Maicosuel: 'Sonho ser um dos melhores jogadores do mundo'
Meia admite fracasso no exterior, mira Seleção Brasileira e revela carinho quando fala sobre o Botafogo: 'Hoje eu sou alvinegro de coração, com orgulho'
Maicosuel completou 25 anos nesta quinta-feira feliz com o retorno aos gramados pelo Botafogo. Recuperado de lesão no joelho, que o deixou oito meses afastado, o meia conversou com o SporTV News para o quadro 'Domina e Toca'. Durante a entrevista, admitiu o fracasso em sua passagem pelo Hoffenheim, na Alemanha, em 2009, declarou seu amor ao Alvinegro e disse que, mirando a Seleção Brasileira, quer chegar ao topo do futebol mundial.
- Eu quero tudo, sonho em jogar na Seleção, ser o melhor jogador do mundo, ser reconhecido nacional e internacionalmente. Fui para fora do Brasil, mas não tive uma passagem tão boa assim - disse.
Em maio de 2009, Maicosuel deixou o Botafogo, vendido por R$ 12,8 milhões ao Hoffenheim, da Alemanha, mas não rendeu o esperado na Europa. O meia retornou ao Alvinegro em maio de 2010, como havia prometido em sua despedida, e admitiu que não teve um bom momento na equipe alemã.
- Eu acho que mais uma vez eu não fui capaz. Não gosto muito de dar desculpa, falar que foi o campo ou a bola porque são iguais. Mas credito tudo isso a minha incapacidade lá no momento.
O retorno ao Botafogo foi marcado por um drama após romper o ligamento cruzado anterior do joelho no primeiro tempo de um clássico contra o Vasco, em setembro de 2010, pelo Campeonato Brasileiro. Para o meio-campo, foi a dor mais forte que sentiu em sua vida, mas o sofrimento ajudou-o a descobrir seus verdadeiros amigos durante os oito meses em que ficou afastado.
- O barulho foi muito grande, rompeu tudo, eu “quebrei” o joelho. Até o Fernando Prass ficou desesperado, como ele comentou comigo depois. Eu pedia para a dor parar, mas não parava. O doutor falou que eu não ia mais voltar a jogar bola. Muita gente participou da minha recuperação, o que me deixa mais feliz foi isso. Eu vi que eu tinha muitas amizades, todo mundo que se preocupava comigo. Então, foi uma fase muito ruim e ao mesmo tempo muito boa porque eu vi quem estava ao meu lado.
Após cirurgia com Luiz Fernando Medeiros, chefe do departamento médico do Botafogo, Maicosuel retornou aos gramados em amistoso contra o Friburguense, em Nova Friburgo, em maio de 2011, e balançou a rede em seu primeiro lance na partida. Um gol que contou com a comemoração de toda a comissão técnica.
- Foi o momento mais inesquecível da minha carreira pelo valor do gol. Era um amistoso, mas marcou muito a minha vida. Quando eu fiz o gol eu não acreditava, eu agradeci a Deus por tudo que ele fez na minha vida - disse o meia.
Para a temporada 2011, Maicosuel pediu tranquilidade aos torcedores alvinegros e disse que a saída de Joel Santana, que pediu demissão em março de 2011, prejudicou o Botafogo.
- Joel é um pai para todo mundo. Até os jogadores que não jogavam viam ele como um pai. A gente perdeu um dos maiores treinadores do Brasil. Ele estava há 14 meses já, todo mundo já conhecia seu estilo, eu acho que a saída dele ajudou bastante para que o Botafogo não saísse bem nesse primeiro semestre. O Caio (Júnior) está chegando agora, o torcedor tem que entender que ele esta colocando uma maneira de jogar diferente. Tem que ter um pouco de calma. Eu confio muito nesse grupo.
Maicosuel afirmou que sente carinho pelo Botafogo e agradeceu ao clube e aos torcedores pelo apoio desde sua primeira contratação, em 2009. O meia relembrou sua primeira partida pelo Alvinegro, na vitória por 2 a 1 sobre o Boavista, no Campeonato Carioca daquele ano.
- Hoje eu sou alvinegro de coração e tenho muito orgulho disso. Em quase tudo que eu sou profissional eles tem toda a parcela. E tudo por causa deles, dessa torcida que me abraçou. Meu primeiro jogo eu consegui fazer uma partida memorável, dois gols, um nos acréscimos.
Aos 11 anos, Maicosuel morou sozinho nos alojamentos das divisões de base do Guarani (SP) e chegou a ajudar o pai, sua maior referência, a catar latinha nas ruas para sobreviver ganhando 15 reais por mês. Para o meia, foi ele quem moldou o seu caráter.
- Muitos falam que ele não foi nada na vida, mas para mim ele é tudo, me ensinou a fazer tudo na vida, ter responsabilidade, ser o que eu sou hoje, verdadeiro. Hoje eu posso dizer que sou homem, falo no olho, não tenho vergonha nem medo de nada - contou.
