futebol nacional:
1 - UMA NOVA GESTÃO
Mudança estatutária criando o Conselho de Administração (CA), abaixo do qual se situaria a diretoria executiva, profissional, responsável pela gestão cotidiana.
O CA, formado por brasileiros de alta reputação e compaixão pelo futebol, não tem remuneração e tem a responsabilidade de contratar e demitir a diretoria, além da condução das grandes estratégias para o crescimento do futebol do Brasil.
LANCE OPINA!
A eleição do próximo presidente da CBF seria a última de um só nome. Nas próximas, se candidatariam chapas, já com os nomes dos conselheiros. O número de conselheiros deve ser de 6 a 8, sendo que o presidente do CA tem o voto de desempate.
Este primeiro CA teria um mandato "Constituinte", absolutamente alinhado com necessidade de revisão dos estatutos no sentido de, democraticamente, apontar caminhos para o desenvolvimento do futebol brasileiro.
Ao contrário do sistema atual, os clubes que disputarem no ano da eleição da CBF uma das quatro séries do Campeonato Brasileiro terão direito a voto e a indicação de nomes para a composição das chapas que disputarem a eleição.
2 - O USO DE RECEITAS
Parcela importante da receita bruta da CBF (no mínimo 50%) passará a ser direcionada pelo seu estatuto, sem passar pelos cofres da entidade, para um FUNDO DE FOMENTO AO FUTEBOL que financie os clubes e as competições entre clubes promovidas pela CBF. O FFF teria uma forma de gestão compartilhada entre a confederação e os clubes, a ser definida em norma.
Seria tarefa deste FFF contribuir com a contrapartida que alguns clubes possam necessitar para viabilizar a construção de Centros de Treinamento, a estruturação das divisões de base e a construção ou reforma de seus estádios de modo a atender às novas exigencias legais e às demandas de conforto e segurança.
Parte dos recursos do fundo seria empregada, ainda, no pagamento integral de despesas de passagens, hospedagem e arbitragem das Terceira e Quarta Divisões do Campeonato Brasileiro, o que vai significar economia para os clubes e aumentar a competitividade dessas divisões de acesso.
A CBF estaria limitada em seus gastos de administração e operação a, no máximo, parcela de receitas que entrasse nos seus cofres, sendo vetado aos seus executivos a realização de deficit orçamentário. A entidade deve apresentar e fazer publicar, trimestralmente, o seu balanço econômico/financeiro, como o fazem as maiores empresas - inclusive no site da entidade.
3 - O PAPEL SOCIAL
Às atividades profissionais da CBF, prioritárias, deve ser agregada uma forte atuação social, usando o futebol como ferramenta de inclusão, especialmente voltada para crianças e adolescentes e de acordo com políticas nacionais de incentivo à prática esportiva. Deve também viabilizar a presença nos estádios, formando os torcedores do futuro. Será obrigação da entidade a publicação regular do balanço social, como é norma das empresas mais modernas do país.
4 - A MUDANÇA DO CALENDÁRIO
Mudança no calendário para adaptá-lo ao dos grandes eventos de clubes e seleções e ao modelo praticado na maior parte do mundo é tarefa urgente.
O aproveitamento ideal do calendário atual está comprometido por não termos as férias no meio do ano, pela realização das competições continentais (Libertadores e Pan-Americana), simultaneamente, no mesmo semestre e pela ausência de clubes importantes da Primeira Divisão na Copa do Brasil.
Além disso, o fato de que a Copa do Mundo, a Copa América e os Jogos Olímpicos serem disputados no meio do ano impõe que se paralise as competições mais importantes do país, perdendo os clubes importante período de atividade e compromentendo sua saúde econômica.
Esse novo calendário deve ter um período de pré-temporada, aliado com os países europeus, permitindo aos times brasileiros excursionarem e, com isso, propagarem suas marcas globalmente, valorizando-as, como fazem os maiores clubes do mundo. Medida que terá efeito imediato no aumento de patrocínios e estimulará o consumo de produtos brasileiros em todo o mundo.
Os estaduais e/ou regionais serão realizados no início de temporada e não poderão exceder a dez datas, livrando assim os clubes de Primeira e Segunda divisão de disputarem um excessivo número de jogos com prejuízos econômicos, fruto do desinteresse crescente dos torcedores.
5 - A FORMAÇÃO DE LIGAS
A CBF deve ter o compromisso de fomentar a criação e de atuar em harmonia com uma Liga Nacional de clubes, nos moldes dos países europeus. É a única maneira de termos no futuro os nossos clubes entre os maiores do mundo. Para tanto, o calendário e o sistema de disputa são peças essenciais, mas não suficientes para globalizar os times do Brasil.
Com a Liga, poderemos ampliar a nossa fatia nas fortunas do futebol mundial, fortalecendo as marcas dos clubes e arrecadando receitas de televisionamento e merchandising por todo o planeta. Os nossos campeonatos não são exibidos no exterior da forma como deveriam ser por que nunca foram pensados de fato para tal objetivo.
O futebol de clubes gera muito mais recursos que o de Seleções, que tem na Copa do Mundo sua maior atração, de quatro em quatro anos. A Champions League, só de TV, fatura quase o dobro que a Copa do Mundo, medindo-se períodos de quatro anos.
Somente teremos condições de manter aqui uma parcela significativa dos nossos craques se passarmos a rivalizar em importância com as competições mais bem-sucedidas do mundo e com os clubes mais fortes. Este talvez deva ser o maior gol que a CBF pode marcar num cenário de cinco anos.
6 - SEGURANÇAS NOS ESTÁDIOS
A falta de proteção e conforto é o maior entrave para o aumento de público nos estádios. A CBF deve ser a maior articuladora e cobradora da implementação das novas políticas de segurança para o torcedor, seja cobrando do Judiciário o bom funcionamento dos tribunais de rito sumário para os estádios, seja articulando nacionalmente, com reduções de custos, itens como seguro de acidentes, assistência médica nos eventos, entre outras medidas. O resultado disso será a maior presença de famílias e um verdadeiro espetáculo de entretenimento, como deve ser o futebol.
7 - NOVA ARBITRAGEM
A CBF deve trabalhar para criar a profissão de árbitro no país. Todos os que gravitam no futebol são profissionais, hoje em dia, menos os árbitros. Devem-se ampliar os investimentos na capacitação desses profissionais. Há de se garantir, ainda, a plena independência da comissão de arbitragem da entidade, submetendo o seu dirigente à aprovação do Conselho de Administração e criando mecanismos, que impeçam formas de pressão e garantam a lisura do processo.
8 - A JUSTIÇA DESPORTIVA
A Justiça Desportiva deve ser um braço do Judiciário Federal, remunerada em orçamento, e autonôma em relação às Federações e Confederações.
9 - COMBATE À PIRATARIA
A CBF deve ter o compromisso prioritário de combater a pirataria dos produtos oficiais dos clubes, por meio de gestão política para se estabelecer convênios com a Secretaria da Receita Federal e com o Confaz visando a um aumento da arrecadação dos Estados e da União. Poderia se estabelecer um percentual de contribuição dos clubes/fabricantes para programas sociais, assim gerando um incentivo a mais para a compra de produtos oficiais.