Total de visualizações de página

As muralhas do Engenhão: Diego Cavalieri e Jefferson

Inspirados no show de Roger Waters, no Engenhão, no álbum dele 'The Wall', paredões podem ser decisivos

Diego Cavalieri e Jefferson (Fotos: Paulo Sergio)  
Diego Cavalieri e Jefferson farão duelo à parte no Engenhão, neste domingo (Fotos: Paulo Sergio)
 
Guilherme Abrahão
Tiago Pereira

Rio de Janeiro (RJ)
 
O show de Roger Waters, ex-integrante da banda inglesa Pink Floyd, levantou o Engenhão na última quinta-feira. No repertório musical, os principais sucessos do álbum “The Wall” (em português, O Muro), o mais famoso do conjunto. Inspirados no título do famoso disco, Diego Cavalieri, do Fluminense, e Jefferson, do Botafogo travam neste domingo, às 18h30,  com transmissão em tempo real pelo LANCENET! , o duelo das muralhas, no mesmo palco em que Waters se apresentou. Em jogo, a disputa de dois dos maiores pegadores de pênaltis do Brasil. Tremei, cobradores! Os muros estarão lá.

No último confronto, pelas semifinais da Taça Guanabara, o arqueiro do Fluminense acabou levando a melhor. Com dois pênaltis defendidos na disputa, o Muro foi Diego Cavalieri. Show para até o próprio Waters aplaudir de pé.

Mas engana-se quem pensa que Jefferson também não dança conforme a música. No Botafogo, o camisa 1 se mostrou ser um especialista em penalidades. Contra o Vasco, pegou um de Juninho e ajudou na vitória. Mais uma vez, o criador do The Wall teria de se render.

Mais qual o segredo para ser um verdadeiro muro? A explicação está na ponta da língua:

– Procuro esperar até o último instante antes de pular. Estou tendo felicidade nos últimos anos nas cobranças de pênalti e vou continuar treinando forte para melhorar ainda mais – contou Jefferson.

– Nessas horas, é preciso ter muita tranquilidade. Os pênaltis são um momento de definição, tem de manter a calma. Se o goleiro sai antes da cobrança, pode acabar errando – revelou Cavalieri.

Os discursos são parecidos. Calma e tranquilidade. Transparentes como um muro de vidro, mas fortes como concreto. Roger Waters parece prever o futuro quando ajudou a criar o álbum ‘The Wall’. Nas entrelinhas, seria mais fácil ler Diego Cavalieri e Jefferson.

LOCO E BOTAFOGO: PRINCIPAIS VÍTIMAS DE CAVALIERI
O Botafogo tem sido a principal vítima de Diego Cavalieri nas defesas de pênaltis e, em especial, Loco Abreu. Famoso por suas cobranças, o atacante uruguaio parece não ter sorte quando embaixo das traves está o arqueiro do Fluminense.

No ano passado, pelo Campeonato Carioca, o goleiro pegou uma cobrança do atacante, no seu melhor estilo, a cavadinha. Neste ano, pegou nas semifinais da Taça Guanabara, assim como pegou o do lateral-direito Lucas.

Mesmo assim, o goleiro garante que independente do rival, a concentração é a mesma:

– Procuro treinar muito, estudar a forma como os principais batedores cobram e manter a frieza e concentração na hora da batida – disse ao LANCENET!

MANGA BEM ATRÁS EM DEFESAS DE PÊNALTIS
Jefferson pode se considerar um privilegiado. Quando o assunto é defesa de pênaltis, ele tem números bem mais expressivos que Manga, considerado o maior goleiro da História do Botafogo. O atual dono da camisa 1 já defendeu dez penalidades (sete após seu retorno, em 2010), enquanto o ídolo do passado pegou quatro.

Curiosamente, três times sofreram duas vezes com suas defesas na marca da cal: Flamengo, Vasco e Santa Cruz. Além desses, o Bangu também parou no goleiro do Botafogo uma vez.

Os quatro pênaltis defendidos por Manga foram contra Bangu, América, Remo e São Paulo e em todas elas o Alvinegro venceu. As informações são do historiador Pedro Varanda e a contagem não engloba decisões por pênaltis.

BATE-BOLA
Diego Cavalieri
Goleiro do Fluminense

É mais difícil pegar pênalti em clássico?Pegar pênalti nunca é fácil, ainda mais em clássico, quando sempre há grandes cobradores, experientes. Temos que treinar muito e estar concentrados no momento para tentar defender.

Qual o momento certo para pular na bola?Depende de cada situação. Depende do cobrador e do nosso momento pessoal no jogo. E também não vou dar todas as minhas dicas, senão fico manjado (risos).

Acredita que está entre os maiores pegadores de pênaltis do Brasil ou do Mundo?Não posso fazer esse tipo de avaliação. Quem sou eu... E nem penso nisso. Só busco trabalhar sempre e me aperfeiçoar em cada fundamento para ajudar o time que eu defendo.

BATE-BOLA
 
Jefferson
Goleiro do Botafogo

Existe dificuldade maior em pegar pênalti em clássicos?
Geralmente a responsabilidade é ainda maior nesses jogos, mas sempre digo que ela é dividida entre o batedor e o goleiro. Acabou aquela história de que pênalti é loteria e que o goleiro fica em uma situação cômoda.

Contra o Vasco, você apontou um canto para Juninho. Atrapalhar o batedor é importante?
Naquele momento que apontei para o canto não foi nada pensado. Mas estes pequenos detalhes podem tirar a atenção do jogador que vai bater os pênaltis.

Você acredita que esteja entre os maiores pegadores de pênaltis do Brasil ou do mundo?
Trabalho para melhorar cada vez mais. Não gosto de ficar me julgando, prefiro deixar isso para os torcedores e jornalistas.