Síndrome da segunda fase não afeta o Botafogo: 'Saberemos lidar com isso'

Na Copa do Brasil, clube caiu seis vezes na fase nesta década, mas técnico Oswaldo de Oliveira espera que os experientes ajudem a evitar a pressão

Por André Casado Rio de Janeiro

Até conquistar a Copa do Brasil ou, ao menos, voltar a ter uma participação positiva, o Botafogo estará às voltas com os questionamentos dos números negativos das últimas aparições. O início da segunda fase, na noite desta quarta-feira, contra o Guarani, pode pôr fim à maldição que assombra o clube especialmente nesta década. Foram seis quedas neste momento, todas para adversários menos expressivos, como Gama, Paulista e Americano. Para o técnico Oswaldo de Oliveira, porém, isso não entra em campo e também não é privilégio alvinegro ter pedras no sapato.

- Não por esse motivo (sequência de eliminações), mas o cuidado é porque sabe-se o que pode acontecer. Se olharmos para trás, vemos que Brasiliense, Paulista, Santo André surpreenderam a todos. Em algumas situações, joguei contra esses times, e o tipo de competição favorece o jogo deles, num mau dia nosso. Estamos preocupados, sim, com Guarani e com o estilo da competição, o mata-mata, são obstáculos sempre difíceis. Mas quem esteve ou não nestas participações do Botafogo teve vitórias e derrotas na carreira, isso é aleatório. Nosso foco é o adversário - reforçou Oswaldo, que espera que os mais jovens tenham nomes como Jefferson, Antônio Carlos, Renato e Herrera como escudo.

Oswaldo de Oliveira garante não se impressionar com tabus (Foto: Marcos Tristão / Agência Globo)

 

- Os mais novos é que podem sentir um poquinho ainda, porque ainda não viveram um ponto alto. Mas os veteranos mostrarão que sabemos lidar com essa situação. Sinto meu time cada vez mais preparado e motivado para não cometer erros do passado - confirma.

Antes de enfrentar o Treze-PB, na estreia do torneio, em 2012, o goleiro Jefferson admitiu que a pressão psicológica é inevitável. Por acaso ou não, o Botafogo se complicou e quase foi eliminado.

- Isso acaba dificultando a cabeça do jogador, que entra desconcentrado - disse o camisa 1, pedindo, antes do duelo no Engenhão, que a postura fosse a mesma da vitória sobre o Vasco, três dias antes, pela Taça Rio - o jogo, no entanto, terminou 1 a 1 e a vaga veio somente nos pênaltis.

Em 2007 e 2008, o Glorioso quebrou a sequência e foi semifinalista. Em 1999, na melhor campanha, perdeu a decisão para o Juventude, em pleno Maracanã.

Confira os algozes e a sequência de campanhas ruins do Botafogo no século:

2001 - Remo - Segunda fase
2002 - Paraná - Oitavas
2003 - Goiás - Oitavas
2004 - Gama - Segunda fase
2005 - Paulista - Segunda fase
2006 - Ipatinga - Segunda fase
2009 - Americano - Segunda fase
2010 - Santa Cruz - Segunda fase
2011 - Avaí - Oitavas