Total de visualizações de página

A CRÔNICA
por GloboEsporte.com


Dois minutos. É pouco tempo para realizar a maioria das tarefas diárias de qualquer atividade. Mas no futebol a cronologia é diferente. Em dois minutos, é improvável, mas não impossível, por exemplo, sair mais de um gol. Não é comum também ter dois jogadores expulsos. Porém, assim o Botafogo teve seu time desestruturado na noite desta quarta-feira, no Maracanã com o pequeno público de 4.678 pagantes, com 5.216 presentes (renda de R$ 106.275,00). Perdeu Ramírez e Emerson Sheik em sequência por cartão vermelho. O Bahia ganhou a superioridade numérica em campo. E no placar. De tanto tentar, aos 45 minutos do segundo tempo, os baianos fecharam em 3 a 2, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Parecia que a noite seria de Emerson Sheik para o protagonismo do bem. O atacante voltou ao time após ausência por problemas médicos durante três rodadas. Marcou os dois gols alvinegros, um deles de pênalti. No entanto, a expulsão no segundo tempo mudou tudo. Ele se irritou, disse para as câmeras que a CBF "é uma vergonha" e não pôde ver os gols de Maxi Biancucchi e Branquinho - Dankler, contra, marcou no primeiro tempo. Ramírez, dois minutos antes, havia levado vermelho também. Julio Cesar, assim que soou o apito final, foi outro a ser expulso. Os jogadores tentaram evitar falar. O capitão Jefferson aceitou conversar com a imprensa e considerou "um roubo" o que aconteceu.

Com a vitória, o Tricolor baiano fugiu da zona de rabaixamento do Campeonato Brasileiro, com 23 pontos. Empurrou justamente o Alvinegro para o Z-4, agora em 17º, com 22. O Botafogo volta a campo no sábado, às 21h (horário de Brasília), no Heriberto Hülse, contra o Criciúma. O Bahia tem um clássico contra o Vitória, na Fonte Nova, no domingo, às 16h.

Emerson, Botafogo X Bahia (Foto: Vitor Silva / SSpress) 
 
Emerson (à esquerda) fez os dois gols do Botafogo e depois foi expulso (Foto: Vitor Silva / SSpress)
 
 
Sheik brilha, Dankler falha
O desafogo encontrado pelos dois times foi jogar pelas laterais. O meio de campo congestionado dificultou a criatividade. E os times passaram a apostar mais nos cruzamentos. No primeiro tempo, 13 bolas levantadas pelo Botafogo e cinco pelo Bahia. Os cariocas arriscaram mais. Acabaram recompensados com a bola na medida levantada por Ramírez e concluída por Emerson Sheik de cabeça: 1 a 0.

Só que a fase alvinegra não é das melhores. Dankler escorou contra a própria meta e enganou Jefferson ao tentar cortar um cruzamento. O Glorioso finalizava mais, tinha 56% de posse de bola. Até que conseguiu desempatar. Ao defender o chute de Zeballos, Marcelo Lomba evitou o gol, mas a bola resvalou na mão de Railan. Em lance duvidoso, o árbitro Igor Junio Benevenuto assinalou a infração. Sheik converteu novamente, desempatando.

Polêmicas e vitória baiana

Gilson Kleina voltou do intervalo disposto a mandar o time para a frente. Trocou dois meias por dois atacantes: Maxi Biancucchi no lugar de Léo Gago e Emanuel Biancucchi por Marcos Aurélio. Destacou-se, porém, um volante. Uelliton dividiu a bola com Ramírez. O botafoguense se irritou, empurrou o adversário e foi expulso direto. Emerson Sheik, já com um amarelo por reclamação, cometeu falta dois minutos depois, aos 14, e também acabou punido com o cartão vermelho. O camisa 7 saiu revoltado, procurou a câmera e disse taxativamente: “CBF, você é uma vergonha! Vergonha! Vergonha!”


Julio Cesar mostrou que com menos dois ainda é possível assustar. O lateral penetrou na área, fez boa jogada e chutou. Lomba defendeu. O Botafogo, naturalmente, recuou. Era, talvez, a única opção. O Bahia demorou até achar o caminho certo. Maxi Biancucchi aproveitou a tabelinha com Guilherme para empatar. A pressão seguiu. Kieza chegou a virar, sozinho na pequena área. O impedimento marcado gerou dúvidas. A dúvida acabou aos 45 minutos. Branquinho virou, e o Bahia venceu e passou o Botafogo na tabela.