Emerson chega como réu e sai de julgamento admirado pelo STJD
Auditor
agradece a Sheik por título do Corinthians. Atacante tem personalidade
enaltecida por aqueles que analisaram suas críticas à CBF
Por Felippe Costa e Gustavo Rotstein - Rio de Janeiro
Emerson esteve no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na
tarde da última segunda-feira para sentar no que é uma espécie de banco dos
réus. Mas apesar de ter saído com uma pena de quatro jogos de suspensão (um deles já cumprido), pode-se dizer que o atacante passou longe de ser
condenado. A maior parte dos auditores da Primeira Comissão Disciplinares, que
analisou a declaração “CBF, você é uma vergonha”, dirigida a uma câmera de
televisão, mostrou admiração pela atitude do jogador, que foi punido somente por
ofensas ao árbitro após a derrota do Botafogo por 3 a 2 para o Bahia.
Ao fim das quase duas horas de julgamento, o auditor Vinícius de Sá Vieira se permitiu deixar aflorar o lado fã. Ele se dirigiu a Emerson e colocou a mão no seu ombro enquanto agradecia pelo título da Libertadores conquistado com o Corinthians, em 2012 - Sheik marcou dois gols na decisão contra o Boca Juniors. Alguns minutos antes, ele votou pela absolvição do Sheik em relação à acusação originada no desabafo à beira do gramado do Maracanã. Mas seguiu a maioria ao pedir quatro partidas de suspensão (pena mínima) pelas ofensas do atacante ao árbitro.
Outro que não escondeu sua admiração por Emerson foi o
auditor Washington Rodrigues de Oliveira. Antes de proferir seu voto pedindo somente
duas partidas de suspensão pelas ofensas ao árbitro e absolvição pelas palavras
contra a CBF, o integrante da Primeira Comissão Disciplinar do STJD discorreu
brevemente sobre as atitudes do atacante. Citou, mesmo de forma superficial, a
foto publicada por Sheik numa rede social na qual dava um “selinho” num amigo,
que fez Emerson responder a provocações fazendo uma espécie de combate à
homofobia. Em seguida, mostrou que o protesto solitário do jogador contra a
arbitragem deveria ser respeitado.
- Ele é polêmico, mas diz o que pensa - resumiu ele, em sua explanação.
Relator do processo, Felipe Bevilacqua foi duro ao pedir a suspensão de Sheik por quatro partidas pela forma como se dirigiu ao árbitro ao ser expulso. Mas ao votar pela absolvição ao tratar da crítica à CBF, argumentou que o episódio teve proporção aumentada pelo simples fato de o protagonista ser Emerson.
- A repercussão se deu pelo personagem que o atleta é. Tanto
é que depois um atleta do Vitória (Richarlyson) disse o mesmo, mas não teve
tanta repercussão - exemplificou.
Ao fim do julgamento, Emerson mostrou que o respeito era recíproco. O atacante admitiu o temor pela punição por seu desabafo. Mas apesar de decepcionado com a pena de quatro partidas de suspensão, se disse satisfeito pela compreensão daqueles que o julgaram pelo protesto contra a arbitragem brasileira. E desconversou ao comentar os elogios e as demonstrações de admiração por parte dos auditores.
- Prefiro falar de um modo geral em relação àqueles que participaram do julgamento. Não quero discutir a punição. Todos eles têm o meu respeito. Fiquei extremamente satisfeito com tamanha seriedade com a qual trataram o assunto e por preservarem a democracia. Eles deram um grande passo e mostraram que esse órgão deve ser respeitado - disse Emerson.
Emerson Sheik é sabatinado por auditores do STJD em sessão na última segunda-feira (Foto: Gustavo Rotstein)
Ao fim das quase duas horas de julgamento, o auditor Vinícius de Sá Vieira se permitiu deixar aflorar o lado fã. Ele se dirigiu a Emerson e colocou a mão no seu ombro enquanto agradecia pelo título da Libertadores conquistado com o Corinthians, em 2012 - Sheik marcou dois gols na decisão contra o Boca Juniors. Alguns minutos antes, ele votou pela absolvição do Sheik em relação à acusação originada no desabafo à beira do gramado do Maracanã. Mas seguiu a maioria ao pedir quatro partidas de suspensão (pena mínima) pelas ofensas do atacante ao árbitro.
- Ele é polêmico, mas diz o que pensa - resumiu ele, em sua explanação.
Relator do processo, Felipe Bevilacqua foi duro ao pedir a suspensão de Sheik por quatro partidas pela forma como se dirigiu ao árbitro ao ser expulso. Mas ao votar pela absolvição ao tratar da crítica à CBF, argumentou que o episódio teve proporção aumentada pelo simples fato de o protagonista ser Emerson.
Ele é polêmico, mas diz o que pensa"
Washington Rodrigues, auditor do STJD
Ao fim do julgamento, Emerson mostrou que o respeito era recíproco. O atacante admitiu o temor pela punição por seu desabafo. Mas apesar de decepcionado com a pena de quatro partidas de suspensão, se disse satisfeito pela compreensão daqueles que o julgaram pelo protesto contra a arbitragem brasileira. E desconversou ao comentar os elogios e as demonstrações de admiração por parte dos auditores.
- Prefiro falar de um modo geral em relação àqueles que participaram do julgamento. Não quero discutir a punição. Todos eles têm o meu respeito. Fiquei extremamente satisfeito com tamanha seriedade com a qual trataram o assunto e por preservarem a democracia. Eles deram um grande passo e mostraram que esse órgão deve ser respeitado - disse Emerson.
Emerson Sheik é sabatinado por auditores do STJD em sessão na última segunda-feira (Foto: Gustavo Rotstein)