Maior artilheiro rubro-negro da última década, Renato diz ter prazer em enfrentar o Botafogo
Caio Barbosacaio.barbosa@extra.inf.brRIO - O clássico deste domingo não é daqueles cheios de atrativos para o torcedor. Mas tem um gosto especial para o meia Renato. Bem articulado, ele foge do estereótipo e dos discursos prontos dos jogadores, e também não é muito chegado a uma autopromoção. Tanto que guarda para si, mas cheio de orgulhos, uma marca histórica de fazer inveja a muito craque rubro-negro.
Na última década, ninguém fez mais gols com a camisa do Flamengo do que Renato. Foram 50 no total, em 156 jogos (uma média de quase um gol a cada três partidas), o que põe o jogador numa galeria ao lado de Ricardo Riemer, Nonô, Leônidas, Pirilo, Dida, Zico e Romário, artilheiros das décadas anteriores desde a fundação do clube.
- Estes gols fizeram meu nome no futebol. Me deram um reconhecimento enorme. E por coincidência, o jogo que eu mais gosto é contra o Botafogo. Foi contra eles que fiz meu primeiro gol, num passe do Dimba, em 2005. E nunca perdi este clássico. Mas isso não quer dizer que a gente não possa perder este.
No Flamengo de hoje, Renato tem função mais defensiva do que na primeira passagem pelo clube, entre 2005 e 2007. Ele garante que não vê problemas em ficar mais longe da área adversária, mas confessa que balançar as redes é uma obsessão:
- Penso, em primeiro lugar, no conjunto, porque quero sempre ganhar o jogo. Se a gente ganhar com gol de outro, não importa. Mas quero sempre que seja com um gol meu. Sou apaixonado por fazer gol. O gostinho é especial.
A solução, cada vez mais, é treinar faltas, o que Renato faz à exaustão. E o resultado aparece, como contra o Corinthians, na despedida de Petkovic:
- A perna fica até cansada, mas não deixo de treinar. Estar no Flamengo, fazer gols pelo Flamengo é um prazer incrível. Nem sei se tem alguma coisa minha no site do clube ou na sede da Gávea, mas sei que vai ser um orgulho poder contar para os meus netos que fui o artilheiro de uma década inteira de um clube como o Flamengo de Zico, Romário, Gaúcho, Pet e outros, mas a ficha ainda nem caiu. Eu quero mais.
A preocupação com os gols é tamanha que Renato insistiu num ponto: alertar os torcedores para sua nova função.
- Muita gente me cobra mais gols, mas agora estou jogando mais atrás. Não dá para fazer tantos gols como antes. Coloca isso aí na matéria, por favor - pediu o volante, que atualmente tem 55 gols em 181 jogos. - Mas bota também que eles podem ter certeza que a vontade de fazer gols continua a mesma - brincou.
(*) Do Extra