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Flu pode perder até dez mandos de campo devido a quebra-quebra

Plano para não queimar Zárate

Ney Franco diz que atacante pode enfrentar o Grêmio, mas intenção é não expor mais o argentino a possíveis críticas

Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro

Desde que Zárate estreou, a meta do Botafogo é recolocá-lo em forma. Mas maior ainda é a preocupação em fazer que com que atacante consiga render tudo o que pode quando tiver outra oportunidade. Por isso, a comissão técnica alvinegra pensa e repensa o melhor momento de promover a volta do argentino, que apresentou uma visível evolução física desde a partida contra o Náutico, dia 30 de agosto.

Desde então, o jogador já perdeu cerca de cinco quilos, como resultado de um acompanhamento ainda mais próximo dos profissionais do clube em relação à sua alimentação. Após da viagem à Colômbia, o técnico Ney Franco confirmou que Zárate já tem condições de voltar a campo. Mas a cautela mineira fala alto no momento de pensar quando o atacante terá uma nova oportunidade.

- Agora está a meu critério utilizá-lo, ou não. Ele tem boas chances de ser relacionado no jogo contra o Grêmio, mas prefiro não adiantar, porque ainda temos a partida contra o América de Cáli na quarta-feira. Minha preferência é lançá-lo fora de casa. O problema é que precisa haver cuidado para não expor ainda mais o Zárate, depois de tudo o que aconteceu. Temos de ter cuidado para recuperar e não perder o jogador de vez - explica o treinador.

Zárate foi comprado pela empresa Ability por US$ 1,2 milhão (cerca de R$ 2.2 milhões no câmbio atual), sendo emprestado ao Botafogo por um período de quatro anos. Desde sua apresentação, no dia 14 de julho, até hoje, foram dois meses e meio e apenas 20 minutos jogados. Mas, apesar do alto investimento, a diretoria do Botafogo se mostra tranqüila, exatamente porque sabe que uma atitude precipitada pode fazer com o que o clube perca técnica e financeiramente.

- A expectativa é alta em relação ao Zárate. Afinal, tem apenas 24 anos, foi artilheiro da Segunda Divisão da Argentina, que não é fácil, é goleador e tem passaporte comunitário, o que abre muitas possibilidades na Europa. A primeira questão era ele entrar em forma, o que já aconteceu, mas o clube não interfere nas decisões do treinador. Além disso, existe a intenção de não colocá-lo novamente numa situação difícil, pois ele perderia de vez a motivação - afirma Ricardo Rotenberg, dirigente alvinegro que observou alguns jogos do atacante ao vivo e conduziu as negociações para sua contratação.

A preocupação de Ney Franco em não tomar uma atitude precipitada é ainda maior por causa da seqüência de resultados ruins do Botafogo. O treinador reconhece que, nesse momento, vale mais apostar num jogador que tenha um pouco mais de ritmo de jogo e esteja mais ambientado ao clube e ao clima de competição.

- Nessa altura do campeonato não se pode mais errar. Não teremos o Wellington Paulista contra o Grêmio porque ele está suspenso. Na dúvida entre Fábio e Zárate, prefiro utilizar o Fábio. Mas não quer dizer que não goste do Zárate ou que ele não se encaixe no meu esquema. Pelo contrário, ele vem treinando muito bem e vai nos ajudar - diz o técnico.