
Na manhã da última segunda-feira, um destacamento da PM que regressava de uma perigosa incursão numa das comunidades da Zona Norte do Rio, descobriu um "carro" (foto) abandonado nas proximidades do Sambódromo.
Pelas cores do Tinhoso, o tenente logo o identificou como um dos veículos da caravana de torcedores rubro-negros que foram a Belo Horizonte assistir ao jogo Cruzeiro x Flamengo pelo Campeonato Brasileiro. Mas um sargento, acostumado à leitura das seções de esporte dos jornais do Rio, levantou a hipótese de que o automóvel pertenceria à Fla-Prensa.
Formou-se então uma confusão: a região é ocupada por vários órgãos da imprensa (Lance, O Globo, Jornal dos Sports, Extra, O Dia) e o veículo poderia pertencer a qualquer uma das facções de periodistas que integram os já citados órgãos da imprensa.
Diante do impasse, a solução foi rebocar o Tinhoso (apelido que o carro ganhou de estalo) para um depósito de ferro-velho no Caju, à espera de seu ou de seus proprietários. Com a derrota do Flamengo, até hoje – ou pelo menos enquanto escrevo estas linhas – ninguém se apresentou para resgatar o estranho e medonho bólido.
De volta à partida, que tirou do Flamengo a mais remota possibilidade de conquistar o título, devo esclarecer, a bem da verdade, que assisti diversas vezes ao polêmico lance entre Diego Tardelli e Léo Fortunato e cheguei à conclusão de que o árbitro Carlos Eugênio Simon, que estava em cima da jogada, que Diego Tardeli simulou ter sido derrubado pelo adversário, tentando, claramente, arrumar um pênalti. Carlos Eugênio Simon, agora, será denunciado à FIFA pelo clube da beira da Lagoa, acostumado à arbitragens que sempre o favoreceram nos jogos decisivos.
A Fla-Prensa está rigorosamente em polvorosa. Alguns cronistas mais exaltados querem a imediata prisão de Simon, já que o resultado do jogo – o Cruzeiro ganhou fácil por 3 a 2 – não pode ser alterado. Tudo porque a Fla- Prensa só admite árbitros caseiros, como, por exemplo, Djalma Beltrami, principalmente se ele, Beltrami, foi auxiliado por Wilson Moutinho.
Outros, ligeiramente mais ponderados, querem a realização de um novo confronto, desta vez no Maracanã, a fim de evitar a gigantesca torcida do Cruzeiro que compareceu ao Mineirão e empurrou seu time à vitória incontestável.
De minha parte, sempre vendo o futebol de maneira imparcial, acho que as reclamações rubro-negras são improcedentes – na hora imaginei que fosse pênalti – e só espero que o São Paulo Futebol Clube conquiste o seu hexacampeonato, calando, pelo menos por algum tempo, a fúria rubro-negra.
E para encerrar por hoje, só por hoje, volto ao automóvel abandonado no Sambódromo – o veículo está sendo periciado porque há suspeitas de que foi furtado. Que carrinho feio, aquele, heim? Ninguém, em sã consciência pode passar por ele e não levar um susto daqueles.
Arre égua, Satanás...