Sem costume de criar algo diferente no vestiário, técnico diz que títulos históricos são usados e elogia a concentração do elenco nesta semana
Perto da hora de uma decisão, há treinadores que apelam para recortes
de jornais e até vídeos de familiares com o intuito de motivar ainda
mais os jogadores. Oswaldo de Oliveira, no entanto, tem o dom da palavra
e se aproveita disso. Técnico do Botafogo há quatro meses, enfrenta sua
primeira decisão e prepara um discurso inflamado, o qual já vem
distribuindo nas reuniões matinais ao longo da semana do clássico contra
o Vasco, e baseia suas apostas em exemplos vencedores.
O que costuma usar em sua preleção é segredo. Mas todos à sua volta não
escondem que um dos pontos fortes do comandante é o fator psicológico.
Tanto para erguer quem está por baixo como para reforçar sua crença no
time e em seus destaques. Prova disso foi a recuperação do lateral
Márcio Azevedo, a certeza na manutenção de Andrezinho e no jogo de
cintura com Loco Abreu, que saiu de cena em alguns momentos em decisão
praticamente conjunta.
Oswaldo de Oliveira reforça o lado psiológico com seu discurso (Foto: Fernando Soutello / AGIF)
- Estamos confiantes e crescendo, sempre ressalto isso. Não há motivo
para duvidar. Vou reviver com eles esses momentos até chegarem aqui para
que não se esqueçam durante a partida. Senti o grupo com uma
concentração extraordinária nesta semana, participando de tudo o que
fizemos com atenção e vontade. Isso aumenta a possibilidade de fazermos
um grande jogo - disse.
Oswaldo prioriza o descanso na concentração, especialmente no caso de
uma final. Não é linha dura em relação aos hábitos de cada jogador,
porém. Abre espaço para opiniões e costuma manter o estilo ponderado.
Questionado a respeito do título carioca invicto de 1989 do clube, não
descartou o feito como um bom exemplo para citar aos pupilos que é
possível passar ileso pela competição.
- Todo exemplo vitorioso é sempre bem-vindo. Uso, sim, esse e outros
momentos grandiosos do Botafogo. Essa instituição é feita disso. É um
momento decisivo, mexe com as pessoas. Estar melhor de cabeça pode
desestabilizar o adversário, potencializa a nossa motivação. Mas temos
de saber lidar com isso, fazer o jogador entrar em campo altamente
motivado tem seus cuidados - apontou o treinador, referindo-se ao
exagero de garra numa jogada que pode gerar uma expulsão.
E, neste domingo, às 16h (de Brasília), todo cuidado é pouco, alerta o alvinegro.
- Sinto que o Cristóvão tem o inteiro domínio sobre a equipe dele.