Renato não enfrenta o Vasco e Oswaldo esconde como jogará Fellype Gabriel
O Globo
RIO — Sem saber que minutos antes o próprio Renato confirmara sua
ausência enquanto cruzava os corredores do Engenhão com o tornozelo
inchado à mostra, na sala de entrevistas Oswaldo de Oliveira mantinha no
ar a dúvida sobre a participação do volante diante do Vasco. A passagem
do tempo, dizia, ensinara-lhe a lidar melhor com as ansiedades. Renato
não é a chave do mistério alvinegro para a decisão da Taça Rio, tampouco
Fellype Gabriel. Se há uma questão ainda implícita, é onde este jogará,
o que vai depender da escolha do técnico do Botafogo entre o novato
Jádson e Maicosuel.
Oswaldo não deu mais do que uma pista sobre
qual pode ser sua opção. Em determinado momento do treino, chamou
Fellype, Elkeson, Andrezinho e Maicosuel para conversar. No início da
semana, Fellype já havia treinado como segundo volante, posição em que
terminou a semifinal contra o Bangu. Mas, assim como fez Cristóvão na
semana da semifinal contra o Flamengo, em que testou Juninho ao lado de
Felipe e entrou em campo com Fellipe Bastos, nada impede que a formação
titular seja a surpresa de última hora.
— Não confirmo, não —
respondeu Oswaldo, à pergunta se Fellype Gabriel formaria a dupla de
volantes com Marcelo Mattos. — Estou preparando o time ainda, tenho a
possibilidade do Jádson, que estreou muito bem contra o Boavista. Amanhã
(neste sábado), possivelmente, sai a confirmação.
Se não trata a
questão como a solução de seus problemas, Oswaldo também evita dar armas
para Cristóvão Borges. Apesar da larga experiência e do currículo
recheado de títulos em comparação com o rival, em início de carreira,
para o técnico alvinegro a importância do momento ajuda a diluir
diferenças.
— Só tem uma diferença entre mim e o Cristóvão: ele
jogava muito — brincou. —Vi jogos em que o Vasco passou por momentos
ruins e deu a volta por cima. Ele faz manobras de jogo com autoridade.
Para Loco Abreu, a falta de Renato é um fato que deve ser tratado com pragmatismo:
—
Ele é um jogador titular, experiente, com uma ótima leitura do jogo,
mas temos que nos preocupar em não transformar a ausência dele em algo
importante. Seja quem for o escolhido, temos que fazer suas
características darem certo, pois o meio-campo é onde se ganha o jogo.
Novo cobrador de pênaltis
Embora
nunca tenha deixado de ser uma liderança, o capitão precisou de um
trabalho especial de recondicionamento físico para retomar a condição de
artilheiro. Após os três gols contra o Bangu, a final da Taça Rio
contra o Vasco é uma espécie de primeiro passo rumo a duas conquistas
para Abreu: a do estadual e da condição de cobrador oficial de pênaltis,
já que, nas entrelinhas, Oswaldo disse que, ao menos nos 90 minutos, a
tarefa de cobrar as penalidades caberá a outro. Andrezinho é o favorito
para assumir o posto.
— O cobrador já foi determinado, mas as
circunstâncias do jogo podem causar mudanças — afirmou Oswaldo. Nesse
caso, se Herrera estiver em campo, será o cobrador.
Nesta
sexta-feira, Jóbson, Lucas Zen e Fábio Ferreira ficaram na academia, mas
apenas o primeiro é problema. Jóbson voltou a sentir dores musculares e
deixou de ter presença certa no banco. Oswaldo tem planos de usá-lo
assim que entrar em forma. Só não quis falar do holandês Seedorf, embora
tenha confirmado que o meia do Milan, que recebeu proposta oficial do
Botafogo no ano passado, faz parte de um projeto de marketing do clube.
Antes de planejar o futuro, o técnico só tem olhos para o presente, e
nada melhor do que conquistar um inédito título em casa.
—Nossa
campanha precisa de um encerramento com chave de ouro. Temos de vencer
no domingo e depois mais duas vezes o Fluminense — lembrou. — A
concentração dos jogadores me faz acreditar num grande jogo domingo.