Sérgio Corrêa: orientações são de instrutor da Fifa, não da CBF
Presidente da Comissão de Arbitragem diz que árbitros receberam novas diretrizes sobre "mão na bola" em curso com Jorge Larrionda, ligado à Fifa
O número de pênaltis por rodada do Campeonato Brasileiro quase dobrou desde que os árbitros receberam uma orientação da CBF em relação ao conceito bola na mão e mão na bola, o que vem causando polêmica. As mudanças teriam sido aplicadas depois de um curso com instrutores da Fifa. No entanto, o chefe do departamento de arbitragem da entidade internacional, Massimo Busacca, afirmou nesta quarta-feira que "nada mudou". Questionado sobre a declaração, o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Corrêa da Silva, garantiu ao SporTV que os árbitros receberam uma nova orientação e frisou que ela partiu da Fifa e reflete na interpretação, sem qualquer interferência à regra (assista ao vídeo).
- A CBF não deu nenhuma orientação diferente. A CBF apenas reproduziu,
através de um instrutor da Fifa, o Jorge Larrionda, árbitros de três
Copas do mundo e membro da comissão de arbitragem da Fifa. Em recente
curso aqui no Brasil, ele deu orientações no sentido da bola na mão e
mão na bola. O que nós temos e ouvimos que há essa diretriz. Ela foi
ampliada, não é uma mudança na regra do jogo, a lei que trata do assunto
continua com o mesmo texto, os mesmos termos. Não é que alterou,
agregaram-se informações para que o árbitro pudesse interpretar se foi
bola na mão ou mão na bola. Foi isso que aconteceu. A CBF não dá
instrução - afirmou, em entrevista ao "Tá na Área".
Sérgio Corrêa da Silva lembrou que um curso realizado com Larrionda,
entre o final de agosto e o início de setembro, deu uma atenção especial
ao tema "bola da mão e mão na bola", com a análise de diferentes
situações. O site da CBF publicou uma diretriz tratando da questão, mas o
presidente da Comissão Nacional faz questão de afirmar que toda e
qualquer orientação leva em consideração as instruções da Fifa e faz
questão de destacar a ligação dos instrutores com a entidade.
- No Brasil não tem a ordem, orientação, não somos legisladores no
sentido de dizer que toda bola que bate na mão é penal. Já pedimos à
Fifa a liberação dos vídeos para que possamos mostrar todas as situações
em que a Fifa entende como penal (...) Toda as situações foram passadas
com vídeo. Com as instruções que eles receberam da Fifa e dos videos
que observaram, eles estão afinando a interpretação no sentido de em
breve termos as decisões mais próximas dos acertos do que dos equívocos.
Lances de bola na mão e mão na bola têm causado polêmica no Brasileiro (Foto: Reprodução SporTV)