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Ídolos analisam situação dos clubes cariocas no Campeonato Brasileiro

Felix não crê em redenção tricolor; Adílio defende que maré de azar vai passar; e Maurício acha que o Bota ainda pode progredir na competição

Fabrício Costa
Rio de Janeiro

Representantes de distintas gerações vitoriosas, o trio Felix, Adílio e Maurício analisa a crise do futebol carioca no Campeonato Brasileiro. Tetracampeão estadual
(1969, 1971, 1973 e 1975) e vencedor da Taça de Prata (1970) pelo Tricolor, o ex-goleiro não perde um jogo do clube de coração. Quebra a cabeça para entender o momento ruim do time. E chega à conclusão de que o maior pecado do Flu foi ainda não ter trazido reforços à altura da competição.

- É difícil de acreditar que o Fluminense está nesta situação (lanterna do campeonato). Acho que esta é uma das piores fases do clube. Não é o que a gente está acostumado. Com exceção do Rafael, que está salvando lá trás, a equipe vem jogando muito mal. Torcida ajuda, mas não entra em campo. Acho que a solução é contratar os jogadores certos. Se não contratar, infelizmente, acho que vamos para a Segunda Divisão - analisou o arqueiro campeão da Copa do Mundo de 1970.


Maurício, Adílio e Felix analisam os motivos de Bota, Fla e Flu estarem ladeira abaixo no Brasileirão

Símbolo de garra e um dos ícones do escrete rubro-negro da década de 1980, Adílio prefere acreditar que o Flamengo ainda pode embalar no Brasileiro. Apesar de não poder contar com jogadores importantes como Juan, Leonardo Moura, Toró, Kléberson e Emerson, o ex-meio-campo do Fla - campeão da Libertadores (1981), do Mundial de Clubes (1981) e tetra brasileiro (1980, 1982, 1983 e 1987)- aposta no sucesso do amigo Andrade à frente da equipe.

- O Brasileirão é muito difícil, tem horas que é preciso manter a tranquilidade. Parar, conversar e treinar para as coisas darem certo. O ideal é agir com paciência. Daqui a pouco o time "encaixa", como aconteceu com o São Paulo. Tenho ido ao Maracanã, mas acho que estamos tendo azar de ter muitos jogadores machucados - afirmou Adílio, que garante não ter mágoas do clube por ter sido demitido no ano passado quando era técnico dos juniores.

Maurício vai convidar Afonsinho, Mendonça e Nílson Dias para irem ao Engenhão

Autor do gol que acabou com o jejum de 21 anos sem títulos do Botafogo, o atacante Maurício não perde a empolgação mesmo com a campanha instável do Glorioso no Brasileirão. Ele bate ponto no Engenhão quase toda semana no camarote da empresa que fornece material esportivo ao clube. E promete chamar outros alvinegros para incentivar a equipe ao longo do returno da competição, como os ex-jogadores Afonsinho, Mendonça e Nílson Dias.

- O time ainda está se formando. Por enquanto, não tem a cara do treinador. Mas demonstrou que tem potencial ao empatar com Corinthians (0 a 0, em casa) e com o Palmeiras (1 a 1, no Palestra Itália). Acho que a equipe ainda vai apresentar uma progressão. Basta o grupo estar disposto a cumprir uma determinada meta. Quinta-feira estarei lá (no Engenhão) de novo. Vamos nos livrar do rebaixamento - declarou o campeão estadual de 1989.

O trio carioca não vence há três rodadas no Campeonato Brasileiro. O Botafogo está em 18º lugar na tabela, com 21 pontos, e acumula 43% de risco de ser rebaixado. Enquanto o Fluminense é o lanterna da competição, com 16 pontos, e tem 90% de chance de cair para a Série B. O Flamengo, na 14ª colocação com 27 pontos, luta contra a probabilidade de 17% de jogar a Segundona em 2010.