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Paes: Engenhão não tem problemas de estrutura, e torcedores não correm risco

Após reunião realizada nesta sexta-feira, prefeito do Rio de Janeiro descarta qualquer gravidade, mas apresenta uma lista com melhorias para o estádio

Fred Huber
Rio de Janeiro

O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, durante reunião

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, se reuniu nesta sexta-feira com o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, e representantes de empreiteiras que participaram da construção do Engenhão para discutir os problemas existentes no local. Após o encontro, Paes, que chegou a dizer anteriormente que pensava em punir os responsáveis, afirmou que o estádio João Havelange não possui danos estruturais, e, desta forma, não oferece risco aos torcedores.

O prefeito informou ainda que foi feita uma lista com o que precisa ser melhorado no estádio, mas alegou não ter conhecimento técnico para entrar em detalhes.

- Nenhum dos problemas do Engenhão é de ordem estrutural. Não há risco para os torcedores, que são a nossa maior preocupação. Os problemas que existem serão resolvidos na velocidade certa. Há uma lista deles pronta. Esse foi o entendimento que tivemos nesta reunião. As empreiteiras têm mostrado boa vontade, até porque o Engenhão é uma grande vitrine - disse Eduardo Paes.

Maurício Assumpção mostrou-se feliz com o desfecho da encontro. O presidente alvinegro disse que agora ficou mais claro o que é responsabilidade do Botafogo e o que é papel das empreiteiras. Eduardo Paes, anteriormente, não descartava nem a possibilidade de o clube perder o direito de explorar o estádio.

- Saio deste encontro extremamente satisfeito. A intervenção do prefeito foi fundamental, melhorou a comunicação. Agora acertamos os ponteiros. A responsabilidade de administrar o Engenhão é grande, e agora todos sabem seu papel. Fico feliz em saber que o prefeito entende que o Botafogo está fazendo a sua parte - disse Assumpção.

Paes disse que o Alvinegro receberá um manual para auxiliá-lo na administração do Engenhão. Ele afirmou também que o Botafogo não tem nenhum débito com a prefeitura.

- É importante que o Botafogo saiba exatamente como fazer. Uma parte é de responsabilidade de quem fez (empreiteiras), e a outra é de quem usa (Botafogo). E esclareço também que o clube está em dia com os pagamentos, além de ter contratado uma equipe de manutenção. Estamos tranquilos quanto a isso.

O prefeito lembrou que, após o fechamento do Maracanã para a realização das obras para a Copa do Mundo, o Engenhão será o principal estádio do Rio e, desta forma, torna-se ainda mais importante que não tenha falhas.

- O estádio será muito exigido após o fechamento do Maracanã. Precisamos deixá-lo em ótimas condições.

Eduardo Paes comentou sobre os planos para o estádio visando a Copa do Mundo. Para tentar resolver um dos principais problemas, o acesso, está em pauta, por exemplo, a criação de um viaduto em Abolição. A lotação máxima, que atualmente é de 45 mil lugares, deverá chegar a 60 mil (os 15 mil novos assentos serão retirados após o término do Mundial). Para a realização das melhorias, é provável que haja a necessidade de realizar desapropriações em locais próximos. A prefeitura pretende também, em parceria com o Botafogo, ampliar os trabalhos sociais nas dependências do Engenhão.

Entenda o caso

Na última terça-feira, 23 de março, em nota publicada na coluna de Ancelmo Gois, no jornal "O Globo", foi divulgado que o Engenhão estaria com problemas estruturais, informação confirmada pelo Botafogo, que detém a concessão do estádio por 20 anos - três já foram cumpridos.

O clube revelou que enviara no dia 3 de abril de 2009 um relatório listando 30 defeitos de infraestrutura e manutenção, como falhas de projeto e infiltrações, que atingem as casas de máquinas dos elevadores, causando risco de curto-circuito, e juntas de dilatação que sustentam a estrutura.

Uma cópia do ofício chegou à Rio Urbe, que a encaminhou para o Tribunal de Contas do Município - o documento teria passado inclusive pela Superintendência de Patrimônio Imobiliário da Secretaria municipal de Fazenda, organizadora da licitação e que entregou ao Botafogo a administração do Engenhão por duas décadas, na época em que o prefeito era Cesar Maia.

De acordo com a reportagem de "O Globo", o ofício foi arquivado pelo TCM