Revoltado com expulsão de Bebeto, Montenegro ameaça deixar Botafogo
Ex-presidente classifica de covarde a decisão da Junta de Julgamento e Recursos e fala em 'nunca mais colocar os pés' no clube
Montenegro: solidariedade a Bebeto de Freitas
(Foto: Agência Globo)
(Foto: Agência Globo)
A expulsão de Bebeto de Freitas do quadro social do Botafogo, em decisão da Junta de Julgamento e Recursos, criou uma reação em cadeia. Depois de tomar conhecimento da resultado do julgamento, Carlos Augusto Montenegro, presidente do clube na conquista do Brasileiro de 1995, avisou que seguirá o mesmo caminho e deixará de ser sócio caso a exclusão de Bebeto seja confirmada.
- Participei da administração do Bebeto. Então, se ele for expulso, serei expulso também e nunca mais vou colocar os pés no Botafogo. Como ex-presidente, me sinto triste e agredido. Não tenho amizade, mas admiração pelo Bebeto. Além disso, sei que é um fardo ser presidente de um clube como o Botafogo, que acumula muitas dívidas passadas. Foi um ato covarde e de vingança política - disse Montenegro, que não exerce qualquer cargo atualmente no Glorioso.
Bebeto de Freitas foi acusado de não comprovar gastos do equivalente a R$ 1,5 milhão, relativos a 2008, último ano de sua administração. O ex-presidente tem cinco dias para recorrrer da decisão junto ao Conselho Deliberativo do Botafogo. Carlos Augusto Montenegro acusou a Junta de não atuar da maneira correta ao analisar o caso.
- Em seis anos, o Bebeto movimentou R$ 300 milhões e as pessoas estão discutindo sobre R$ 1,5 milhão que todos sabem que foi pago. O Conselho Fiscal e a Junta jamais convocaram para depor o Cláudio Good, que por seis anos foi vice financeiro. Além disso, todas as operações foram respaldadas pela diretoria. Nunca houve interesse em saber a verdade. O Bebeto foi o presidente que tirou o Botafogo da Segunda Divisão e que conseguiu o Engenhão - afirmou Montenegro.
Vice de futebol durante a gestão de Bebeto de Freitas, Ricardo Rotenberg foi solidário a Montenegro:
- Se o Bebeto for realmente expulso, entrego o título de sócio-proprietário que possuo há 36 anos.
Jorge Aurélio Domingues, presidente da Junta de Julgamento e Recursos do Botafogo, garantiu que o processo relativo a Bebeto de Freitas transcorreu de forma isenta e baseada nas informações colhidas pelo Conselho Fiscal do clube.
- A Junta deu todas as oportunidades para o Bebeto se defender. Inclusive, o advogado dele poderia ter feito perguntas às testemunhas. O Conselho Fiscal, do qual não faço parte, fez um trabalho minucioso, e Junta julgou com base nesse parecer. Cláudio Good foi convidado para ser ouvido antes do julgamento, mas disse que não iria porque renunciou à vice-presidência financeira antes de tudo acontecer. Posso garantir que não houve ódio ou questão política no processo. Em relação ao Montenegro, só tenho a lamentar e ficaria triste se ele saísse. Mas isso não altera em nada nossa decisão - explicou.